Matemática

De vilã a aliada

Matemática tem despertado cada vez mais interesse entre os estudantes do ensino médio

Com freqüencia associada ao temor de alunos por cálculos e equações, a Matemática parece ter começado a deixar de ser tão assustadora para os estudantes. Entre os indícios disso estão os altíssimos números de inscritos nas competições promovidas no país para testar os conhecimentos dos alunos na matéria. A quarta edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, promovida neste ano pelos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, por exemplo, recebeu mais de 18 milhões de inscrições. Para o vencedor da disputa em 2007, o mineiro André Macieira, de apenas 13 anos, que obteve a maior nota do país na competição, a fórmula para se ter um bom desempenho em Matemática é simples: “Se você gostar, tudo fica fácil”.

No entanto, aqueles que pretendem ingressar em curso superior de Matemática devem saber que o profissional formado nessa área vai precisar de mais do que gosto pela matéria. É preciso ter muita habilidade e criatividade para solucionar problemas em diversas áreas. “O matemático é aquele que deduz resultados a partir de conceitos e premissas, mediante raciocínios puramente lógicos, mas também deve ser capaz de criar modelos para caracterizar e quantificar relações de outras ciências, o que dá à matemática seu quádruplo caráter de ciência, arte, jogo e ferramenta”, ressalta a coordenadora do curso de Matemática da UFMG, Susana Fornari.

Na universidade, o aluno pode optar entre as modalidades licenciatura e bacharelado. A meta da licenciatura é formar professores aptos a atuar nos ensinos fundamental, médio e superior. Para isso, os estudantes são preparados para terem domínio tanto do conteúdo quanto do processo de aprendizagem. Já o objetivo do bacharelado é formar profissionais para uma futura carreira de pesquisador e/ou de professor de ensino superior. O currículo é desenvolvido de forma integrada com os cursos de mestrado e doutorado em Matemática da UFMG e oferece formação nas áreas básicas e centrais da Matemática, que são álgebra, análise, equações diferenciais e geometria.

Desde cedo, os estudantes do bacharelado em Matemática têm contato com pesquisas desenvolvidas pelos professores da pós-graduação, para que possam continuar seus estudos, se tiverem interesse. O departamento oferece ainda um laboratório de ensino, com grande acervo de livros, jogos e materiais didáticos produzidos pelos próprios estudantes, além de uma videoteca e uma ilha de edição para a finalização de filmes educativos.

O Reuni, Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, iniciativa do governo federal, ampliou a oferta de vagas do curso de Matemática para o próximo vestibular. A partir de 2009, serão oferecidas mais 30 vagas no período diurno.

setaVagas ofertadas: 80 (diurno), com duas entradas anuais, e mais 40 vagas (noturno), com uma entrada no primeiro semestre

setaModalidades: Licenciatura e bacharelado (diurno) e licenciatura (noturno). O vestibular é separado em razão da opção de turno e os alunos do curso diurno escolhem uma das modalidades (licenciatura ou bacharelado) no terceiro semestre

Turnos: Diurno e noturno

 width=Duração do curso: Oito semestres (diurno) e nove semestres (noturno)

 width=Unidade da UFMG onde é oferecido: Instituto de Ciências Exatas (ICEx) e Faculdade de Educação (FaE), ambos no campus Pampulha

Concorrência no vestibular UFMG
Diurno
2006 6,26
2007 5,76
2008 4,60
Concorrência no vestibular UFMG
Noturno
2006 8,38
2007 7,28
2008 6,85

Avaliação no Exame Nacional de
Desempenho de Estudantes (Enade), em 2005:
5

Mercado de trabalho: Os alunos que optam pela licenciatura normalmente vão dar aulas no ensino básico (fundamental e médio), e também podem continuar seus estudos na pós-graduação, em áreas como educação em matemática. Há muitas vagas para professor de ensino básico, segmento que oferece mais oportunidades. Já o bacharel em matemática normalmente continua com o mestrado e o doutorado, em matemática ou em áreas afins como Estatística, Física e Computação, seguindo a carreira acadêmica e de pesquisa, desenvolvida, na maioria das vezes, nas universidades públicas, como professor de ensino superior e pesquisador. Nesse caso, além do salário de professor, o pesquisador pode adquirir bolsas de órgãos de fomento, como o CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - e a Fapemig - Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais. Ele também pode participar de programas de pós-doutorado e de intercâmbio de pesquisadores com universidades nacionais e estrangeiras, e apresentar trabalhos em congressos.

Remuneração média inicial: A remuneração de um professor de ensino fundamental e médio varia muito entre municípios, estados e também entre colégios públicos e particulares. O piso salarial do magistério, definido este ano, é de R$ 950. O setor privado paga, em média, melhores salários para os professores do ensino fundamental e médio, mas no ensino superior a situação é oposta, já que, em geral, as faculdades e universidades particulares contratam professores horistas e raramente têm docentes em tempo integral. Já nas universidades públicas, o professor de Matemática é contratado com dedicação exclusiva, desempenhando atividades de ensino, pesquisa e extensão, o que torna a remuneração mais atrativa, cerca de R$ 5.000,00 para o graduado com doutorado, que pode ser complementado com bolsa de pesquisa dos órgãos de fomento.


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Revista Diversa nº 15
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