“O mapeamento é epistemológico, mas também profundamente ontológico – é tanto uma maneira de pensar sobre o mundo, oferecendo uma estrutura para o conhecimento, quanto um conjunto de afirmações sobre o próprio mundo”.

(Kitchin, Perkins e Dodge, 2009)

O exercício de mapear a cultura nas universidades faz parte de um movimento de reconhecimento institucional de projetos e práticas culturais que vem crescendo desde a criação do Plano Nacional de Cultura (PNC), criado pela Lei n° 12.343, de 2 de dezembro de 2010.

O Mapeamento Cultural da UFMG (2019-2021) é um projeto de pesquisa, cujo principal objetivo é fazer um levantamento e consequente reflexão sobre os agentes e espaços culturais da UFMG, bem como conhecer, de modo sucinto, as ações por eles desenvolvidas de maneira a subsidiar a construção e condução das políticas de cultura da universidade. A realização da pesquisa é da Pró-reitoria de Cultura — que em 2019-2021 se configurava como Diretoria de Ação Cultural da UFMG — junto a pesquisadores convidados.

Como procedimento de pesquisa, o mapeamento permite documentar, retratar agentes, espaços e práticas culturais. Por meio de análises estatísticas, georreferenciamentos e leituras crítico-interpretativas das informações obtidas via coleta de dados, o mapeamento cultural possibilita a construção de um mapa da cultura de determinado território, um retrato circunscrito a determinado recorte temporal.

A primeira etapa da pesquisa consiste na coleta de informações junto à comunidade da UFMG, por meio de um questionário semi-aberto on-line (Google-forms). A construção desse instrumento de coleta de dados será mobilizada pelas seguintes perguntas:

  1. Quem são os agentes e espaços de cultura da UFMG?
  2. Onde estão localizados esses agentes e espaços?
  3. Em qual campo de conhecimento atuam?
  4. Quais são os tipos de ação cultural que realizam? 5- De onde são os agentes de cultura da UFMG?
  5. Com quais espaços de Belo Horizonte, de Minas Gerais, Brasil ou do exterior se relacionam?
  6. Com quais etapas do ciclo da cultura e das dimensões da cultura da UFMG se correlacionam?

O objetivo do referido questionário é propiciar um conjunto de informações que viabilizem o reconhecimento do campo cultural da UFMG —  agentes, espaços, ações vinculadas à cultura na UFMG, parcerias externas —, em um recorte temporal que abrange os anos de 2019 a 2021.

Na segunda etapa, os dados serão sistematizados de acordo com categorias referentes a tipo de agente cultural (individual ou coletivo), espaços culturais, etapas do ciclo de cultura e dimensões culturais. Será realizado também o georreferenciamento dos agentes individuais, parceiros. Este georreferenciamento permitirá a visualização das redes de cultura que a UFMG estabelece com o município de Belo Horizonte, com o estado de Minas Gerais, com o Brasil e com o exterior. Em seguida, os dados serão analisados estatística e qualitativamente.

Ao final do processo, o mapa cultural da UFMG — composto de imagens, infográficos, tabelas, mapas — será disponibilizado aqui no hotsite, e os resultados da pesquisa serão divulgados em artigos acadêmicos e comunicações em eventos acadêmicos e culturais.

Espera-se que, com o mapeamento cultural, constitua-se um retrato dos agentes, espaços e ações culturais na UFMG, viabilizando a construção de indicadores culturais e de informações quanti-qualitativas que subsidiem a elaboração de um futuro Plano de Cultura da UFMG.


Mapping is epistemological but also deeply ontological – it is both a way of thinking about the world, offering a framework for knowledge, and a set of assertions about the world itself. KITCHIN, R.; PERKINS, C.; DODGE, M. Thinking about maps. In DODGE; KITCHIN, R. e PERKINS, C. (Eds.). Rethinking maps: New frontiers in cartographic theory. London: Routledge: 2009.