Com projeto sobre leitura na infância, pedagoga formada pela UAB/UFMG é aprovada em seleção de mestrado na Uemg

Cada conquista de um aluno que se formou por algum curso ofertado pelo Caed/UFMG é celebrada como se fosse também nossa.  Aprovações em concursos públicos, o desafio de um novo trabalho e de novos projetos são sempre motivos de comemoração.

A pedagoga Flávia Azevedo Oliveira, formada pelo curso de Pedagogia da UAB/UFMG em setembro deste ano do polo de Conselheiro Lafaiete, foi a responsável pela mais recente dessas alegrias: ela foi aprovada no processo de seleção do mestrado em Educação da Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), cujo resultado final foi divulgado na última semana.

Durante os dois anos da pós-graduação, Flávia irá dar seguimento à pesquisa iniciada à época para a confecção de se trabalho de conclusão de curso, que tratou de literatura infantil e a formação de leitores.

“Decidi fazer o mestrado porque, no decorrer do TCC, comecei a pesquisar assuntos sobre o tema e achei que merecia uma pesquisa mais aprofundada”, comenta a pedagoga, que atua no Curso Intensivo de Preparação de Mão-de-Obra Industrial (CIPMOI), programa da UFMG voltado à capacitação de profissionais das áreas de construção civil, eletricidade e soldagem.

Com as investigações para o trabalho, que recebeu o nome “Para gostar de ler – A mediação literária: do discurso teórico à análise de uma prática na educação infantil” , ela buscou levantar possíveis respostas para perguntas como “como é possível fazer uma criança gostar de ler?” ou “qual o papel da formação do professor no estímulo ao gosto pela leitura?”.

Para gostar de ler

Durante o processo, no qual analisou a experiência que teve em seu estágio docente numa escola de educação infantil na capital mineira, ela constatou que a prática dos professores ainda guarda muitas diferenças com o que é proposto pelos teóricos que pensam a constituição do gosto pela leitura e que os docentes ainda não contam com preparo para essa tarefa como parte da sua formação.

“Muitas vezes, os próprios professores não sabem como estimular o gosto pela leitura para além dos seus gostos pessoais. Eles não contam, na graduação, com uma disciplina sobre literatura infantil ou que discute como formar leitores, o que seria fundamental porque, quando mais se lê, mais cidadã uma criança se torna”, explica.

A pedagoga chama ainda a atenção para a importância de sua pesquisa, nestes tempos: com o acesso a smartphones, tablets e várias outras opções de entretenimento, qual o papel do livro, seja físico ou eletrônico, na vida da criança? “Hoje, há distribuições de livros, feitas por bancos e por outras instituições, mas o aluno está envolvido com tantas possibilidades de leituras que não considera aquele livro como uma possibilidade. Temos que mostrar que aquele livro pode ser atraente também. Muitos pais perguntam o que podem fazer para  que o filho goste de ler. Eles também estão interessados nisso”, revela.

A partir disso e das suas reflexões feitas em participação no Tertúlia Literária, grupo de estudos da Fae/UFMG que promove a reunião de leitores para discutir textos literários semanalmente, Flávia quer entender melhor o papel do professor como mediador e incentivador da prática da leitura e os recursos que podem ser usados para isso.

 “Essa mediação entre esses dois sujeitos tem poder de influenciar os hábitos de leituras? E, se tem, que estratégias podem ser usadas para que os estudantes despertem o gosto pelos livros? Essas são algumas das questões que pretendo analisar”, conclui.