Universidade Federal de Minas Gerais

Ação de extensão da UFMG incentiva mulheres a enfrentar a violência doméstica

23 de março de 2015

O Grupo de Estudos em Gênero, Sexualidade e Sexo na Educação (GSS) da Faculdade de Educação (FaE) da UFMG inicia amanhã, 24 de março, às 18h30, o projeto de extensão Ágora – ações educativas de enfrentamento da violência doméstica – mulheres protagonistas de sua vida.

O grupo promoverá encontros semanais com acompanhamento de equipe multiprofissional. As atividades serão realizadas sempre às terças-feiras, na Biblioteca Professora Alaíde Lisboa de Oliveira, da FaE, no campus UFMG Pampulha. A coordenadora da ação de extensão garante o sigilo dos encontros. “No grupo adotaremos codinomes. Somente as mulheres que quiserem utilizarão seus nomes verdadeiros. A identidade será totalmente protegida”, assegura Adla Betsaida Martins Teixeira, da Faculdade de Educação, coordenadora do projeto e representante da sociedade civil na Rede de Proteção às Mulheres.

Realizado em parceria com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o Ágora desenvolverá ações educativas gratuitas em benefício de vítimas de violência doméstica, incentivando o protagonismo. “O objetivo é ouvi-las, mostrar que a experiência de violência precisa ser enfrentada”, afirma a professora. O nome Ágora é uma alusão à praça onde os gregos se reuniam para discutir questões da cidade – na sociedade celta, em que não havia diferença de gêneros, as reuniões envolviam as mulheres.
“O mais importante é estimular as mulheres a não sucumbirem à violência de gênero e a não se conformarem com a velha ideia do ‘deixa pra lá ou finja que não é comigo’”, resume a professora Adla

Agressão física, verbal, assédio moral e sexual, discriminação de gênero são algumas formas de violência sofridas pelas mulheres em casa, no trabalho, na escola ou em outros ambientes sociais. Em 2014, Minas Gerais registrou, segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social, 130.343 notificações de violência doméstica e familiar contra a mulher. Mais de 10% dos casos ocorreram em Belo Horizonte.

Adla também chama a atenção para questões de gênero entranhadas culturalmente. “Muitas de nós somos ainda mais misóginas que os homens. O machismo não está, necessariamente, em um corpo masculino; há alunas das áreas de exatas ou tecnologias – como verificado em pesquisas que venho desenvolvendo há três anos – que passam durante a graduação por um processo de transformação em ‘quase homens’, em que assumem ou têm de assumir posturas típicas de cientistas de sucesso (padrão homem, branco, classe média ou alta) para conquistar um lugar na academia. Enfim, as violências de gênero são praticadas rotineiramente tanto por homens quanto por mulheres”, argumenta.

A equipe é formada por pesquisadores e estudantes das áreas da educação, antropologia, pedagogia, direito, arte, sociologia, saúde, comunicação, teatro, além de advogados, delegados, juízes, desembargadores e outros especialistas. Cada encontro reunirá até 30 mulheres encaminhadas pela 13ª Vara do Tribunal de Justiça, pelo Hospital Militar de Minas Gerais e por pessoas da comunidade da UFMG. Interessadas podem solicitar ficha de identificação pelo e-mail mulheresagora@gmail.com.

Informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409-6192.
O perigo mora em casa

Estudos realizados no Brasil (ver anexo) e no exterior comprovam que a violência contra a mulher é um problema que exige ações incisivas de governos e sociedades. A Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo, revela que sete em cada dez mulheres no mundo foram ou serão violentadas em algum momento da vida. De acordo com a Organização Mundial de Saúde e a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, 35% dos homicídios de mulheres no mundo são cometidos por um parceiro íntimo.

O estudo Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que o Brasil ocupa a sétima posição no ranking de mortes de mulheres entre 84 países pesquisados. No país, 68,8% dos casos registrados, em 2014, pelo Disque 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, ocorreram dentro de casa e foram cometidos por pessoas com quem a vítima mantinha relação de afeto, como cônjuges, namorados, ex-maridos e ex-namorados.

Para inibir o número de homicídios, a presidente Dilma Rousseff sancionou, em 9 de março de 2015, a Lei do Feminicídio, que transforma em crime hediondo o assassinato de mulheres decorrente de violência doméstica ou de discriminação de gênero.

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