Sandra Goulart defende superação de mentalidade extrativista em encontro de líderes regionais
Promovido pelo jornal Diário do Comércio, Fórum de Lideranças pretende articular sociedade civil, academia e iniciativas pública e privada na construção de um estado mais próspero e economicamente sustentável
Por Redação
É tempo de as lideranças de Minas Gerais superarem a filosofia extrativista e assumirem um posicionamento mais focado “em educação e capital humano, inovação e integração entre universidades, empresas, governo e sociedade civil”. Essa foi a tônica da participação da reitora Sandra Goulart Almeida no 1º Fórum de Lideranças, evento realizado no último dia 29, na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
Idealizado no âmbito e como desdobramento do projeto Parceiros do Futuro, promovido pelo jornal Diário do Comércio (DC) em parceria com a consultoria Spine, o evento reuniu diversas lideranças empresariais, do poder público e da academia para debater propostas concretas e ações de longo prazo para a construção de um futuro mais sustentável para o Estado.
“O objetivo do nosso encontro foi articular a sociedade civil, a academia e a iniciativa pública e privada rumo a uma Minas Gerais mais próspera e economicamente sustentável por meio de ações concretas no presente, atentas aos desafios globais”, escreveu a reitora da UFMG em suas redes sociais. “Com isso, lembramos da responsabilidade de Minas Gerais com o desenvolvimento socioeconômico do nosso país, sendo um estado histórica e geopoliticamente estratégico, com grande potencial de preservar tradições e propor inovações que contribuam para um mundo mais justo e equânime”. No encontro, os participantes buscaram projetar cenários para a Minas de 2040, tendo sempre em vista uma perspectiva integrada, capaz de superar a atual “sociedade fraturada pela polarização política”, conforme demarcou o diagnóstico apresentado pelo DC no evento.
Além da reitora, participaram do encontro autoridades de algumas das principais instituições do estado: os presidentes da Associação Comercial e Empresarial de Minas (AC Minas), Cledorvino Belini, do BDMG, Gabriel Viégas, da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL BH) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado (Sebrae Minas), Marcelo de Souza e Silva, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Carlos Alberto Arruda de Oliveira, a diretora da Fundação Dom Cabral, Carla Arruda, a presidente da Associação Mineira da Indústria Florestal (AMIF), Adriana Maugeri, o CEO da BH Airport, Daniel Miranda, e a CEO da Tom Comunicação, Adriana Machado.
De Minas para o mundo
Para a reitora da UFMG, é tempo sobretudo de divulgar mais o que é feito em Minas para o resto do país e do mundo. “Temos uma vocação enorme para o conhecimento, a ciência e a tecnologia. Não há nenhum outro estado que tenha maior envolvimento e potencial para geração de conhecimento e inovação. Além das universidades e institutos federais, temos as estaduais e privadas, mas continuamos entre montanhas, falando só entre nós”, alertou a reitora.
Com efeito, no relatório apresentado pelo DC, destacou-se que, mesmo quando em comparação com São Paulo e Rio de Janeiro, principais centros econômicos do Brasil, ou com a Bahia, devido à sua extensão territorial, ou com o Ceará, estado de reconhecida excelência na educação, “Minas Gerais sustenta a primeira posição ao analisar a quantidade de universidades e institutos públicos de educação superior”.
Em linhas gerais, cinco grandes temas foram debatidos no encontro: a necessidade de diversificação econômica e de superação da dependência do extrativismo no Estado; a integração entre educação, inovação e identidade regional; a expansão de tecnologias verdes e energias renováveis; a valorização das riquezas culturais e gastronômicas regionais; e a criação de um ambiente colaborativo entre empresas, universidades e governo. Dada a diversidade de sua atuação no contexto regional e em sua articulação com o nacional, a UFMG está posicionada como ator estratégico para a articulação de políticas e ações no âmbito desses cinco eixos. “Foi a cooperação que fez Minas Gerais sair da condição de um estado atrasado extrativista e agropastoril para se tornar a terceira maior economia do país”, anota-se no relatório apresentado pelo jornal. “É hora, portanto, de resgatar a história de Minas e dos mineiros como povo dedicado ao diálogo e à negociação”, convoca-se.
Em agosto, a reitora da UFMG concedeu entrevista ao Diário do Comércio, em que apresentou o seu diagnóstico e apontou projeções para o estado. Na conversa, Sandra Goulart defendeu que “o futuro está na inovação e não há como desenvolver inovação sem ciência e tecnologia” – isto é, sem investimento nas universidades.
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