Nota de Pesar

Adeus à Marizinha Nogueira, coodernadora e uma das fundadoras do Polo de Integração do Jequitinhonha

 

Marizinha em sua última viagem ao Vale do Jequitinhonha | Foto: Cleomar Poletto

É com imensa tristeza e sentimento irreparável de perda que a equipe da Pró-reitoria de Cultura da UFMG (Procult) recebe a notícia do falecimento de nossa colega Maria das Dores Pimentel Nogueira, a querida Marizinha, como gostava de ser chamada, ocorrido nesta terça-feira, 9 de setembro de 2025. Marizinha era coordenadora e uma das fundadoras do Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha, programa que desde 2019 faz parte da Procult.

Técnica em Assuntos Educacionais da UFMG e uma das principais referências nacionais para a Extensão brasileira, Marizinha dedicou sua vida à institucionalização da extensão, a integração entre universidade e sociedade e a democratização do conhecimento. Sua trajetória é indissociável da própria história e consolidação da Extensão como um pilar fundamental da educação pública brasileira.

Nascida no município de São José do Almeida, em 12 de julho de 1952, Marizinha graduou-se em Pedagogia pela UFMG, especializou-se em Educação e Problemas Regionais na Universidade Federal do Pará (UFPA), realizou mestrado e doutorado em Educação pela UFMG. Foi pró-reitora adjunta de Extensão da UFMG por dois mandatos (2002-2006 e 2010-2014), superintendente de Interiorização de Cultura  da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, coordenadora do Programa de Interiorização da UFPA, coordenadora de Programas de Fomento/Proex/UFMG e membro da Comissão Permanente de Avaliação do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras (Forproex), dentre outras atuações.

Em 2005,  foi agraciada com a Medalha de Honra JK, concedida pelo governador de Minas Gerais por recomendação dos membros do Conselho Permanente da Medalha Presidente Juscelino Kubistchek.

“Marizinha foi e será sempre uma grande referência para todos que trabalham com a cultura e a extensão universitária nacional e internacionalmente. Deixou um legado de grande importância no pensamento e na prática extensionista, tendo contribuído enormemente para a política nacional de extensão e para a articulação nacional de um movimento que fortaleceu a área no país e na América Latina. Sua grande a maior paixão foi o Vale do Jequitinhonha, onde, através do Programa Polo do Jequitinhonha, com quase três décadas de projetos e atividades, criou uma rede de amplo alcance por todas as cidades, formando e apoiando lideranças, associações e políticas que colocaram a região no centro das políticas públicas (como pró-reitora de extensão e no governo do estado, onde foi secretária de interiorização), afirmando sua riqueza cultural única no país. Mas mais que isso, Marizinha, com sua capacidade, energia e alegria contagiante presente em seu trabalho criou laços profissionais e de amizade que vão perdurar e marcar sua presença na história da Procult, da Proex, da UFMG e da extensão no país. Fará muita falta, mas deixa em nós sua presença querida e paixão pelas melhores causas”, afirma Fernando  Mencarelli, pró-reitor de Cultura.

O produtor cultural da UFMG, Sérgio Diniz, conhecia Marizinha há mais de 30 anos, os dois atuaram juntos em vários projetos da Universidade. Ele ressalta a personalidade e a postura profissional da amiga. “A Marizinha tinha muita integridade e muita ética, além de um excelente caráter. Ela era uma excelente amiga, uma pessoa de bem com a vida, com muita energia e muita empatia com o outro, além de uma preocupação constante de manter uma relação horizontalizada com as pessoas e com o pessoal do Vale do Jequitinhonha. Ela pregava que sua jornada era voltada para trabalhar ‘com’ o Vale, e não ‘para’ o Vale”, conta.

No última final  de semana, Marizinha Nogueira, como coordenadora do Polo Jequitinhonha, realizou o XII Fórum da Mulher do Jequitinhonha, em Itaobim, no Vale do Jequitinhonha. O servidor Cleomar Poletto, que atuava com ela no programa e participou do Fórum, destaca o legado de Marizinha para as mulheres do Vale e conta que ela estava fazendo o que amava nos últimos dias. “Marizinha fez a última jornada conosco, com as mulheres do Vale, fazendo o que gostava e com pessoas que amava. Ela estava muito feliz. O sonho dela agora é o sonho de muitas mulheres do Vale. Não é atoa que ela é conhecida lá, como Rainha do Vale. Uma pessoa amada e querida. É uma perda tremenda, mas ela semeou, plantou muito. E as plantas cresceram e irão dar frutos. Perdemos uma amiga. Perdemos uma extensionista, talvez a maior do Brasil. Foram 30 anos no Vale e com o Vale. Junto com muitas e muitos. Sonhos não morrem, ideias não morrem, multiplicam-se. As mulheres do Vale sabem disso. Ela empoderou muitas. Deu voz… Fez-se voz.”