Herbário Norte Mineiro é retratado em um capítulo da obra

No último dia 6 de dezembro ocorreu o lançamento do livro “Rede de Museus e Espaços de Ciências e Cultura da UFMG: percursos e experiências formativas”, no auditório Maria Sinno da escola de Enfermagem da UFMG. O encontro, que contou com a participação do Pró-Reitor de Extensão, Prof. Glaucinei Corrêa, foi um momento marcante para a valorização da Rede de Museus da UFMG, diretoria da PROEX, em parceria com os espaços de Ciência e Cultura da UFMG. Na primeira parte do lançamento, participaram da abertura o pró-reitor de Extensão da UFMG, professor Glaucinei Corrêa, a professora Maria Inês Barreiros Senna, da coordenação da Rede de Museus da UFMG, e a secretária Ludmila Gomides, representando o deputado federal Patrus Ananias, que destinou recursos por meio de emendas parlamentares para a universidade, e a Profa. Fernanda Batista, coordenadora do Centro de Memórias da Escola de Enfermagem. Durante as falas foram ressaltadas a importância da Rede de Museus para a preservação do patrimônio universitário, científico e cultural, histórico e institucional da UFMG. Um exemplar desse livro já está disponível na biblioteca do campus regional Montes Claros.

Preservar as diferenças
Os textos do livro tratam de unidades como o Espaço do Conhecimento, o Centro de Referência em Cartografia Histórica, o Centro de Coleções Taxonômicas e os Centros de Memória da Odontologia, da Enfermagem e da Medicina, entre outros. O conjunto de textos é heterogêneo – e isso faz sentido. “A Rede nunca teve pretensão de uniformidade, ela atua sobre os elementos e interesses comuns, mas cuida também de preservar as diferenças entre os museus”, afirma Rita Marques, uma das organizadoras do livro. O Herbário Norte Mineiro, do campus regional Montes Claros, está representado na obra pelo capítulo: “Herbário Norte Mineiro: ensino, pesquisa e educação científica”.
Dedicada à ideia de uma rede desde antes da criação, Rita revela que a Rede de Museus nasceu sem sala própria, mas já realizava projetos como cursos de capacitação. Logo iniciou-se a luta pela institucionalização. “Isso era importante para levar o tema dos museus para a administração central e os gestores das unidades acadêmicas. A institucionalização possibilitou à Rede começar a pleitear e obter financiamentos, funcionários, bolsistas”, conta a ex-diretora. “A Rede de Museus também ajuda a lidar com questões comuns, como protocolos de segurança, prevenção de incêndios e acidentes, e a produção de diagnósticos diversos.”
A Rede é uma coordenadoria da Pró-reitoria de Extensão (Proex), conta Rita Marques, citando que essa instância, assim como Pró-reitoria de Pesquisa (PrPq), inclui, já há algum tempo, a Rede de Museus em seus editais para contratação de bolsistas. Ela salienta que vários ex-estudantes que passaram pelos museus e centros de memória e cultura estão cuidando hoje de preservar a memória de instituições como a Fundação Ezequiel Dias (Funed), a Santa Casa de Belo Horizonte e o Minas Tênis Clube, e atuam também nos museus da própria UFMG.
Problemas comuns

Grande parte dos projetos que mobilizam hoje os coordenadores de museus e centros de memória e cultura membros da Rede de Museus são estruturantes. Eles são concebidos com base em diagnósticos que detectam problemas comuns, independentemente da natureza do espaço. “Essa é uma característica da nossa rede, investir em iniciativas que abranjam várias unidades”, afirma a professora Maria Inês Barreiros Senna, que está à frente do Centro de Memória da Odontologia e coordena a Rede de Museus, ao lado da professora Rúbia Santos Fonseca, do Instituto de Ciências Agrárias (ICA), localizado no campus regional de Montes Claros, Rúbia coordena o Herbário Norte Mineiro.
“Algo muito relevante e único desse conjunto é a variedade de acervos, realidades e expertises dos profissionais associados. Isso proporciona a troca de experiências, a inspiração em espaços que estão passos à frente em relação à conservação e à comunicação, e também a qualificação na gestão dos espaços”, afirma Rúbia Fonseca, a vice-coordenadora da Rede. “Eu sou um exemplo disso: sou bióloga e curadora de um herbário, coleção biológica com a qual trabalhei ao longo de toda a minha formação profissional. Com a Rede de Museus e as oportunidades que toda a equipe teve, conseguimos nos qualificar e aprimorar a gestão e as práticas direcionadas principalmente para a preservação desse acervo.”
Sítio de Saluzinho

Foto: Ana Cláudia Mendes I UFMG
Além do Herbário Norte Mineiro, outro espaço do campus regional da UFMG em Montes Claros passa a integrar a Rede de Museus: o Sítio de Saluzinho. O ingresso foi aprovado na ultima reunião do Conselho Coordenador no dia três de dezembro. O Sítio de Saluzinho funciona como um centro de referência da cultura material da agricultura familiar e é desenvolvido em área no campus Montes Claros, que reúne agricultores, professores, alunos e técnicos da UFMG.
“A entrada de mais um espaço do campus regional de Montes Claros na Rede de Museus da UFMG, o Sítio de Saluzinho, fortalece a participação do Campus Montes Claros nos diferentes setores da universidade, permitirá que esse espaço se candidate a recursos direcionados e, de imediato, trará oportunidades e apoio para planejamento da gestão do espaço e treinamento dos mediadores. A exemplo, temos o Herbário Norte Mineiro, o primeiro espaço do Campus de Montes Claros a se vincular à Rede de Museus, atualmente, esse espaço já possui um Planejamento Estratégico, todos os bolsistas de extensão foram capacitados para mediação e diferentes recursos foram obtidos por oportunidades oriundas desse vínculo, como bolsas, material de consumo, mobiliário e equipamentos. Assim avançamos em passos largos na proteção do acervo do Herbário e na educação e popularização científica associados a essa coleção biológica”, afirma a professora Rúbia Fonseca.
Sobre a Rede de Museus da UFMG
Criada em 2001, a Rede de Museus teve papel fundamental para que a Universidade começasse a refletir sobre a preservação do patrimônio e da produção científica – e trabalhar mais intensamente por ela, na visão da professora Rita de Cássia Marques, aposentada da Escola de Enfermagem e atuante hoje na pós-graduação em História. Diretora da Rede de 2013 a 2017, ela é uma das organizadoras do livro recém-lançado Rede de Museus e Espaços de Ciências e Cultura da UFMG: percursos e experiências formativas. A outra organizadora é a professora Meily Linhales, da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, coordenadora do Centro de Memória da Educação Física, do Esporte e do Lazer.
Ao mesmo tempo que revela e celebra a trajetória de suas duas primeiras décadas de existência, a Rede empreende com vistas ao futuro. Criou um curso de educação museal e comunicação pública da ciência para professores da educação básica – que atenderá também bolsistas dos museus da Universidade – e desenvolve projetos destinados ao inventário dos museus, à gestão de risco e à elaboração de planos museológicos, entre outros tópicos.
(Itamar Rigueira I Cedecom , Vinícius Duarte I Proex , Ana Cláudia Mendes I Cedecom Montes Claros)