Notícias

31 de julho de 2004

Ponto de encontro: Até Breve, Diamantina

O sol abriu uma janela no céu azulíssimo, coroando o encerramento de mais um Festival de Inverno. Puro ouro e cristal. A natureza quis assim premiar duas semanas de trabalho realizado sob frio intenso e muito calor humano.

Cinco anos recentes vividos em Diamantina nos autorizam a afirmar que o Festival se consolida, a cada nova edição, como uma conquista da cidade, uma presença entranhada na paisagem e na alma dos diamantinenses.

Poucas cidades de Minas podem se vangloriar de receber, em tão curto período, um elenco tão representativo do que existe de melhor na arte e na cultura do país. Poucos artistas e produtores culturais têm, por seu lado, o privilégio de experimentar uma convivência tão enriquecedora como a que nos propicia essa cidade singular pela graça, pela beleza e pela gentileza de seu povo.

Por tudo isso, nunca dizemos adeus. Até breve, Diamantina! (Fabrício Fernandino
Coordenador Geral do Festival de Inverno da UFMG
)

Sérgio Santos e banda Eyuphuro fecham o Festival

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Os moçambicanos da banda Eyuphuro, que encerram hoje a programação de eventos do Festival
Foto: Divulgação

 

Depois de duas semanas de muita arte e cultura, o 36º Festival de Inverno da UFMG chega ao seu final com um saldo positivo. Exibindo um alto nível de qualidadenas nas atividades das oficinas e uma grande procura do público pelos espetáculos, o programa de extensão, realizado desde 1967, termina hoje com mais um show do projeto Na Ponta da língua - Arte dos povos que falam português. Apresentam se hoje o sambista mineiro Sérgio Santos e o grupo Eyuphuro, de Moçambique.

Mineiro de Varginha, Sérgio Santos começou sua carreira musical em 1982, cantando ao lado de Milton Nascimento. Desde então, já ganhou vários prêmios em festivais de música e trabalhou como produtor e arranjador de discos.
Mesmo com a longa carreira, essa será sua estréia em Diamantina. No show de hoje, o compositor apresentará músicas do seu quarto disco, que foi recentemente lançado, e de seu disco anterior, ÁFRICO, que faz um apanhado das influências da cultura africana na cultura brasileira.

A escolha desse repertório não foi à toa. Sérgio se apresenta antes do grupo Eyuphuro de Moçambique, com o qual já havia se apresentado anteontem, em Ouro Preto. O grupo foi o primeiro de seu país a alcançar projeção internacional. Segundo Sérgio, os povos africanos têm uma identidade comum com o povo brasileiro e oportunidades de intercâmbio cultural como essa, deveriam acontecer sempre.

“A possibilidade de contato com outras culturas de língua portuguesa é algo muito importante. É um projeto muito interessante. A língua é o meio primordial de comunicação”, ressalta Sérgio. O sambista também destaca a importância do Festival de Inverno para Minas Gerais. “O Festival promove uma ligação entre turismo e cultura. Isso é muito legal”.

Na apresentação de logo mais, Sérgio Santos deve convidar o Eyuphuro para uma participação especial. Durante a passagem de som de seu show em Ouro Preto, ele estava tocando uma melodia aleatória no violão quando os músicos de Moçambique começaram a interagir, tocando percussão. A novíssima composição em conjunto também deve ser apresentada para o público de Diamantina. (Alfredo Brant)

Comitê inter-universitário propõe intensificar intercâmbio cultural na América Latina

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Reunião que aprovou o Manifesto de Biribiri contendo metas para a integração cultural entre universidades sul-americanas
Foto: Foca Lisboa

 

Representantes de sete universidades públicas do Brasil, Uruguai e Argentina, participantes do Comitê Acadêmico de Produção Artística e Cultural da Associação das Universidades do Grupo Montevideo (AUGM) fecharam ontem, 30, em Diamantina (MG) o encontro em que discutiram políticas de colaboração e intercâmbio cultural entre as instituições integrantes da rede.

