A Mágica da Animação – Espaço do Conhecimento UFMG
 
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A Mágica da Animação

 

Você já pensou em como são feitos os desenhos animados? Existem diversas técnicas de animação hoje em dia, mas você sabe como tudo começou?

 

A animação surgiu de uma demanda do cinema para fazer coisas mágicas acontecerem. O cineasta francês Georges Méliès, na época do cinema mudo, foi um dos primeiros a usar truques de animação. Antes de se dedicar ao cinema, Méliès era um mágico ilusionista, e ele trouxe essa magia para os filmes, conhecidos por desafiar o real.

 

Cena do filme “Le voyage dans la Lune”, de Georges Méliès, 1902.

 

Um dos truques utilizados por Méliès para produzir seus filmes era a parada para substituição, que nada mais é que cortes na cena para substituição ou movimentação de algum objeto ou personagem, de modo a criar algo que não seria possível na vida real. No filme Escamotage d’une dame chez théâtre Robert Houdin, de 1896, por exemplo, Méliès utilizava truques de mágica e cortes na cena para fazer uma mulher desaparecer debaixo de um pano e se transformar em um esqueleto. Para isso, parou a filmagem e substitui a protagonista por um esqueleto, antes de retomar a gravação. Esses truques se relacionam com a animação, uma vez que esta é, justamente, a produção de uma série de imagens em que cada uma possui uma pequena alteração em relação à anterior para, quando exibidas rapidamente, criarem a ideia de movimento, como ocorre nos flipbooks e gifs. Essas técnicas são o início do stop motion, que pode ser traduzido como “parado e em movimento”. Quando o stop motion faz uso de atores para produzir movimentos não usuais – e não personagens desenhados ou modelados –, chamamos essa técnica de pixillation.

 

O primeiro longa-metragem produzido em animação foi Branca de Neve e os Sete Anões, lançado em dezembro de 1937. Este é também o primeiro filme de Walt Disney, um dos grandes nomes da animação até os dias de hoje, desenvolvedor de várias técnicas.

 

Poster original de “Branca de Neve e os Sete Anões” ilustrado por Gustaf Tenggren.

 

Os filmes feitos exclusivamente em stop motion levam bastante tempo para ser produzidos, já que são feitos quadro a quadro. Filmes famosos como A Fuga das Galinhas, do ano 2000, e A Noiva Cadáver, de 2005, demoraram mais de dez anos para serem produzidos, mesmo com uma grande equipe de animadores para fazer as gravações. Em A Noiva Cadáver, era possível gravar apenas dois minutos de filme por semana e, em A Fuga das Galinhas, somente um minuto.

 

O animador Brian Demoskoff, da Warner Bros, trabalha na produção do longa animado em stop motion “Noiva Cadáver”. Créditos da foto: Nelson Lowry.

 

O stop motion não é o único tipo de animação existente. A maioria dos filmes de animação das grandes produtoras do mundo, hoje em dia, são produzidos com a técnica de animação 3D, que, embora ainda demande um grande trabalho, acaba sendo mais viável e barata, já que tudo pode ser feito digitalmente. Filmes como Valente, de 2012, e Frozen: Uma Aventura Congelante, de 2013, produzidos em 3D.

 

Mesmo com toda tecnologia, o stop motion ainda tem seu lugar. Muitas pessoas veem beleza e singularidade na técnica. Em 2018, foi lançado Ilha de Cachorros, filme em stop motion do diretor Wes Andreson, que dirigiu ainda O Fantástico Senhor Raposo, de 2009, também em stop motion.

 

No Espaço do Conhecimento UFMG, as animações estão sempre presentes nas produções para a Fachada Digital e o Planetário. Neste mês de outubro, na Semana das Crianças, vamos mostrar como produzir uma animação usando massinha, no movo vídeo do projeto Espaço em Rede. Clique aqui para conferir a programação completa e saiba como assistir! Veja também, aqui, a animação em papel que produzimos para a 18ª Semana de Museus, realizada em maio de 2020

 

Para saber mais:

KERBER, Marina Teixeira. Mágica e animação: parada para substituição, stop motion e pixillation. Diálogo com a Economia Criativa, v. 4, n. 11, 2019. Disponível em: http://dialogo.espm.br/index.php/revistadcec-rj/article/view/212/pdf_1 . Acesso em maio de 2020.

SILVA, Willy dos Santos. A influência de Walt Disney na animação contemporânea. Full Design, 2020. Disponível em: https://www.up.edu.br/blogs/fulldesign/ainfluencia-de-walt-disney-na-animacao-contemporanea/. Acesso em maio de 2020.

 

Vídeos:

Disney e a Câmera Multiplano (legendado)

As animações brasileiras em competição no Festival de Annecy

 

[Texto de autoria de Júlia Lobato Maciel, mediadora do Núcleo de Ações Educativas]