Espaço do Conhecimento UFMG promove oficina ‘Classificadores na Libras’ e ‘Tabuleiro Acessível’, destinadas ao público surdo e ouvinte

A Organização Mundial de Saúde (OMS)  estima que, até 2050, 900 milhões de pessoas podem desenvolver surdez. Só no Brasil, de acordo com dados do IBGE, são 10 milhões de pessoas, ou 5% da população, sendo que 2,7 milhões não ouvem nada.  

Existem mais de 300 variantes da linguagem de sinais no mundo. Elas são responsáveis por boa parte da comunicação de surdos. No Brasil, parte dessa população usa a Libras (Língua Brasileira de Sinais) como auxílio para comunicação. Mesmo assim, e apesar da variedade de línguas de sinais, ainda existe uma necessidade grande em divulgá-las para promover a inclusão e a acessibilidade para esse público.  A Libras é uma língua de modalidade gestual-visual, reproduzida através de gestos, expressões faciais e corporais, possuindo um alfabeto e estrutura linguística e gramatical próprias.

Pensando nisso, o Espaço do Conhecimento UFMG promove a oficina “Classificadores na Libras”, no dia 10/09 às 14h, com duração de 1h30. Aberta a 20 participantes, com participação gratuita, a atividade é voltada para crianças, jovens e adultos a partir de 7 anos (sem necessidade de conhecimento prévio em Libras). O objetivo é proporcionar a vivência em Libras, além de apresentar diferentes aspectos e características dessa linguagem e explorar as formas de comunicação entre pessoas surdas e ouvintes.

Os classificadores na Libras são utilizados para descrever objetos, movimentos, direções e também para contar histórias e narrar situações. Durante a oficina, o participante irá aprender como os classificadores funcionam e sua importância na Libras, além de experimentar o seu uso, por meio de exercícios e jogos.  A oficina será ministrada por duas  alunas  do curso de Letras Libras da UFMG, Bárbara Victor e Ana Carolina. Bárbara Vitor é bolsista no Espaço do Conhecimento UFMG pelo Programa de Apoio a Inclusão e Promoção à Acessibilidade (PIPA – UFMG).   

Bárbara comenta a situação enfrentada pela comunidade surda: “Ainda há muita dificuldade com acessibilidade; os surdos enfrentam muitas barreiras de comunicação, pois a Libras não chegou à maioria dos espaços públicos. Há surdos que não sabem português e se comunicam através de gestos e isso traz dificuldades. Eu já vi isso acontecer diversas vezes. Há surdos que se comunicam apenas pela Libras. Hoje existem alguns recursos, como aplicativos no celular, que permitem se comunicar, mas  é um esforço muito maior da parte da comunidade surda”. A oficina integra a programação do Setembro Azul, do Espaço do Conhecimento UFMG.

Tabuleiro Acessível

Outra oficina para promover a acessibilidade promete agitar o público. É “Tabuleiro Acessível”, que acontece no sábado, dia 24/09, às 14h, com duração de 2h. Voltada para crianças e jovens a partir de 12 anos, são oferecidas 16 vagas. A iniciativa vai além da acessibilidade, pois os  jogos também estimulam a socialização e o desenvolvimento cognitivo.

Os participantes poderão praticar jogos de boardgames (jogos de tabuleiro) e RPG (roleplay game). Diferentes títulos serão disponibilizados com o intuito de apresentar jogos lúdicos à população surda ou cega. Os jogos podem abordar diferentes temáticas, como consciência ambiental, povos indígenas, folclore brasileiro dentre outros. A oficina acontecerá em parceria com o projeto Tabuleiro Acessível, que tem por objetivo acessibilizar e democratizar a cultura de jogos de tabuleiro.   

O projeto Tabuleiro Acessível  existe desde 2017 e foi criado pelo psicólogo e intérprete de Libras Rafael Ribeiro. Atualmente, possui na equipe instrutores de jogos que tornam possível a conexão entre os jogadores, sejam eles surdos ou ouvintes, com diversas formações e experiências, todos atuando como voluntários.  Também atuam no RPG para pessoas cegas ou com baixa visão.  Conheça mais sobre o projeto em instagram.com/tabuleiroacessivel/

O Espaço do Conhecimento UFMG, por meio da Fundação de Apoio da UFMG (Fundep), estimula a construção de um olhar crítico acerca da produção de saberes. No museu, a programação diversificada inclui exposições, cursos, oficinas, apresentações culturais, palestras e debates. Integrante do Circuito Liberdade, o Espaço é fruto da parceria entre a UFMG e o Governo do Estado de Minas Gerais. O Espaço integra a Pró-reitoria de Cultura da UFMG (Procult), é amparado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura e conta com patrocínio do Instituto Unimed-BH, viabilizado por mais de 5,2 mil médicos cooperados e colaboradores e da Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig.

Sobre o Instituto Unimed-BH

Associação sem fins lucrativos, o Instituto Unimed-BH, desde 2003, desenvolve projetos socioculturais e ambientais visando à formação da cidadania, estimular o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentar a economia criativa, valorizar espaços públicos e o meio ambiente. Ao longo de sua história, o Instituto destinou cerca de R$155 milhões por meio das Leis municipal e federal de Incentivo à Cultura, fundos do Idoso e da Infância e Adolescência, com o apoio de mais de 5,2 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. No último ano, mais de 6,5 mil postos de trabalho foram gerados e 4,8 milhões de pessoas foram alcançadas por meio de projetos em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. Acesse www.institutounimedbh.com.br e saiba mais.

Sobre a Cemig

A Cemig é a maior incentivadora de Cultura em Minas Gerais e uma das maiores do país, investindo em projetos culturais, esportivos e sociais, por meio das leis de dedução fiscal estadual e federal; preservando o patrimônio, a memória e a identidade dos mineiros. Além de incentivar produtores e artistas, o apoio da Cemig traz benefícios diretos à população, que passa a ter acesso aos bens culturais de maneira mais segura e democrática. A experimentação também está aliada ao negócio da empresa que, além de trabalhar com fontes de energia limpas e de matrizes energéticas sustentáveis, busca continuamente a inovação, aliada à pesquisa e ao desenvolvimento.