A AUGM existe desde 1991, enquanto o Comitê Acadêmico de Produção Artística e Cultural, idealizado pelo professor Damián Rodríguez Kees, seu coordenador de 2000 a 20004, foi criado há cinco anos e é composto por 17 universidades do Brasil, Argentina, Paraguai e Chile. O encontro de Diamantina faz parte da programação do 36º Festival de Inverno da UFMG.


Manifesto
No documento final chamado Manifesto de Biribiri, por ter sido aprovado na manhã de sexta-feira, em reunião realizada naquele distrito diamantinense, os signtários propõem-se a "colaborar em todas as instâncias possíveis para o aprofundamento da reflexão crítica sobre as fronteiras contemporâneas que se colocam às artes e às culturas, desde os umbrais geopolíticos e econômicos até as barreiras criadas pelos preconceitos que impedem na atualidade a livre circulação e o acesso de todos os povos às culturas e às artes em suas diversidades e alteridades, qualificando e promovendo as manifestações culturais e artísticas latino-americanas" (Leia a íntegra do manifesto).

Para Fabrício Fernandino, representante da UFMG no Comitê, o fato de a reunião realizar-se durante o 36º Festival de Inverno realça o seu caráter simbólico e reforça o propósito de estreitar o intercâmbio inter-universitário entre nossos países. "Foi um momento de propor diretrizes, estabelecer metas e elaborar projetos, eliminando as fronteiras físicas e intelectuais no campo da arte e da cultura", diz Fernandino.

A partir desse encontro, passa a existir a subcoordenação do Comitê, que será assumida pela Universidade Federal do Paraná. Já a coordenação, até então sob a responsabilidade do idealizador do Comitê, Damián Kees, da Universidad Federal del Litoral (Argentina), será assumida pela Universidad Nacional de La Republica (Uruguai). O coordenador será nomeado pela própria universidade.

Propostas
Entre propostas discutidas durante o encontro estão a de criar um link do Comitê na página da Aumg na Internet, contendo histórico, documentos, propostas, trabalhos sobre cultura e informações sobre projetos das universidades; incluir na programação dos principais eventos de cada universidade a participação de professores e alunos membros do Comitê; propiciar o intercâmbio de textos entre as publicações das instituições membras e fazer uma publicação com a memória do grupo.

Na última palestra da reunião, o pró-reitor de Pesquisa da UFMG, José Aurélio Bergmann, informou sobre os programas de pesquisa ligados à arte e à cultura na universidade mineira e sobre as possibilidades de intercâmbios investigativos nessa área. Após a explanação, foi acrescentada às propostas a implantação, em todas as universidades ligadas à AUGM, do programa Artista Visitante, já implementado pela UFMG.

Participantes
É a seguinte a relação das universidades participantes do encontro e seus respectivos representantes no Comitê Acadêmico de Produção Artística e Cultural da AUGM:

Universidade Federal de Minas Gerais
Fabrício Fernandino, diretor de Ação Cultural e professor de Escultura da Escola de Belas Artes
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Icleia Cattani, professor de Arte Contemporânea e representante das Relações internacionais do Instituto de Artes
Christoph Bernasiuk, responsável pela renovação do patrimônio Histórico da UFRS
Universidade Federal de Santa Catarina
Eunice Nodari, pró-reitora de Cultura e Extensão e professoa de História
Universidade Federal do Paraná
Paulo Chiesa, vice-diretor da Escola de Arquitetura
Universidad Nacional de Tucumán
Juan Tribulo, professor de Teatro da Faculdad de Artes
Universidad Nacional de la Republica/ Uruguai
Fernando Miranda, professor e da Escola de Belas Artes
Universidad Federal del Litoral/Argentina
Damián Rodriguez Kees, professor da Escola de Música


A alegria do circo nas ruas de Diamantina

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Alunos da oficina Circo em defile pelas ruas de Diamantina
Foto: Foca Lisboa

 

A cidade parou para ver o circo passar, no final da tarde de ontem. Os alunos da oficina Circo do Festival fizeram pelas ruas de Diamantina um animado cortejo, que saiu da rua da Quitanda e se encerrou na lona armada no Colégio Diamantinense. As atividades da oficinas se estenderam durante as duas semanas e os alunos foram divididos em duas turmas, uma de crianças e a outra de adolescentes e adultos.

