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Festival de Inverno retoma atividades presenciais e projeta futuro da cultura na UFMG

​Paralelamente às atrações artísticas, evento vai traçar um panorama do processo de fortalecimento da gestão, que resultou na criação da Procult

A Velha Guarda do Samba

A Velha Guarda do Samba é uma das atrações do FestivalFoto: Divulgação

A área cultural é responsável pelo emprego de quase 6% de toda a população ocupada do Brasil: cerca de 5 milhões de pessoas têm o seu sustento mensal garantido graças a esse setor econômico, segundo levantamentos do IBGE referentes ao ano de 2020. O dado demonstra que qualquer trabalho de recuperação econômica e, consequentemente, de reconstrução social do país precisará tomar a área como estratégica. Para isso, contudo, é preciso planejamento e vontade política – como a que resultou na promulgação, na última sexta-feira, 8, das leis Paulo Gustavo (Lei Complementar 195/2022) e Aldir Blanc 2 (Lei 14.399/2022). Somadas, essas regulamentações estabelecem o repasse de cerca de R$ 6,8 bilhões para o setor cultural de estados e municípios.

Esse é o contexto em que a UFMG realiza na próxima semana, de 18 a 23 de julho, a 54ª edição do seu Festival de Inverno com o tema Por uma política de cultura na Universidade. Durante seis dias, o evento sediará debates sobre uma série de ações que têm sido realizadas na UFMG com vistas à construção de uma política cultural e ao fortalecimento da gestão na área, como a recente criação da Pró-reitoria de Cultura (Procult), instância responsável pela organização do Festival.

A transformação da antiga Diretoria de Ação Cultural (DAC) em pró-reitoria ocorreu no início do mês passado e tornou a UFMG uma das quatro universidades brasileiras que alçaram a área a esse status em seus organogramas – as outras são a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a Universidade Federal do Cariri (UFCA) e a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Além de refletir o entendimento de que a cultura é parte integrante do processo de formação dos estudantes – noção reiterada pelas últimas gestões da UFMG –, a medida é um passo importante na validação da cultura como campo de conhecimento relevante para a cidade, o estado e o país.

“O momento crítico das instituições públicas de ensino superior, agravado pelos recentes cortes de verbas, repercute em todo o Festival, que faz coro em defesa da universidade pública, da ciência e do papel central da cultura na missão de nossas instituições. As ações artísticas, assim como a programação dos espaços culturais mantidos pela Universidade, são a tradução dessa política no dia a dia de nossos programas e projetos”, afirma o pró-reitor de Cultura da UFMG, Fernando Mencarelli.

Agenda em construção
Segundo a professora Mônica Medeiros Ribeiro, pró-reitora adjunta de Cultura, essa movimentação da UFMG em direção a uma melhor estruturação de sua área cultural situa-se em um contexto que extrapola a Universidade. “Ela acontece em consonância com uma movimentação nacional observada nos últimos anos, em prol do fortalecimento da gestão cultural nas universidades públicas. Durante o Festival, trataremos dessa agenda em desenvolvimento, que envolve processos de mapeamento na instituição, o fortalecimento de redes de parceiros, o fomento a projetos e a construção de observatórios de cultura”, explica. Esse mapeamento – que abrange de 2019 a 2021 – será apresentado já na abertura do evento, na segunda-feira, 18, a partir das 18h, no Conservatório UFMG.

Mencarelli mensura o formato que o Festival assume nessa retomada que a Universidade e a sociedade começam a fazer, depois dos últimos anos atravessados por diferentes limitações. “Será um festival mais enxuto nessa volta ao presencial, mas, ao mesmo tempo, uma oportunidade de tratarmos deste momento que estamos vivendo, um momento de projeções. Digo isso porque a crise que estamos vivendo é também, em grande parte, uma crise cultural”, afirma o pró-reitor.

Nessa esteira, Mencarelli destaca que, nesse mesmo dia, após a abertura do evento, haverá uma mesa com todos os ex-diretores da DAC. "Faremos uma revisão do caminho percorrido até aqui, celebrando o marco desse início da Procult”, diz. “Estamos, neste momento, nos estruturando para crescer”, argumenta o pró-reitor, "construindo as bases para um cenário mais otimista e apostando em uma política que fortaleça a cultura em sua dimensão plena e transversal, com a perspectiva de uma nova governança".

Em sua 54ª edição, o Festival de Inverno UFMG sediará exposição, oficinas, rodas de conversa, lançamento de publicação e atrações diversas – todas gratuitas. A programação está no site do evento. Neste ano, as atividades se dividirão entre on-line e presenciais – estas, realizadas no Conservatório, no Centro Cultural e no Espaço do Conhecimento UFMG.

Da programação artística, um dos destaques é o sarau que o grupo Sonante 21 fará no dia da abertura, às 20h, também no Conservatório: professores de diversas áreas da arte vão se reunir para apresentar obras de música, dança e improvisações, tendo em vista a produção de um filme experimental de curta metragem que também será exibido no dia. Outro destaque é o Grupo de Saxofones da UFMG, que, na quinta, 21, às 20h, no Conservatório, executará obras de Villa-Lobos e Astor Piazzolla, entre outros compositores. Na sexta, no mesmo horário, o Centro Cultural UFMG será palco do show da Velha Guarda do Samba de Belo Horizonte.

O Conservatório está localizado na Avenida Afonso Pena, 1.534, Centro. O Centro Cultural fica na Avenida Santos Dumont, 174, na região da Praça da Estação. O Espaço do Conhecimento tem sede na Praça da Liberdade, 700, bairro Funcionários.

Sonata
Sonante 21, uma das atrações do FestivalFoto: Rafael Perrota
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