Pró-reitor de Cultura da UFMG, Fernando Mencarelli, participa de debate na Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa
Encontro discutiu o financiamento do BNDES à economia criativa e a políticas culturais.
O pró-reitor de Cultura da UFMG, Fernando Mencarelli, participou como convidado de um debate sobre financiamento cultural na Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A audiência, na manhã desta quinta-feira, 1º de junho, discutiu o financiamento do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - à economia criativa e a políticas culturais. O debate foi mediado pelo presidente da Comissão, deputado Professor Cleiton (PV), e teve a participação também do subsecretário de Estado de Cultura de Minas Gerais, Igor Arci Gomes, e da gerente de Investimento Social da Fundação Arcelor Mittal, Adriana do Carmo.
Em sua fala inicial, Mencarelli destacou como a “própria concepção de desenvolvimento precisa incluir um concepção de cultura que vai muito além de uma abordagem economicista e que se funde com uma compreensão de valor que está, estreitamente relacionada à superação das desigualdades sociais”.
O pró-reitor citou exemplos internacionais para demonstrar o papel estratégico da cultura na sociedade do conhecimento em que o mundo vive hoje. Mencarelli explicou como países influentes no cenário internacional compreendem a cultura como soft-power e têm as políticas culturais como aspecto central de seus projetos de desenvolvimento. Além de casos mais conhecidos como Estados Unidos e países da Europa, que expandiram sua influência sobre outros países por meio da exportação de produtos culturais, o professor da UFMG mencionou o caso atual da China, que, além de fazer frente aos EUA no campo econômico, tem se organizado por meio dos Institutos Confúcio para expandir sua influência cultural. A Coreia do Sul também foi citada como exemplo de um país em que sua cultura pop se tornou um de suas principais dimensões de atuação no cenário internacional.
Em outro momento do debate, Fernando Mencarelli ressaltou a necessidade de se desenvolver indicadores que apontem os impactos das ações no campo da cultura que não são estritamente econômicos. “Aí está a diferença que a gente tem feito entre economia criativa e economia da cultura. Esses conceitos trazem a abordagem de compreender que, no campo da economia da cultura, você tem ações, investimentos, fomentos, que não geram um resultado financeiro identificável de imediato, porque não temos indicadores que deem conta do campo da cultura nas suas especificidades”, explicou. O pró-reitor sugeriu que essa possa ser uma demanda ao BNDES, que, ao formular suas políticas, tenha também a preocupação de pensar qual impacto ele espera.
Assista a audiência completa neste link.
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