Selecionamos
a seguir, dentre os resultados alcançados nos trabalhos de pesquisa e extensão
desenvolvidos pela UFMG neste Exercício de 2005, aqueles que em função de sua
natureza específica intervêm com maior ênfase no cotidiano da sociedade.
Estas matérias foram veiculadas no Boletim Informativo da UFMG e a íntegra das
mesmas poderá ser acessada pelo site www.ufmg.br/boletim
Por
uma saúde de ferro
Medicina
combate anemia com adição de sulfato ferroso à água consumida em creches da
capital
Ana Paula Ferreira
A
criança não quer brincar, está preguiçosa, sonolenta, com apetite
alterado e aprendizagem fraca. Estes podem ser sinais de uma conhecida inimiga
do desenvolvimento infantil: a anemia. Doença mais freqüente no mundo, chega a
atingir dois bilhões de pessoas, principalmente crianças e idosos.
Em
Belo Horizonte, o índice de crianças com anemia ferropriva em 2001 era de
47,8%, o que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), configura
problema de saúde pública.
Para
minimizar esse índice, a Faculdade de Medicina, em parceria com a Prefeitura,
implantará em creches da capital o programa Saúde de Ferro, que terá
caráter terapêutico e preventivo por meio "da fortificação da água potável
com ferro e vitamina C", diz o médico Flávio Diniz Capanema, do Hospital
das Clínicas, e integrante da equipe do projeto.
Saberes
em conexão
Projeto
de extensão abre oportunidades acadêmicas a estudantes carentes
Ana Maria Vieira
Um
novo projeto destinado a favorecer a troca de conhecimentos entre jovens da
Universidade e de comunidades pobres acaba de ser implantado na UFMG. É o Conexões
de saberes, que pretende ampliar oportunidades a alunos interessados em
desenvolver projetos de pesquisa, enquanto estimula sua reinserção na
periferia.
De
acordo com os coordenadores, serão oferecidas bolsas com duração de um ano,
podendo ser renovadas por igual período. Podem participar estudantes
autodenominados negros e pardos, classificados como carentes 1 pela Fump,
participantes de movimentos socioculturais, preferencialmente ligados à
juventude, e que estejam cursando entre o segundo e o quinto períodos.
Serão
selecionados 25 alunos, que devem desenvolver projetos em grupo ou individuais
nas áreas social, cultural e tecnológica. Eles receberão formação em
metodologia de pesquisa e as atividades serão implantadas sob orientação de
professores e alunos da pós-graduação.
Linha
direta com a terceira idade
HC
lança 0800 para oferecer informações
sobre saúde do idoso
Ana
Maria Vieira
Centro
de Referência do Idoso do Hospital das Clínicas lança ainda este mês um
serviço telefônico gratuito para fornecer informações sobre saúde na
terceira idade. Por meio do número 0800 12838583, a população poderá tirar dúvidas
sobre questões relacionadas ao envelhecimento e ao Mal de Alzheimer. “Também
queremos atender profissionais e a ajudá-los a melhorar sua formação a fim de
que possam oferecer aos pacientes um tratamento mais adequado”, observa o
coordenador do Centro, professor Edgar Nunes.
O serviço é uma parceria do Hospital das Clínicas, através do Núcleo de
Geriatria e Gerontologia, com a Secretaria de Saúde de Minas Gerais. O 0800
funcionará de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas, e será coordenado por
médicos e bolsistas do Hospital.
Hospital
São Geraldo atende
crianças de escolas públicas
Luíza
Boaventura*
Hospital
São Geraldo da UFMG começou, em fevereiro, a realizar atendimento oftalmológico
em crianças das redes municipal e estadual de Belo Horizonte. Resultado de convênio
assinado pela Prefeitura da capital e pelo Hospital das Clínicas, a parceria
prevê a realização de consultas em cerca de cinco mil alunos em fase de
alfabetização de 208 escolas públicas com o objetivo de prevenir e
identificar problemas oftalmológicos.
O
Hospital São Geraldo reservou dez oftalmologistas e quatro consultórios que
funcionam de segunda a sexta-feira, sempre de 13 às 17 horas. Esta estrutura
está preparada para realizar 50 consultas diárias. "Em três ou quatro
meses atenderemos todas as crianças cadastradas", calcula o professor André
Aguiar, garantindo que a rotina de trabalho do São Geraldo não será
comprometida pelo atendimento previsto no convênio recentemente assinado.
