Na briga por uma vaga, sexo masculino leva a melhor

Em disputa à parte, homens lideram ranking entre os candidatos aprovados no vestibular da UFMG

Alessandra Ribeiro

guerradossexos1.jpgEntre os três primeiros colocados em onze edições de vestibular na UFMG, de 1998 a 2008, 26 foram homens e apenas sete mulheres. Entre elas, uma foi aprovada em Ciência da Computação, em primeiro lugar, no ano 2000 – uma exceção. Todas as outras foram aprovadas para o curso de Medicina.

A área das Ciências Biológicas é uma das que têm maior participação feminina, ao lado das Ciências Humanas, segundo Maria do Carmo de Lacerda Peixoto, diretora de Avaliação Institucional da UFMG. A professora também foi uma das coordenadoras do Censo Socioeconômico e Étnico dos Alunos de Graduação da Universidade, produzido a partir de dados dos vestibulares de 2003 a 2005. “A crescente feminização da área de biomédicas não é específica da educação superior brasileira”, afirma.

Apesar dessa tendência, entre os três primeiros colocados aprovados para o curso de Medicina nos vestibulares dos últimos 11 anos, os homens também aparecem na liderança: sete, contra seis mulheres. A disputa pode parecer equilibrada, mas o sexo masculino já é absolutamente predominante no seleto grupo com melhor desempenho no vestibular da UFMG. A participação das mulheres corresponde a apenas 27%. Persistência feminina

Outro dado que chama a atenção: os cursos dos candidatos que ficaram entre os três primeiros lugares são predominantemente da área de Ciências Exatas, território tipicamente masculino. Entre os primeiros colocados, são 14 homens aprovados para cursos de Engenharia, número que supera o total de aprovados em Medicina. Uma hipótese para explicar este quadro, segundo a professora Maria do Carmo de Lacerda, é a natureza competitiva do homem. Por outro lado, a trajetória feminina tem a marca da resistência. “As mulheres evadem-se menos do que os homens, por isso são maioria entre os alunos que concluem o curso”, compara a professora.

De acordo com o Departamento de Controle e Registro Acadêmico (DRCA), dos 24.806 alunos matriculados na UFMG para o primeiro semestre de 2008, 50,7% são homens e 49,3% são mulheres. A paridade no acesso ao ensino superior pode ser apenas a primeira de uma série de conquistas da persistência feminina.

Ano Colocação Curso Sexo
2008
1º lugar
Matemática
M
2º lugar
Medicina
M
3º lugar
Medicina
M
2007
1º lugar
Medicina
F
2º lugar
Eng. Química
M
3º lugar
Matemática
M
2006
1º lugar
Medicina
F
2º lugar
Medicina
M
3º lugar
Matemática
M
2005
1º lugar
Eng. Produção
M
2º lugar
Medicina
M
3º lugar
Medicina
F
2004
1º lugar
Medicina
M
2º lugar
Medicina
F
3º lugar
Eng. Elétrica
M
2003
1º lugar
Eng. Produção
M
2º lugar
Eng. Elétrica
M
3º lugar
Eng. Cont. Aut.
M
2002
1º lugar
Eng. Cont. Aut.
M
2º lugar
Eng. Elétrica
M
3º lugar
Eng. Química
M
2001
1º lugar
Medicina
M
2º lugar
Eng. Cont. Aut.
M
3º lugar
Medicina
F
2000
1º lugar
C. Computação
F
2º lugar
Medicina
F
3º lugar
Eng. Elétrica
M
1999
1º lugar
Eng. Cont. Aut.
M
2º lugar
Eng. Cont. Aut.
M
3º lugar
Eng. Cont. Aut.
M
1998
1º lugar
Física
M
2º lugar
Medicina
M
3º lugar
Fisioterapia
M
Total
M: 26
F: 7
Comentários
Busca
William  - Participação feminina em geologia   |08-09-2008 17:18:59
Queria saber da participação feminina em geologia nnos últimos
anos.
William

Caro William,
temos uma estatística geral sobre a
participação das mulheres (leia matéria desta revista em
"vestibular/guerra dos sexos". Mas em relação à estatísticas
específicas sobre cursos, você deve entrar em contato com a unidade acadêmica
específica, neste caso o Instituto de Geociências (IGC).
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Revista Diversa nº 15
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