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Pesquisa investiga influência da dieta sem glúten de trigo sobre a prevenção da obesidade

terça-feira, 18 de maio de 2010, às 7h05

A balança é a grande inimiga de muita gente. As pessoas são capazes de tudo para perder aqueles “quilinhos a mais” que tanto as incomodam. E é nessa busca pelo corpo ideal que começam a surgir versões sobre o impacto que cada alimento tem sobre os ponteiros da balança: “esse engorda, aquele emagrece, aquele outro faz mal à saúde”, e por aí vai.

A nutricionista Fabíola Lacerda conta que, na época em que trabalhava em supermercados, era procurada por pessoas interessadas em saber quais alimentos poderiam ajudar a perder peso. “Muita gente perguntava se era verdade que os produtos sem glúten eram bons para emagrecer. Como não havia pesquisas confirmando ou desmentindo essa hipótese, decidi focar meus estudos nessa área”, afirma. Os resultados obtidos com esse trabalho foram organizados na dissertação Efeitos de dieta isenta de glúten em modelo experimental de obesidade, defendida por Fabíola em março, na Faculdade de Farmácia.

“O objetivo da minha dissertação foi avaliar se a exclusão do glúten de uma dieta poderia ter algum papel na prevenção da obesidade e de suas complicações metabólicas”, explica a pesquisadora. Para isso, ela observou durante oito semanas as alterações físicas ocorridas em um grupo de camundongos com alimentação rica em glúten de trigo e em outro cuja dieta não continha essa proteína. Os resultados mostraram que o ganho de peso dos animais que não ingeriram glúten foi 22% menor que o daqueles que ingeriram a substância. O grupo da dieta sem glúten apresentou ainda ganho de gordura visceral 33% menor e uma diferença de 17% a menos na taxa de glicose no sangue em jejum.

Segundo Fabíola Lacerda, os resultados são promissores, mas é preciso avançar ainda mais nos estudos antes de testar a dieta em humanos. “No meu doutorado, pretendo pesquisar quais mecanismos levaram aos efeitos observados para saber se a dieta sem glúten também ajuda a prevenir a obesidade em seres humanos”, afirma. A nutricionista lembra ainda que, mesmo com resultados positivos, uma dieta sem glúten não impediria isoladamente o surgimento de uma doença como a obesidade, que é multicausal. “São necessárias diversas medidas preventivas ou terapêuticas para combater a obesidade. Se os efeitos observados na pesquisa se confirmarem em humanos, serão um fator a mais na prevenção e tratamento da doença, mas sempre associados a uma alimentação equilibrada e à prática de atividade física”, conclui Fabíola.

Quem não pode comer
Desde 1992, as empresas que fabricam produtos que contêm glúten são obrigadas a indicar em suas embalagens a presença ou não da substância. Essa indicação não é destinada a quem quer emagrecer, mas a portadores da doença celíaca. Pessoas com essa doença demonstram intolerância ao glúten. Em consequência disso, a ingestão de alimentos com essa proteína pode danificar as paredes do intestino delgado, causando diarreia, anemia e outras reações agressivas ao corpo.

“As pessoas que apresentam a doença celíaca precisam retirar o trigo de sua alimentação diária, tomando cuidado para que isso não prejudique sua dieta de carboidratos”, explica Fabíola, lembrando que a doença não possui tratamento, podendo ser somente controlada. Para substituir o trigo, o celíaco ou qualquer indivíduo interessado em cortar o glúten da sua dieta alimentar pode optar pelas farinhas de milho e mandioca, fubá, polvilho, quinua, fécula de batata, amido de arroz e diversos outros produtos.

Para Fabíola Lacerda, é fácil, hoje em dia, encontrar alimentos sem glúten no mercado, e a tendência é que esse setor cresça nos próximos anos. “Assim como os produtos diet, que há alguns anos eram muito criticados pelo gosto ruim, os produtos sem glúten estão muito mais saborosos e vêm ganhando cada vez mais espaço nas prateleiras dos supermercados”, afirma a nutricionista.

Para crescer sem murchar
Com certeza, o leitor já viu a expressão “contém glúten” em alguma embalagem de bolo ou pacotinho de macarrão. O glúten é uma proteína encontrada em diversos cereais, como aveia, cevada, centeio e, principalmente, no trigo. Neste último, ele é o responsável por reter os gases e vapores provenientes do processo de fermentação, sendo essencial para fazer o alimento “crescer”.

“Sem o glúten, o pão cresceria, mas logo depois murcharia. Ele funciona como uma espécie de esqueleto da massa, que a mantém inflada”, compara Fabíola Lacerda. Em sua pesquisa, a nutricionista estudou apenas o glúten de trigo, mas ela pretende realizar testes com o glúten encontrado em outros cereais. “Como o trigo possui taxa de glúten mais elevada, talvez seja o único a apresentar resultados expressivos como os revelados pela dissertação”, especula Fabíola.

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