Instalada no município de Caetité, na Bahia, a comunidade afrorreligiosa Ilé Àse Ojú Oórùn – nome em iorubá que significa Casa Poder do Olho do Sol – não atribui grande peso a bens materiais para medir sua felicidade. Por outro lado, a sensação de pertencimento comunitário, por meio da família e da religião, é o que torna seus membros felizes.
A conclusão é de estudo realizado no Programa Associado de Pós-graduação UFMG/Unimontes em Sociedade, Ambiente e Território, pelo pesquisador Ricardo Neiva Trindade, construído com base no conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB).
O indicador, que mede o bem-estar individual e coletivo, foi criado na década de 1970, na Ásia, e depois validado pelo Programa das Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Originalmente, a ferramenta considerava quatro dimensões. Na pesquisa, foram feitas adaptações, e por meio de entrevistas e da aplicação de um questionário, foram avaliadas nove variáveis: bem-estar psicológico, saúde, educação, cultura, governança, vitalidade, ecologia, padrão de vida e uso do tempo. Com base na análise dos resultados, foi atribuída nota de 1 a 4 para cada área. De acordo com a escala, 1 correspondia a “infeliz”, 2 a “pouco feliz”, 3 a “feliz” e 4 a “muito feliz”.
Individualmente, a área com menor nota foi governança, que recebeu 2,06. Por outro lado, a maior avaliação foi para a dimensão bem-estar psicológico, com 3,64. A média geral da comunidade, por sua vez, foi de 3,06.
Saiba mais sobre o estudo no novo episódio do Aqui tem ciência:

Raio-x da pesquisa:
O que é: Dissertação de mestrado que apresenta uma escala para medir a sensação de felicidade em uma comunidade afrorreligiosa da Bahia, com base no conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB), validado pelo Programa da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Autor: Ricardo Neiva Trindade
Orientador: Roberto do Nascimento Rodrigues
Programa de Pós-graduação: Sociedade, Ambiente e Território
O episódio 184 do Aqui tem ciência tem produção e apresentação de Bruno Pereira, edição de Alessandra Ribeiro e trabalhos técnicos de Cláudio Zazá. O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos realizados na UFMG e abrange todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da emissora apresenta os resultados de uma pesquisa desenvolvida na Universidade.
O programa vai ao ar na frequência 104,5 FM e na página da emissora, às segundas, às 11h, com reprises às sextas, às 20h, e pode ser ouvido também em plataformas de áudio como Spotify e Amazon Music.