Ofícios

Ceramista

O ofício de ceramista está representado aqui por muitas pessoas, em sua grande maioria, mulheres. Dona Ana do Baú e Dona Vitalina, de Minas Novas; Dona Izabel Mendes da Cunha, de Santana do Araçuaí, município de Ponto dos Volantes; Lira Marques, de Araçuaí; Noemisa Batista dos Santos, de Ribeirão de Capivara, município Caraí; Zezinha, de Campo Buriti, na divisa dos municípios de Turmalina e Minas Novas; Dona Zizi, de Guaranilândia, município de Jequitinhonha; João Alves, município de Taiobeiras; Ulisses Mendes, município de Itinga, Leo, município de Jequitinhonha. Podemos incluir aqui também a Zefa, de Araçuaí, que iniciou-se na arte trabalhando com barro, porém devido a problemas de saúde relacionados ao ofício passou a esculpir em madeira. Representam-se aqui também os ceramistas da Família Pereira, núcleo iniciado por Dona Maria José Chaves e pelo falecido Ulisses Pereira, de Santo Antônio, Caraí; especialmente, Margarida, José Maria e Rosana. Além dos citados nominalmente, há muitos outros artesãos ceramistas em atividade atualmente, especialmente nos núcleos de Campo Alegre e Campo Buriti (Turmalina/ Minas Novas), Pasmado e Pasmadinho (Itinga) e Santana do Araçuaí (Ponto dos Volantes).

Os ceramistas do Vale do Jequitinhonha obtêm a matéria-prima (barro) geralmente de locais próximos às suas casas. Cuidam da retirada, do transporte e do preparo do barro. Modelam sem a utilização de tornos ou moldes. Pintam geralmente com tintas obtidas do barro, explorando as diferentes tonalidades naturais, às vezes utilizando-se de pigmentos minerais e vegetais também. Por fim, as peças são queimadas em forno de barro, construídos por eles próprios. De acordo com essas características, acredita-se que a arte cerâmica do Vale tenha forte influência indígena.