Nos dias 3 e 4 de agosto, o Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (Gesta) que desenvolve ações de extensão, ensino e pesquisa, realiza o seminário Mineração na América Latina: Neoextratisvismo e lutas territoriais. O evento será no auditório Sonia Viegas, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), campus Pampulha da UFMG e terá participação de pesquisadores e representantes de movimentos sociais latino-americanos. A abertura será ás 8h30 e a conferência, às 9 horas, será proferida por Eduardo Gudynas, do Centro Latino Americano de Ecologia Social do Uruguai.

A temática abordada será o setor extrativo mineral na América Latina, regulado pela demanda dos mercados internacionais e impulsionado por governos de todo o continente, e seus impactos nas questões ambientais e nas lutas pelos direitos territoriais de comunidades tradicionais, indígenas e rurais.

Estarão presentes pesquisadores brasileiros, argentinos, uruguaios, chilenos, bolivianos e colombianos, além de representantes do Movimento pelas Serras e Águas de Minas, do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração e de associações de atingidos pelo Porto do Açu e pelo mineroduto do empreendimento Minas-Rio.

A programação completa está em

http://conflitosambientaismg.lcc.ufmg.br/noticias/seminario-minerac%CC%A7a%CC%83o-na-america-latina-neoextratisvismo-e-lutas-territoriais/

O evento contará também com atividades culturais. No dia 3, haverá exposição de fotos de Sandoval Souza Pinto Filho, da cidade de Congonhas (MG). No dia seguinte, o grupo belo-horizontino Coco da Gente fará apresentação que mescla o ritmo afro-indígena do samba-de-coco com sapateado, teatro, ciranda, capoeira e samba-de-roda. Outras informações podem ser obtidas no site do Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (Gesta) ou pelo telefone (31) 3409-6301.

Gesta

As experiências de extensão do Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (Gesta), núcleo vinculado ao Departamento de Sociologia e Antropologia da Fafich/UFMG, remetem ao início dos anos 2000, com as ações de assessoria aos atingidos por barragens hidrelétricas no estado de Minas Gerais, sobretudo no Vale do Jequitinhonha. As atividades de extensão se associavam à pesquisa sobre licenciamento ambiental de barragens, projeto que contou com o financiamento da Fapemig e do CNPq entre 2001 e 2006, assim como o apoio da Proex-UFMG, através das bolsas de extensão.

Entre os anos de 2007 e 2010, em parceria com as equipes de pesquisadores do Núcleo de Investigações em Justiça Ambiental (Ninja) da UFSJ e do Núcleo de Investigações sobre Injustiças Socioambientais da Unimontes (Niisa) o Gesta desenvolveu o projeto Mapa dos Conflitos Ambientais no Estado de Minas Gerais2. Realizado em interface com a extensão, o projeto buscou refletir sobre os processos hegemônicos de apropriação do território, ao mesmo tempo que almejou uma ação transformadora no tocante à capacitação e ao fortalecimento político-participativo das populações afetadas por lógicas excludentes de exploração da natureza.

Em 2012, por meio do programa Tecnologias Sociais e Justiça Ambiental: Capacitação para Uso do Mapa dos Conflitos Ambientais de Minas Gerais, apoiado pelo Proext/MEC, o Gesta e seus parceiros iniciaram um processo de atualização do Mapa, com ênfase nas oficinas participativas. Estas já foram realizadas em oito mesorregiões do Estado, ocasião em que foi apresentada e distribuída também a cartilha: O Exercício da Cidadania Ambiental e dos Direitos Humanos, elaborada pelo Gesta, com a promoção de discussões sobre o licenciamento ambiental e a política de meio ambiente do estado de Minas Gerais como um todo.