Dois trabalhos de Extensão e um de Graduação foram destaque no evento na capital mineira

Grupo do ICA que apresentou trabalhos na 31ª Semana do Conhecimento no campus Pampulha com vice-reitor, pró-reitor de Graduação e pró-reitora de Extensão da UFMG. (Cláudia Vieira/UFMG)

Três trabalhos desenvolvidos no Instituto de Ciências Agrárias (ICA) foram premiados na 31ª Semana do Conhecimento da UFMG, realizada em Belo Horizonte até a última sexta-feira, 21. Dois trabalhos de Extensão e um de Graduação foram agraciados.

Graduação

TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA MELHORIA DO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM NAS DISCIPLINAS DE “ESTATÍSTICA EXPERIMENTAL” E “ANATOMIA DAS ESPERMATÓFITAS”

Trabalho apresentado na 26ª Semana de Graduação abordou o uso da tecnologia como aliada no ensino. (Foto: Luciano Vieira/UFMG)

Na 26ª Semana de Graduação, o projeto Tecnologias digitais de informação e comunicação na melhoria do ambiente virtual de aprendizagem nas disciplinas de “Estatística Experimental” e “Anatomia das espermatófitas” recebeu a premiação. De autoria da acadêmica Sabrina Maiháve Barbosa Ramos e orientação dos professores Alcinei Místico Azevedo e Clívia Possobom, a atividade vem sendo desenvolvida no ICA desde outubro de 2021.
A professora e uma das coordenadoras do projeto, Clívia Possobom, conta que o trabalho teve como objetivo a utilização da tecnologia para auxiliar no ensino de duas disciplinas oferecidas no ICA. “São disciplinas de massa, que muitos alunos cursam. No caso de ‘Anatomia da Espermatófitas’, é uma disciplina de primeiro período, com muitos conceitos, muita coisa nova. E percebe-se uma grande porcentagem de retenção. Então, o uso de tecnologias digitais vem para poder melhorar estes índices”.
Para a doutoranda em Produção Vegetal e autora do artigo, Sabrina Maiháve Barbosa Ramos, o trabalho pode ser visto como a amplificação de ferramentas de ensino deixadas pela pandemia. “O trabalho é resultado do esforço de uma equipe comprometida com a missão de democratização do acesso à informação de qualidade. Sabemos a importância de produzir ferramentas inovadoras e disponibilizá-las para além do ambiente acadêmico, e assim fizemos. Então, sinto que cumprimos uma missão nesse caminho que pretendemos seguir, utilizando as tecnologias digitais da informação e comunicação como heranças positivas da pandemia para popularizar o conhecimento”.
A equipe desenvolveu um site onde são disponibilizados materiais sobre as disciplinas como fotos, textos e até atividades lúdicas relacionadas aos temas como palavras cruzadas e quiz. Foi criado ainda um perfil no Instagram com postagens relacionadas aos assuntos. São realizadas reuniões semanais por videoconferência para discussão de conteúdos e estratégias para o site e apostila didática desenvolvidos. “Ganhar este prêmio é um grande incentivo para que a gente continue a buscar formas novas de ensinar e de apresentar conteúdo para os alunos”, conclui a professora Clívia Possobom.
“A premiação nos trouxe uma alegria muito grande por nos indicar que estamos no caminho certo, não somente para este projeto, também para os demais trabalhos do ICA que se destacaram na qualidade e valor social”, afirma a doutoranda Sabrina Ramos.

Extensão

COMUNICA: HÁ 5 ANOS NA LUTA PELA DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO AO ENSINO SUPERIOR

Curso preparatório para o ENEM oferecido pelo ICA foi um dos premiados no 25º Encontro de Extensão. (Foto: Kelia Santos/UFMG)

O trabalho do ComunICA, curso de preparação para o ENEM oferecido pelo campus da UFMG em Montes Claros, está entre os agraciados no evento no campus Pampulha. Criado há 5 anos, o curso já atendeu gratuitamente a mais de 400 alunos. “O cursinho tem como lema democratizar o acesso ao ensino superior dos alunos carentes oriundos de escolas públicas, que não têm condições de acessar um cursinho pago. Esse trabalho para nós é muito relevante. São vários alunos e colabores externos que dedicam parte do seu tempo na semana, à noite. Como dizia Paulo Freire, “mudar é difícil, mas é possível”. Dentro dessa perspectiva, passamos momentos difíceis com a pandemia, ensino remoto. Mas desde 2018, temos tentado fazer uma mitigação dessa discrepância social do acesso ao ensino superior”, contou o professor Dalton Rocha Pereira, coordenador do projeto.
O artigo inscrito contou com a colaboração de 11 autores, a acadêmica Bárbara Clara Soares Fonseca foi a responsável por fazer a apresentação em Belo Horizonte. O ComunICA conta hoje, com 23 professores voluntários. Para o professor, a premiação é motivo de muita alegria para toda a equipe. “A gente recebe essa premiação muito satisfeito. Mas a premiação maior é saber que estamos contribuindo para diminuir essa diferença que existe para acesso ao ensino superior, por meio dos alunos que conseguiram êxito após passar aqui no cursinho. O trabalho de todos os colabores, voluntários deve ser enaltecido”.