Os artistas circenses se concentraram pra o cortejo, às 15h30, em frente ao bar Baiúca. Acompanhados de uma banda formada por três trompetes e um trombone, os alunos fizeram uma apresentação de malabares com pernas-de-pau. A trupe seguiu até a escadaria da Catedral, onde os artistas circenses executaram números no latão, além de acrobacias. Depois, foram até a rua Macau de Baixo, onde fizeram mais malabarismos.

Com a banda tocando animadas marchinhas, a comitiva finalmente chegou à lona. Lá todos assistiram à apresentação da turma das crianças de sete a doze anos. Os pequenos fizeram acrobacias, evoluções no trapézio e no rola-rola, além de apresentações no tecido e malabares.

Enquanto as crianças comandavam o espetáculo ao som de Antônio Nobrega e Funk Como Le Gusta (trilha especialmente escolhida pelos professores), vários pais filmavam e fotografavam seus filhos. Em seguida, três alunos da turma de adultos fizeram coreografias com tochas e cuspiram fogo. Ao final, os professores entregaram certificados a todos e fizeram agradecimentos gerais.

A professora Clerinha Rocha se diz muito satisfeita com a oficina. Ressaltou, que o circo, além de um espaço de aprendizado, é um lugar de alegria. “O trabalho foi muito positivo. Os meninos ficaram muito felizes e conseguimos ver a evolução de todas as crianças”, declarou. (Alfredo Brant)

Interação foi a tônica na mostra final das Artes Plásticas

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Modelo posa em aula da oficina Figura humana, experimentos para o corpo, o olhar e o desenho
Foto: Foca Lisboa

 

Um fio de barbante, papelão e criatividade. Este foi o material utilizado para uma corrida de bondinhos, um dos trabalhos expostos ontem, na Escola Estadual Leopoldo Miranda, por alunos da área de Artes plásticas do Festival.

À frente da corrida maluca, o artista Guto Lacaz e os participantes da oficina Introdução à escultura cinética ou mecânica básica para artistas. Eles exibiam com destreza o poder do movimento aplicado á arte, enquanto pelo pátio da escola alunos de outras oficinas podiam ser vistos torcendo animadamente pelos bondinhos preferidos.

A atividade fez parte da proposta da coordenação de Artes plásticas em expor os trabalhos dos participantes das oficinas, enquanto as aulas continuavam sendo desenvolvidas. Professores como Clébio Maduro, Paulo Laender e Eugênio Paccelli encheram as salas da escola ao longo do Festival, com um intenso volume de trabalho. “Havia momentos em que eu não sabia mais onde colocar os nossos desenhos. As paredes ficavam lotadas com os trabalhos dos alunos”, lembra o professor Eugênio Paccelli, da oficina Figura humana, experimentos para o corpo, o olhar e o desenho.

Outros professores preferiram expor os resultados em locais da cidade. O artista Marco Paulo Rolla exibiu na antiga cadeia de Diamantina os quadros da sua oficina A Pintura além da pintura, enquanto o professor Marcelo Drummond e seus alunos espalharam intervenções pelo centro e arredores da cidade.

Mário Zavagli, coordenador da área de Artes plásticas do Festival, conta que “a interação dos artistas com a cidade aconteceu o tempo todo, inclusive na apresentação dos trabalhos finais. Isso foi extremamente interessante, porque o Festival foi para a rua, as pessoas acabaram ampliando a interação com essas atividades”. (Renata Lobato)

Nas artes cênicas, experimento com liberade

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Fernando Mencarelli, que defende a dicussão do processo como produto das oficinas de Artes cênicas

 

Privilegiar o processo e não resultados finais. Não esperar uma mostra final pronta. Deixar o processo conduzir os trabalhos. Esta foi a proposta que orientou os trabalhos da área de Artes cênicas ao longo de todo o Festival.

