Aulas
nos parques estimulam uso correto de plantas medicinais 14/01/2004 Ana
Rita Araújo Oficina de preparação
de remédios caseiros e aula prática para reconhecimento de plantas
medicinais são algumas das atividades do projeto Fitoterapia no Parque,
que acontece a partir de fevereiro em áreas verdes da capital.
Coordenado
pelo Grupo de Estudos e Pesquisas de Plantas Aromáticas, Medicinais
e Tóxicas (Geplamt), da UFMG, o projeto é parte do Circuito
das Plantas Medicinais e Aromáticas de Belo Horizonte, que tem por
objetivo orientar a população quanto ao uso adequado das plantas
medicinais e da fitoterapia, além de valorizar as plantas medicinais nativas
do Brasil.
"Esse processo pode contribuir para a conservação
das plantas e das práticas tradicionais a elas associadas", justifica
Maria das Graças Lins Brandão, coordenadora do Geplamt e professora
da Faculdade de Farmácia da UFMG.
Segundo a professora, a população
brasileira pouco conhece a flora nativa. Pesquisa realizada pelo Geplamt, com
apliação de 1.072 questionários, revelou que das 15 plantas
mais citadas pelos entrevistados, apenas cinco eram do Brasil. "As espécies
nativas de uso consagrado na tradição popular foram sendo esquecidas,
seja pela destruição dos seus habitats, pela coleta predatória
ou pela falta de interesse das novas gerações", lamenta a pesquisadora.
Guia A
crescente busca pelas plantas medicinais e pela fitoterapia, aliada à existência
de ambientes adequados para a disseminação deste tipo de conhecimento
- as áreas verdes mantidas pela Prefeitura e pela Universidade - facilitou
a criação do Circuito das Plantas Medicinais e Aromáticas
de Belo Horizonte. A proposta gerou uma publicação, à
venda nos parques, com dados sobre as plantas medicinais existentes em seis áreas
de conservação ambiental da cidade.
O Guia Informativo
traz fotografias e textos sobre 20 espécies medicinais nativas do Brasil
que compõem a flora dos parques Fazenda Lagoa do Nado, Museu de História
Natural e Jardim Botânico, Parque Municipal, Parque das Mangabeiras, Parque
Burle Marx e Estação Ecológica.
"Esperamos que
este trabalho seja um instrumento para que a população de Belo Horizonte
aproveite melhor as plantas medicinais como recurso terapêutico e aprenda
a valorizar as planas nativas do Brasil e a cultura popular a elas associadas",
comenta Maria das Graças, que organizou e lançou, durante o Fórum
Social Brasileiro, no final do ano passado, o livro Plantas Medicinais &
Fitoterapia (em Minas Gerais).
Programação
Aberto ao público, com taxa de R$40, o projeto Fitoterapia no Parque
acontece no último final de semana de cada mês, com atividades durante
todo o sábado e na manhã de domingo. Inscrições e
informações: (31) 3339-7670 e mbrandao@farmacia.ufmg.br.
Confira a programação: * 28 e 29 de fevereiro - Museu
de História Natural e Jardim Botânico da UFMG * 27 e 28 de março
- Parque Municipal * 24 e 25 de abril - Parque Fazenda Lagoa do Nado *
29 e 30 de maio - Parque Burle Marx (Parque das Águas, no Barreiro)
* 26 e 27 de junho - Parque das Mangabeiras * 24 e 25 de julho - Estação
Ecológica (Campus Pampulha, UFMG) |