A acadêmica Bárbara Clara Soares Fonseca foi a responsável por apresentar o artigo em Belo Horizonte. Para ela, um momento de muita emoção. “Para além, o reconhecimento recebido por meio da premiação da semana do conhecimento, 25° encontro da extensão, foi um grande passo e nos mostra que estamos no caminho certo. O sentimento de fato é de dever cumprido e com certeza nos motiva a fazer sempre mais”, afirmou.

AMÊNDOA DE MACAÚBA: INCENTIVO À AGRICULTURA FAMILIAR POR MEIO DO CULTIVO E DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS

Trabalho sobre uso da amêndoa de macaúba na alimentação foi desenvolvido em parceria com outras instituições. (Foto: Ana Flávia Santos/UFMG)

Outro trabalho premiado foi o desenvolvido no curso de Engenharia de Alimentos do ICA com a amêndoa de macaúba. A atividade teve início em junho do ano passado e deve ser concluída este mês. “Este foi um trabalho feito em parceria da UFMG com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e com a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Além disso, tivemos parceria com empresas: a Soleá Soleum, que é uma empresa que nos forneceu a macaúba, foi até a comunidade ensinar como cultivar e coletar o fruto. E a cooperativa Grande Sertão, de Montes Claros, fez a extração do óleo da amêndoa da macaúba, que foi o material do nosso projeto”, explica a professora Caroline Liboreiro Paiva, coordenadora do projeto na UFMG.
A UFV desenvolveu uma cocada e a UFOP, um extrato de amêndoas. Dentro do trabalho conjunto, a UFMG ficou responsável por desenvolver produtos de panificação, como bolos e cookies com a amêndoa da macaúba. A macaúba fora do pericarpo (camada mais dura da amêndoa) e já branqueada foi doada pela Soleá Soleum. Com o óleo extraído na cooperativa Grande Sertão, foi feita a farinha de macaúba, a partir da qual foram desenvolvidos os produtos de panificação. Após verificação de análise sensorial, os produtos foram levados para uma associação na comunidade de Goiabeiras, distrito de Acaiaca próximo a Mariana. “A associação é composta por 16 agricultoras familiares e foi escolhida por ter famílias que foram atingidas pelo rompimento da barragem do Fundão em 2015 e também foram afetadas economicamente pela pandemia da Covid-19. O desenvolvimento dos produtos foi uma forma que encontramos de ajudá-las a gerar uma renda extra, além de poderem vender produtos mais saudáveis ao consumidor”, conta a aluna do curso de Engenharia de Alimentos do ICA e autora do artigo, Maria Eduarda Soares Andrade.

Trabalho de Extensão desenvolveu produtos de panificação, como bolos e cookies com a amêndoa da macaúba. (Foto: Ana Flávia Santos/UFMG)

Para a acadêmica, receber a premiação foi extremamente gratificante. “Receber o reconhecimento da UFMG é sem palavras, ainda mais porque todos os projetos inscritos e apresentados na Semana do Conhecimento foram muito bons e todos trazem um impacto positivo para a sociedade. Receber o prêmio também é uma forma de reforçar como é importante lutarmos pela ciência, pela educação e pela profissão que escolhemos”.
A professora Caroline Liboreiro Paiva, também agradeceu o reconhecimento e adiantou que mais atividades como esta devem vir. “Para nós foi um trabalho muito interessante porque mostra os benefícios destas parcerias, como elas agregam para todo mundo. Quando várias pessoas estão envolvidas, a contribuição e os frutos são bem maiores, sem dúvidas. Isso tudo nos deixou bastante satisfeitos. Inclusive, estamos com uma proposta de um novo projeto, que já foi submetido à Fapemig e estamos esperando resposta. É um trabalho de Extensão semelhante a este, na região do Norte de Minas, com a macaúba”.

ICA na 31ª Semana do Conhecimento da UFMG
Durante a 31ª Semana do Conhecimento da UFMG, foram apresentados 15 trabalhos desenvolvidos no Instituto de Ciências Agrárias. Sendo seis de Extensão, um de Mobilidade Internacional, um da 12ª Jornada de apresentação do conhecimento produzido pelos servidores TAE da UFMG, três de graduação, dois de Iniciação Científica e dois do Programa de Apoio à Inclusão e Promoção à Acessibilidade (Pipa).

(Ana Cláudia Mendes/UFMG)