
Sala da exposição ‘Mundos indígenas’
Foto: divulgação | Espaço do Conhecimento
Nesta terça-feira, 1º de julho, às 17h, acontece a abertura da exposição ‘Mundos Indígenas no mezanino do prédio da Reitoria, no Campus Pampulha da UFMG. Montada em 2019, no Espaço do Conhecimento UFMG, a mostra passa a ser itinerante na Universidade. A cerimônia de abertura terá a presença dos curadores curadores dos povos Yanomami, Ye’kwana, Maxakali, Xakriabá e Pataxoop, entre eles Davi Kopenawa, Célia Xacriabá e Isael Maxakali, e se articula com a programação de outros projetos de extensão que envolvem os Yanomami e os Ye’kwana. A mostra poderá ser visitada no espaço até o dia 15 de dezembro deste ano.
A exposição Mundos Indígenas foi construída originalmente no Espaço do Conhecimento UFMG, na Praça da Liberdade, e foi inaugurada em dezembro de 2019 como exposição temporária no 2º andar. Fechada na ocasião da pandemia de covid-19, foi reaberta e permaneceu em cartaz até setembro de 2023. Diante da potência epistêmica, política e pedagógica experimentada na exposição, planejamos a sua itinerância e estamos, pouco a pouco, possibilitando a sua continuidade e fomentando os seus desdobramentos.
Com esta primeira itinerância no mezanino da Reitoria, a exposição desloca-se do museu na cidade para a institucionalidade do campus da UFMG e marca a sua presença como gesto epistêmico em direção à pluriversidade. A partir desta remontagem, por meio do projeto de extensão Mundos Indígenas: projeto para um programa contínuo na UFMG e da ProCult, com recursos advindos da Emenda Parlamentar Célia Xakriabá, a exposição propõe envolver os estudantes e pesquisadores indígenas da UFMG e convidar ao diálogo a comunidade acadêmica em todas as suas unidades e cursos.
Nesta exposição, curadoras e curadores indígenas de cinco povos nos convidam a conhecer seus mundos. Mundos que criam e envolvem existências humanas e outras – como plantas, animais e espíritos – com quem convivem efetivamente. Em comum, mostram respeito e amor à Terra.
Aceitar o convite para compreender realidades indígenas depende de uma disposição sensível para experienciar seus mundos sem traduzir ou comparar com a nossa realidade conhecida. Seguindo a condução das curadoras e dos curadores indígenas, aprendemos a interagir com a diferença, aceitando o desafio de entender seus mundos em seus próprios termos.
A noção de mundo tem vários significados. No sentido mais amplo, abarca a dimensão concreta de toda a existência, como a noção de universo significa. Dentro desse universo de seres, objetos e relações, há mundos singulares, organizados em torno de interações específicas. Ou seja, o que entendemos como “grande mundo” contém mundos menores. Mas há outras possibilidades de entender a existência.
A pluralidade de mundos indígenas – como os aqui apresentados – nos mostra a possibilidade de outros englobamentos totais, ou a existência de universos, no plural. Os mundos indígenas se baseiam em premissas diferentes das que adotamos para definir o que existe. Cada mundo indígena é mostrado a partir de um conceito proposto pelas curadoras e pelos curadores:
në ropë, weichö, corpo-território, yãy hã miy e hãm’kuna’ã xeka.
Com os mundos indígenas, podemos aprender a coexistir, a interagir com respeito e cuidado. Aprender que existem outros mundos.
Exposição ‘Mundos Indígenas’
De 02 de julho a 15 de dezembro de 2025
Mezanino da Reitoria da UFMG
Campus Pampulha
Entrada gratuita.