Física

O desafio de formar mestres

Carência de professores das áreas de ciências motivou universidade a direcionar mais atenção para a licenciatura

fisica.jpgFaltam quase 250 mil professores nas escolas públicas brasileiras e a maior carência é nas disciplinas da área de ciências, sendo que apenas em Física o déficit é de 50 mil docentes, segundo dados do Ministério da Educação (MEC). Por isso, a maior preocupação hoje do curso de Física da UFMG é formar professores. “Nosso departamento tem forte tradição em pesquisa, com altíssimo número de publicações, mas a prioridade agora é investir na licenciatura para atender a essa demanda da sociedade”, revela o coordenador do curso, Reinaldo Vianna.

No bacharelado, a meta é inserir os profissionais no mercado de trabalho, e os alunos decidem quais são suas áreas de interesse durante o período de formação complementar, em que podem escolher o que estudar. O currículo é flexível e os estudantes têm a possibilidade optar por continuar sua trajetória acadêmica em outros cursos, seja de ciências Exatas, Biológicas ou Humanas.

A busca por um diferencial no mercado foi o que motivou Samuel Vieira, de 23 anos, formado na licenciatura em Física pela UFMG, a voltar ao departamento para fazer também o bacharelado e estudar um novo ramo na área: a econofísica. Ele mesmo propôs o enfoque para sua formação complentar e é o primeiro (por enquanto, o único) aluno da universidade a estudar a aplicação de modelos físicos na descrição de mercados financeiros. Ele aprendeu, por exemplo, a calcular o preço do café na bolsa de valores usando modelos de mecânica estatística, e percebeu logo por que esse é um trabalho promissor no mercado financeiro. “Hoje em dia, com o alto grau de competividade, o mercado oscila muito e os modelos clássicos não funcionam com a mesma eficiência. São necessárias novas formulações para se entender e acompanhar esse processo, que é muito dinâmico”, explica o aluno.

Por isso, o conselho do coordenador do curso de Física da UFMG para os alunos que pretendem fazer o bacharelado é que programem sua graduação para cinco e não para quatro anos. “Nesse ano a mais, o aluno pode se especializar numa determinada área e se tornar um profissional mais qualificado, com valor diferenciado no mercado”, orienta o professor Reinaldo Vianna.

setaVagas ofertadas: 90, sendo 45 para o período diurno (bacharelado e licenciatura) e 45 para o noturno (licenciatura)

setaModalidades: Licenciatura e bacharelado

Turnos: Diurno e noturno

 width=Duração do curso: 4 anos

 width=Unidades da UFMG onde é oferecido: Instituto de Ciências Exatas (ICEx) e Faculdade de Educação (FaE), ambos no campus Pampulha

Concorrência no vestibular UFMG
Licenciatura

2006 5,75
2007 5,43
2008 5,45
Concorrência no vestibular UFMG
Bacharelado
2006 6,16
2007 4,92
2008 4,70

Avaliação no Exame Nacional de
Desempenho de Estudantes (Enade), em 2005:
5

Mercado de trabalho: Os profissionais formados em licenciatura podem dar aulas nos ensinos médio e superior e, independentemente da modalidade de graduação que escolherem, podem também trabalhar para institutos de pesquisas. Para os bacharéis, novas oportunidades estão surgindo em indústrias petroquímicas, empresas de tecnologia ou do setor eletrônico e até em hospitais, onde profissionais com conhecimentos em Física Médica podem assessorar médicos em diagnósticos de alta tecnologia ou tratamentos de radioterapia.

Remuneração média inicial: A remuneração depende muito da atividade que o profissional vai exercer e em que empresa ou instituição. No entanto, em média, um graduado em Física com doutorado pode receber, em início de carreira, cerca de R$ 4.000,00 em universidades ou institutos de pesquisa.

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Revista Diversa nº 15
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