Conexões realiza mesa redonda na Semana da Consciência Negra com representantes da comunidade UFMG
Nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025, a jornalista e apresentadora Luiza Glória recebeu nos estúdios da UFMG uma convidada e dois convidados para a mesa redonda especial sobre o Dia da Consciência Negra, no programa Conexões.
Participaram do debate a estudante do quarto período de Aquacultura, mulher trans e integrante da Coletiva Cintura Fina, Agnes Victoria de Oliveira; o publicitário, ex-estudante cotista do curso de Publicidade e Propaganda da UFMG, que atua como designer no Cedecom, Centro de Comunicação da Universidade, Amadeus Rocha; e o professor da Faculdade de Educação da UFMG Natalino Neves da Silva.
O Dia da Consciência Negra, feriado nacional do dia 20 de novembro, busca reconhecer e valorizar a luta da população negra, a cultura afro-brasileira e suas contribuições para a constituição de nossa sociedade. Além disso, reforça como é fundamental que o combate ao racismo e às desigualdades resultantes dele seja assumido como uma responsabilidade de todas as pessoas. O 20 de novembro foi escolhido por marcar a morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo de Palmares, na Serra da Barriga, um dos maiores do país. Ele foi assassinado em 1695, em uma emboscada. Ao lado de nomes como Dandara dos Palmares, Tereza de Benguela e Luiz Gama, Zumbi tornou-se um dos maiores símbolos de luta e resistência contra a escravidão.
A mobilização dos negros se manteve durante a República, com o surgimento de coletivos de luta contra o racismo, como o Grupo Palmares, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, e o Movimento Negro Unificado, ligado a intelectuais e militantes de peso, como Lélia Gonzalez e Abdias Nascimento. O MNU surgiu defendendo a valorização da cultura e da literatura negra e a pesquisa e diálogo com outros ativistas, também inspirados pela luta anti-apartheid que era travada à época na África do Sul. No Brasil, segundo o Censo 2022, realizado pelo IBGE, 50,5% da população brasileira é negra, o que equivale a 112 milhões e setecentas mil pessoas, sendo 10,2% delas pretas e 45,3% pardas, número que superou a população branca pela primeira vez. Apesar da superioridade numérica, os negros estão sub-representados na política e em posições de poder em vários setores da sociedade brasileira.