Com a presença do reitor da UFMG, professor Ronaldo Tadêu Pena, e da vice-reitora, professora Heloísa Murgel Starling, a Faculdade de Fiolosofia e Ciências Humanas (Fafich) deu início às comemorações dos 70 anos de sua fundação, na noite de ontem. A solenidade contou com o lançamento de marca e selos comemorativos do aniversário e conversa sobre a memória da instituição, da qual também participaram os professores Joseph François Pierre Sanchis, Maria Efigênia Lage de Resende e Fábio Wanderley Reis. As comemorações foram realizadas no auditório Sônia Viegas da Fafich. Na abertura do evento, Ronaldo Pena ressaltou a importância da Faculdade para a UFMG e citou livro escrito pelo professor Lúcio dos Santos na década de 30, que refletia sobre a necessidade de se ter no Brasil uma faculdade de filosofia e ciências. “Já naquela época, se fazia sentir a necessidade da criação de uma instituição como esta”, afirmou o professor Ronaldo Pena. Em 1939, Lúcio dos Santos se tornou o primeiro diretor da então Faculdade de Filosofia. O diretor João Pinto Furtado prosseguiu falando da importância da Fafich para Universidade, representada principalmente pelos 1800 alunos de outras Escolas da UFMG que a Fafich recebe semestralmente. “Estes estudantes vêm buscar a diversidade de pensamento e conhecimento. Para comemorar os 70 anos, foi criada uma logomarca que expressa ao mesmo tempo esta diversidade e a unidade características da Fafich”. A marca comemorativa foi desenvolvida pela estudante do Curso de Comunicação Social, Bruna Araújo. Um pouco de história Pierre Sanchis abriu seu testemunho falando sobre o acolhimento que ele teve ao chegar como estrangeiro no Brasil, para lecionar na Fafich na década de 70. O professor contou que ao mesmo tempo que se vivia um clima marcado pelo silêncio e pelo medo da ditadura, encontrou na Fafich um convite aberto, a confiança expressa do diálogo, do debate. “Aquela pequena Fafich era um universo imenso de diálogo. A gente observava a convivência de pessoas com visão de mundo tão diferentes. No entanto, uma meta comum atravessava as diferenças: tratava-se de mudar o Brasil, de mudar a vida”. Já Fábio Wanderley falou sobre as muitas Fafich que fazem a riqueza da Instituição e sua importância para a UFMG. “Para falar da Fafich, temos que falar do pessoal da Casa D’Itália, do pessoal do Edifício Acaiaca, do pessoal da rua Carangola e porque não do pessoal da Rua Curitiba”, disse o professor referindo-se ao fato de parte do departamento de Sociologia e o departamento de Ciência Política terem suas raízes na Faculdade de Ciências Econômicas. Fábio Wanderley completou afirmando que o que encontrou na Faculdade foi a predisposição para um diálogo mais global “que sempre me tornou cara a Fafich. Esta casa continua minha. Por ter sido o que ela foi, por ser o que ela é”. (Com assessoria de comunicação da Fafich)
Na mesa sobre a memória da Fafich, a primeira a falar foi Maria Efigênia Lage, professora aposentada do departamento de História. Em seu depoimento, ela destacou os anos 60, época de seu ingresso na Faculdade. “Encontrei a Universidade dividida. A Universidade devia formar pessoas para as diversas profissões ou passar a formar uma massa crítica? O modelo da cátedra entrou em crise, e a universidade se transformou por inteiro.”
Mesa debate a memória da Fafich