Esse projeto, desenvolvido no interior do Grupo de Pesquisa “A modernidade ibero-americana e a capitania de Minas Gerais (séculos XVII-XVIII) – Espaços, Poder, Cultura e Sociedade” (CNPq), investiga o processo de produção e circulação de conhecimentos no mundo Atlântico moderno, durante o século XVIII e início do XIX, momento fulcral de formação da sociedade contemporânea, articulando novos conceitos e novas metodologias. Para essa análise, parte-se de um novo conceito, o de intertradução, que ao agregar ao conceito de tradução o prefixo inter, expressão latina que significa entre, salienta que as transformações operadas no campo do conhecimento ocorrem em todos os locais onde o mesmo circula, pois o conhecimento move-se em todas as direções por meio das redes que as conectam. Dessa forma, rompe-se com as análises tradicionais de que o conhecimento se irradiaria apenas em numa única direção, ou seja de um centro de onde uma nova ideia parte para a periferia, onde a mesma é apropriada e adaptada/“traduzida”. Em geral, das nações franco-saxãs europeias, para a periferia desse continente, especialmente a Península Ibérica, e em seguida para as terras transoceânicas, América, África e Ásia. Ao ser operado, o conceito de intertradução implode com as noções tradicionais de centro e periferia, permitindo compreender a formação do conhecimento de forma globalizada e sem fronteiras, a partir da conexão par a par de diferentes grupos espacialmente distantes, tanto intra quanto extra europeus. Dessa forma, busca-se construir um novo entendimento do sistema de pensamento hegemônico por essa época – o Iluminismo, discutindo e problematizando esse conceito.