JPAGE_CURRENT_OF_TOTAL Vida de vestibulando
Exatas, humanas ou biológicas? Vestibular à vista. É chegada a hora da escolha
Maria Fernanda Cinini

Muitas vezes, este momento, que exige cabeça fria, reflexão, conhecimento, principalmente porque as linhas que dividem as áreas do conhecimento tornam-se, a cada dia, mais tênues, gera muita angústia nos vestibulandos. Na UFMG, por exemplo, são oito áreas: ciências agrárias; biológicas; da saúde; exatas e da terra; humanas; sociais aplicadas; engenharias; lingüística, letras e artes. Elas se multiplicaram especialmente para conseguir acolher os 64 cursos de graduação oferecidos pela universidade.
Para muitos dos candidatos, o cardápio variado de cursos superiores acaba se transformando em pesadelo na busca pela futura profissão. Para a professora de Psicologia e coordenadora do Programa de Orientação Profissional (POP) da UFMG, Delba Barros, “toda escolha deve passar pelo conhecimento, tanto de si, quanto da chamada futura carreira”. De acordo com ela, a proximidade do vestibular é um momento meramente cultural, e aliados a esse momento, há uma série de sintomas, que geralmente afetam os vestibulandos.
“Os jovens, principalmente, devem deixar de agir por impulso e refletir mais sobre suas decisões. É um mito a crença de que tudo na vida deve ser decidido rapidamente, do contrário as chances serão perdidas”, alerta a especialista. Para a psicóloga, o importante é refletir sobre os gostos, ponderar os interesses e critérios, pesquisar sobre os cursos e, para os que priorizam o “ganhar dinheiro”, não esquecer de avaliar os mercados de trabalho.
Ao lado da angústia da escolha, a pressão pelo sucesso no vestibular aparece como um outro fantasma que assombra os dias e as noites de quem vai se aventurar pela maratona do vestibular. A pressão pode se transformar em grande inimiga na hora das decisões, como é o caso do estudante do ensino médio Rafael Borges, 17 anos. Ele precisa encarar a árdua tarefa da escolha e, além disso, enfrentar a ansiedade e a expectativa familiar. Rafael, quando foi entrevistado por Diversa, ainda estava indeciso sobre qual curso escolher. A dúvida do estudante tem reflexos diretos sobre o comportamento da mãe. “Todos os dias ela me pergunta se já tenho alguma escolha em mente ou se preciso de ajuda. Ela não percebe que sua aflição acaba se transferindo para mim. O vestibular está chegando e a única coisa de que preciso é tempo”, conta o angustiado Rafael.
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