A exposição dos processos desenvolvidos acabou trazendo um enriquecimento tanto do público, quanto dos envolvidos na oficinas. “Eu disse aos professores que se a gente quisesse mostrar algum resultado, era preferível exibir o processo para uma discussão, no último dia. Mostrar o que se quis fazer, onde se quis chegar e até onde se chegou”, explicou Ernani Maletta, coordenador da área de Artes Cênicas.

Grande parte das oficinas exibiu,então, uma aula aberta ao público. No saguão do Colégio Diamantinense, a oficina Teatro musical trazia o ensaio do quadro dois do primeiro ato da peça O Mambembe, de Artur Azevedo, abordada a partir de três perspectivas: da música, do trabalho autoral e via dramaturgia na questão da atualização do musical.

A dinâmica de trabalho satisfez os alunos, como Gilberto Rodrigues, participante da oficina e ator formado pelo Teatro Universitário da UFMG. Ele conta que “o sistema de exibição dos trabalhos deu uma certa liberdade porque não tivemos a obrigação de apresentar nada pronto. Trabalhamos acertando e errando. Sem pensar em resultado.”

Fernando Mencarelli, sub-coordenador da área e um dos professores da oficina Teatro musical, explicou o quanto é importante estar partilhando experiências entre os artistas e criadores envolvidos em diferentes processos. “É importante ver como você está trabalhando este ensaio, ouvir propostas. Isto é o que de certa forma aconteceu em todas oficinas. As portas se abriram para a gente partilhar vivências, sem pretensão de resultado, porque, na verdade, o teatro demanda tempo e nenhuma oficina necessariamente precisa resultar em alguma coisa.” (Renata Lobato)

Reportagem: andarilhos diamantinenses percorrem a Estrada Real

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Comitiva de andarilhos quando era recepcionada no Mercado Velho
Foto: Foca Lisboa

 

A praça do Mercado Velho, em Diamantina, ficou ainda mais animada no sábado, 31, último dia do 36º Festival de Inverno, quando os festivaleiros e a população se confraternizam. O motivo foi a chegada da turma de andarilhos liderada por Joaquim Ribeiro Barbosa, ou simplesmente seu Quincas, como é mais conhecido na cidade.

Amigos e parentes foram recepcionar a comitiva de nove pessoas que vinha de Ipoema, região do Quadrilátero Ferrífero do Estado. A corajosa trupe, que percorreu parte da Estrada Real, era só felicidade na manhã em que até o sol deu sua graça depois de tantos dias de frio e vento.

"Percorremos ao todo 260 km até chegar em Diamantina", explica Quincas, que é também editor do jornal Voz de Diamantina. "Saímos de Ipoema no dia 20 de julho. Na média, andamos entre 30 e 40 kilômetros." Para dar suporte técnico e logístico ao passeio, a turma do seu Quincas contou com o apoio de um pequeno jipe, onde a bagagem da turma era transportada.

"Com este passeio queremos provar que o turismo na Estrada Real é viável, sustentável", explica Quincas. "Fizemos as contas e concluímos que o gasto, por pessoa, diário é menos que R$40. Muito mais barato que ir para uma praia."
Estrada Real

Seu Quincas conta que em abril uma turma de 20 cavaleiros partiu de Diamantina e, pelo Caminho Velho, percorreu 890 km. "O governo do Estado do Rio de Janeiro está muito interessado na Estrada Real."

Essa estrada época colonial foi, durante muito tempo, a única via autorizada de acesso à região das reservas auríferas e diamantíferas da capitania das Minas Gerais. A circulação de pessoas, mercadorias, ouro ou diamante era obrigatoriamente feita nela, sendo crime de lesa-majestade a abertura de novos caminhos.

Mídia arte fecha atividades com mostra final

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Aluno trabalha em oficina de vídeo da área de Mídia arte, no Festival

 

Idéias, imagens, sons, experimentação. Foi o que se viu ontem, no auditório da Fafeid, quando aconteceu a mostra final da área de Mídia arte. Na ocasião, foram apresentados os trabalhos das seguintes oficinas: Imagem-código , da professora. Giselle Beiguelman; Linguagens em mutação: vídeo x música com Eduardo de Jesus; A filosofia da fotografia com Mário Ramiro; Cinema de cozinha, com Cao Guimarães; e Microtransmissão – faça você mesmo uma estação de TV, dos professores Sagi Groner e Alex Fischer.

