Entre jogos, mapas e danças, Aproxime-se debateu uso de metodologias ativas na educação em Sabará

Com música, dança e discussões sobre estratégias para estimular o protagonismo dos estudantes no processo de ensino-aprendizagem, o Caed promoveu, nesse sábado, 17, evento sobre metodologias ativas na educação básica no polo de Sabará, parte da programação desta edição do Aproxime-se, programa de extensão do Centro.

A atividade contou com a presença da coordenadora do polo, Alessandra de Lima; de Flávia do Carmo e de Janine Moreira, que atuam na Gerência de Programas Socioeducativos e Culturais do município, e da diretora de EaD da UFMG, professora Vilma Lúcia Macagnan Carvalho.

Durante a abertura, Alessandra apresentou as ações do polo, fundado em 2016, e agradeceu à UFMG pela parceria, que deve ser fortalecida com o início de novas especializações a partir do próximo ano. “Esperamos vocês, seus filhos e seus netos aqui, estudando com a gente, porque nosso caminho para uma sociedade melhor é a educação”, afirmou.

À frente do Caed desde junho, Vilma Lúcia, docente do Instituto de GeoCiências da Universidade, comemorou a retomada das atrações presenciais do Aproxime-se e destacou a importância das práticas extensionistas. “A extensão é esse momento em que a universidade se faz presente nas comunidades e permite essa convivência, esse espaço de formação para discutir questões atuais.”

A cerimônia foi aberta com a execução do hino nacional por Marcelo Ubelino, saxofonista e aluno do polo na especialização em Artes Visuais e Tecnologias Contemporâneas e encerrada por um número de balé interpretado por alunos do projeto Balé Municipal Poesia em Expressão, sob a coordenação da professora Marla Branco. A programação incluiu outras duas apresentações de dança, nos ritmos carimbó e dança de rua.

Aluno no centro

A roda de conversa “Introdução às Metodologias Ativas nos processos de ensino e aprendizagem”, organizada pelas assessoras pedagógicas do Caed Bruna Gonçalves e Márcia Duarte e pelo bolsista do Aproxime-se Luiz Paulo Borges, abordou as principais teorias sobre metodologias ativas na educação, que propõem tornar os alunos mais responsáveis pela condução dos seus estudos e do seu processo de aprendizagem.

Por meio de valores como escutar os estudantes e valorizar sua história como sujeito, trabalhar novos conteúdos fazendo referência àqueles que já fazem parte dos seus repertórios e incentivar o compartilhamento de saberes entre a turma, educadores, que atuam como facilitadores, podem tornar o grupo mais engajado. Os recursos de metodologias ativas incluem recursos como a sala de aula invertida, estudos de caso, aprendizagem baseada projetos, mapas conceituais e gamificação.

 “O objetivo das metodologias ativas é estimular a curiosidade do aluno para que ele possa tomar as melhores decisões”, explicou Luiz Paulo, graduando em Letras na UFMG e colaborador do projeto “Educar para Transformar”. Mantida pela prefeitura Municipal de Belo Horizonte em parceria com o Instituto Alicerce, a iniciativa utiliza metodologias ativas em atividades complementares para recompor a aprendizagem de estudantes da Rede Municipal de Ensino da capital mineira impactados pela pandemia de Covid-19.

Entre mapas e jogos

Duas das ferramentas de metodologias ativas, mapas conceituais e jogos, foram temas das oficinas ministradas no sábado, que combinaram introdução de conceitos básicos, sugestões do uso de ferramentas em sala de aula e uma atividade prática com os participantes.

“Ressignificando os processos de ensino e aprendizagem por meio de mapas conceituais”, desenvolvida pelas assessoras pedagógicas Bruna Gonçalves e Márcia Duarte e pelos bolsistas Luiz Paulo Borges, Sophia Reartes e Thiago da Cruz, tratou de mapas conceituais, apontando conceitos, diferenças para mapas mentais e instrumentos para sua elaboração, que podem ir de simples folha de papel e canetas a softwares como o Cmap Tools Cloud.

Inscrita na oficina, Rita Henriques, docente da Escola Municipal Professora Irene Pinto, conta que se surpreendeu com a oficina e que valeu a pena passar parte do sábado estudando. “A gente tem que estar sempre evoluindo. Quem trabalha com educação não pode parar”, aconselha.

Já em “Aprendizagem criativa por meio de jogos”, os assessores pedagógicos Ana Carolina Almeida e Ramiro Barboza e pelos bolsistas Amanda Ferreira, Emerson Coelho e Laís Cerqueira, contextualizaram o uso de jogos como recurso pedagógico e mostraram, na prática, como seria uma atividade baseada no jogo “Quem Sou Eu?”, que ser feito com papel e canetas ou baixado gratuitamente em smartphones. Nele, o jogador “cola” uma carta com o nome de um personagem sobre a testa e tenta descobrir qual é, a partir de perguntas feitas aos colegas.

A oficina foi a opção de Michele Reis, professora que atua na sala de recursos com alunos matriculados entre o 6º e o 9º anos da Escola Municipal Adão de Fátima Pereira. Para ela, os jogos têm potencial de atrair a atenção dos seus alunos, em sua maioria adolescentes com algum déficit de aprendizagem, no retorno às lições presenciais.

“Tenho percebido que, após a pandemia, os estudantes têm estado mais dispersos e menos interessados nas aulas tradicionais. Eles se habituaram a estudar com telas, com o mundo digital durante a pandemia, e agora temos que repensar formas de atrair novamente a sua atenção. Já trabalho com jogos e eles dão ótimos resultados”, avaliou.

Foto: Bruna Gonçalves/ Caed UFMG