Coordenadores de projetos aprovados no Fundo Fundep são orientados sobre execução financeira
Em reunião na Reitoria nesta quarta-feira, gestores da UFMG e da Fundação detalharam critérios de utilização dos recursos que financiarão as 34 propostas selecionadas nas duas chamadas
Por Matheus Espíndola
Na tarde desta quarta-feira, dia 30, os coordenadores dos projetos contemplados nas duas chamadas do Fundo Fundep reuniram-se com dirigentes da UFMG, na Sala de Sessões do prédio da Reitoria, onde receberam orientações sobre a execução financeira das propostas. A chamada 1, referente aos hospitais universitários, teve 25 projetos aprovados. Já a chamada 2, destinada ao incremento da educação digital nas atividades de ensino da UFMG, teve nove projetos aprovados.
Em relação ao suporte às pesquisas realizadas nos hospitais universitários, a reitora Sandra Regina Goulart Almeida destacou que a demanda surgiu de uma análise detalhada conduzida por especialistas da área de economia da saúde. “O estudo, realizado por professores da Faculdade de Ciências Econômicas (Face), mapeou os trabalhos desenvolvidos no Hospital das Clínicas desde 2013, quando a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares assumiu a gestão da unidade”, contou.
A reitora também destacou que a decisão de investir no fortalecimento da educação digital foi fundamentada em uma avaliação do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), que considerou essencial ampliar os recursos para novas formas de ensino e aprendizagem. Segundo Sandra Goulart, o objetivo do edital é estimular a experimentação de modelos inovadores de laboratórios e salas de aula, promovendo uma transição do ensino tradicional para processos mais dinâmicos e tecnológicos.
O resultado final está publicado no site da Pró-reitoria de Pesquisa.
Aportes
As propostas para a área da Saúde são de autoria de professores das faculdades de Medicina, de Farmácia e de Odontologia, das escolas de Enfermagem, Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional e do Instituto de Ciências Biológicas. Será destinado R$ 1,03 milhão para os projetos, a fim de promover a integração da pesquisa com atividades de ensino, de extensão ou com ações relacionadas à formação interprofissional em saúde, visando estimular a atuação dos docentes nos hospitais universitários e na preceptoria das residências em saúde.
Por sua vez, os projetos de incremento da educação digital estão vinculados às seguintes unidades acadêmicas: escolas de Arquitetura, Enfermagem, Engenharia e Veterinária, faculdades de Ciências Econômicas, Letras, Odontologia, Filosofia e Ciências Humanas e Instituto de Ciências Agrárias, no campus regional de Montes Claros. Os valores aportados somam 1,22 milhão.
Critérios
A coordenadora de projetos da Fundep, Ágatha Dornellas, explicou, sobre os itens financiáveis para hospitais, que os recursos podem ser usados para compra de material permanente, material de consumo, serviços de terceiros de caráter eventual e softwares específicos para o desenvolvimento dos projetos. Ela ressaltou que softwares podem ser adquiridos caso não haja versão gratuita equivalente.
Em relação às chamadas destinadas à educação digital, há outras possibilidades de financiamento, como equipamentos, custos de instalação e material de consumo. Também é possível custear a manutenção de equipamentos, serviços eventuais de terceiros, mobiliário específico e computadores, sendo que, nesta última rubrica, há um limite de até 40% do valor da proposta.
Sobre as despesas vedadas, Ágatha Dornellas esclareceu que há regras comuns às duas chamadas. Não é permitido o pagamento de salários ou complementos salariais para pessoal técnico-administrativo, nem despesas de rotina, como contas de água, luz e telefone. Também não podem ser utilizadas verbas para construção, reformas ou ampliação de espaços para a instalação dos equipamentos adquiridos.
“Os pagamentos de diárias e passagens, taxas de inscrição em congressos e taxas de publicação em periódicos também estão vetados”, acrescentou a coordenadora de projetos.
Por fim, Dornellas informou que, na próxima semana, cada coordenador contemplado receberá um e-mail com login de acesso para dar início à execução dos projetos. “O recurso financeiro já está na conta dos projetos, e agora só falta enviarmos o e-mail de implantação para começar a execução”, anunciou.
Histórico
Como relatou a reitora Sandra Goulart, o Fundo Fundep foi criado em 1986 para apoiar atividades de pesquisas, com aporte de 30% do superávit contábil da Fundação. Entre 1987 e 2009, os valores foram regularmente repassados à UFMG. Inicialmente focado na pesquisa, o fundo passou a abranger iniciativas acadêmicas mais amplas, como a aquisição de acervos para a biblioteca e obras necessárias para a instituição.
Segundo a reitora, a partir de 2010, o fundo passou a enfrentar dificuldades devido a mudanças na legislação e nos mecanismos de controle das fundações de apoio e foi interrompido. A retomada veio em 2022, quando R$ 984 mil foram destinados ao apoio de projetos de professores recém-contratados. “Era um período de escassez de recursos, e esse apoio foi essencial para pesquisadores que acabavam de ingressar na universidade”, relembrou a reitora Sandra Goulart Almeida.
Lançadas em outubro de 2024, as duas chamadas foram elaboradas em conjunto pelas pró-reitorias acadêmicas (Graduação, Pós-graduação, Pesquisa e Extensão). Os objetivos e as metas foram estabelecidos conforme as diretrizes do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFMG para o período de 2024 a 2029.
Realizada na Sala de Sessões do prédio da Reitoria, a reunião de repasse de informações sobre o Fundo Fundep contou, ainda, com a participação do vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira, do diretor da Fundação, Walmir Matos Caminhas, e de pró-reitores acadêmicos.
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