A artista Giselle Beiguelman não tinha como objetivo apresentar produtos finais, mas um aluno mostrou algumas imagens feitas durante o Festival. A oficina de Eduardo de Jesus terminou no dia 23 de julho, mas os videoclipes produzidos pelos alunos foram exibidos junto com a mostra final. Os alunos de Mário Ramiro mostraram fotos mais plásticas e experimentais.

Da oficina de Cao Guimarães foram apresentados cinco vídeos. Um deles, sobre uma prostituta da cidade, agradou ao público. “O vídeo da prostituta foi muito bem feito, muito forte”, disse o irlandês Sagi Groner, professor da oficina de microtransmissão. “Mas no geral, achei os trabalhos um pouco sem fundamento, sem conteúdo”, completou Groner.

Em relação à exibição de seus próprios alunos, Groner acredita que houve um diferencial: “A nossa oficina foi a única em que cada um fez pequenas atividades sobre a mesma idéia para um trabalho final coletivo”, afirmou o israelense. Através dos transmissores que os alunos construíram, foi montada uma pequena estação de TV. Dessa forma, além do vídeo exibido no telão, foi possível transmitir também nas duas televisões colocadas no auditório. (Yara Castanheira)

Reconstrução da cidade abandonada

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Aluna exibe trabalho construído na oficina Escultura, ministrada por Paulo Laender

 

Resíduos, lixo, ferro velho, fragmentos de uma cidade abandonada. Este foi o ponto de partida da oficina Escultura, ministrada neste Festival pelo professor da Escola de Belas-Artes da UFMG, Paulo Laender. Os alunos caminharam por Diamantina procurando objetos abandonados que os atraíssem, de forma intuitiva, por algum motivo.

Partes de janelas, pás de lixo, vassouras, troncos de árvores, foram apropriados e transformados em escultura. “Foi um trabalho poético, porque acabamos reconstruindo a história da cidade, a partir de referências da história do artista”, conta Laender.

O professor trabalhou com os alunos as dimensões racional e emocional, procurando despertar neles a idéia de equilíbrio. A forma como cada um empregou os dois lados foi objeto de reflexão do grupo, que utilizou inclusive a escolha do material para analisar as potencialidades de cada artista. Segundo o professor, as coisas orgânicas, que são trabalhadas na natureza, têm ligação mais forte com o mundo emocional, e as coisas geométricas, empregadas a partir do plano, da idéia, do projeto, têm mais a ver com a face racional. “Localizo nos alunos essas potencialidades de utilização, propondo trabalhar o equilíbrio entre eles.”

A oficina se desdobrou entre a conceituação e o aprendizado da escultura, e a intensa atividade prática a partir de um envolvimento com o lado inconsciente do artista. “Não deixo que o artista fique perdido num devaneio muito grande sobre o trabalho. Prefiro que ele se empenhe alucinadamente na prática, porque de repente ele desliga a cabeça e a forma começa a surgir espontaneamente”, explica o artista. (Renata Lobato)

Crônica: Diamantia? Por que?

Não sei.
Toda viagem é uma descoberta, ou uma redescoberta. De quê, vai se saber... Acho que aqui vim para descobrir a pedra, as pedras do caminho. A pedra é um enigma. Vivenciá-la é descobri-la. Da poesia da pedra no caminho se faz Diamantina; talvez por isso, o fascínio do sal, do luar, da água na pedra.

Diz-se que da pedra se faz a areia, e da areia, o vidro, e do vidro, o espelho. Descifrar a pedra, mirar o espelho e nele mergulhar. Assim, talvez, possamos chegar a nós mesmos, ao fundo, ao coração das coisas, ao diamante que se acha em todas as pedras. Chegar a Diamantina. (Ronaldo Nogueira, professor universitário em Lorena, SP)

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