Nobel de Medicina 2025: professora da UFMG fala sobre a tolerância imunológica periférica
Nesta terça-feira, 14 de outubro 2025, a jornalista Luíza Glória conversou, no programa Conexões, com a professora titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG Ana Maria Caetano de Faria, titular da Academia Brasileira de Ciência (ABC), coordenadora do INCT de Mucosa de Pele, que destrinchou as pesquisas sobre a tolerência imunológica periférica, reconhecidas com o Nobel de Medicina 2025.
A descoberta de como o sistema imunológico evita atacar o próprio corpo, um dos maiores enigmas da biologia, rendeu o Prêmio Nobel a três cientistas. Os laureados são três imunologistas: Mary Brunkow, que atua como gerente de programas sênior no Institute for Systems Biology, em Seattle, nos Estados Unidos; Fred Ramsdell, consultor científico da Sonoma Biotherapeutics, instituição especializada em terapias celulares para doenças autoimunes localizada em San Francisco, também nos Estados Unidos; e Shimon Sakaguchi, professor emérito do Immunology Frontier Research Center, da Universidade de Osaka, no Japão, considerado um dos pioneiros mundiais no estudo da tolerância imunológica.
As pesquisas sobre a chamada tolerância imune periférica explicam como o sistema de defesa do nosso corpo diferencia o que é parte do próprio organismo e o que é um invasor. Entre as descobertas, estão as chamadas células T reguladoras, que funcionam como “guardiãs” do sistema imunológico. Elas impedem que os linfócitos, os glóbulos brancos que combatem vírus, bactérias e até células tumorais, ataquem órgãos e tecidos saudáveis. A pesquisa vem ajudando no desenvolvimento de tratamentos contra câncer e doenças autoimunes e para a realização de transplantes mais bem-sucedidos, com vários outros tratamentos baseados na descoberta em fase de testes.