Para custear o programa, o Hospital São Geraldo receberá recursos de R$126 mil, provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
Três
faces da perfomance
Exposições
homenageiam resistência maxacali e resgatam
primitivismo humano e religiosidade
Três
exposições _ duas no campus Pampulha e uma no Conservatório UFMG _ exploram a
temática da performance como instrumento de múltiplas expressões artísticas.
Organizadas pela Diretoria de Ação Cultural (DAC)*, as mostras integram a
programação do V Encontro Internacional de Performance , que termina
neste sábado, dia 19, em Belo Horizonte.
Além dos objetos, a exposição conta com obras de Frans Krajcberg, artista plástico que revela a violência humana na natureza devastada. Em seu trabalho, nas palavras de Fabrício Fernandino, reside a denúncia de um "Narciso molestado, do homem que se vê perdido na agressão de si mesmo, pelos despojos do seu ambiente".
Uma
vitrine para a arte do Jequitinhonha
A Praça de Serviços do campus Pampulha
recebe, entre os dias 2 e 7 de maio, a 6ª Feira de Artesanato do Vale do
Jequitinhonha _ UFMG. Promovida pela Diretoria de Ação Cultural (DAC) e
pelo Programa Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha, a
Feira oferece oportunidades de exposição de produtos a 65 artesãos e
artistas, vindos de 24 municípios do Vale do Jequitinhonha.
Estarão
à venda os tradicionais trabalhos em argila, bambu, cerâmica, couro, madeira,
palha e papel, além de bordados, artigos de cestaria e tapeçaria, pinturas,
licores, cachaças e produtos alimentícios. A Feira ficará aberta de segunda a
sexta-feira, das 8h30 às 18h30, e no sábado, de 8h30 às 14h30.
O
evento integra um conjunto de iniciativas do Pólos destinado a
promover o desenvolvimento regional e geração de renda para a população do
Vale. A mostra preenche uma das principais carências apontadas pelos artesãos:
a falta de oportunidades para expor e vender sua produção.
UFMG
financia intercâmbio de alunos carentes
Ludmila
Rodrigues
Participar
de um intercâmbio internacional sempre foi privilégio para poucos. Mas agora
essa experiência poderá ser vivenciada por universitários carentes, ampliando
seus horizontes acadêmicos e culturais. No final de junho, estudantes
assistidos pela Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump) foram
selecionados para sete vagas de intercâmbio financiado, ofertadas pela primeira
vez pelo Programa de intercâmbio internacional para graduação, organizado
pela Diretoria de Relações Internacionais (DRI).
Os
estudantes receberão passagens aéreas e seguro-saúde. Alojamento, alimentação
e material serão negociados diretamente com as universidades parceiras.
MEC
financia projeto de ações
afirmativas da UFMG
Ludmila
Rodrigues
O
projeto Percursos e horizontes de formação – ações afirmativas para
universitários negros, ligado ao Programa de Ações Afirmativas da UFMG,
foi aprovado pelo Uniafro (Programa de Ações Afirmativas para População
Negra nas Instituições Públicas de Educação Superior), do Ministério da
Educação (MEC). O projeto da UFMG foi selecionado pela comissão técnica
multidisciplinar do MEC entre 42 propostas avaliadas em pelo menos um dos três
eixos estabelecidos em edital, lançado em meados de abril: formação de
professores, publicação e acesso e permanência.
Segundo
a coordenadora-geral do Programa de Ações Afirmativas na UFMG, professora
Nilma Lino Gomes, da Faculdade de Educação (FAE), o projeto Percursos e
horizonte de formação receberá 200 mil reais. Os principais objetivos são o
fortalecimento acadêmico dos alunos negros, além da consolidação das
atividades já desenvolvidas pelo programa. “O Percursos envolve cinco
projetos distribuídos entre os três eixos previstos no edital”, conta a
professora.
Ao
todo, o programa Uniafro selecionou 18 projetos de universidades federais e
estaduais nos quais investirá R$ 2,5 milhões. O programa é resultado do
acordo de cooperação firmado pelo MEC com os Núcleos de Estudos
Afro-Brasileiros (Neabs), sendo desenvolvido em conjunto pelas secretarias de
Ensino Superior (Sesu) e de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade
(Secad).
A
gente não quer só comida
Aprendizes
da Cruz Vermelha enriquecem sua vivência na UFMG participando de palestras,
oficinas e grupos de discussão
Ana
Rita Araújo
Eles
têm de 16 a 18 anos e trabalham nas unidades acadêmicas e administrativas da
UFMG. Embora sua atividade os leve a percorrer os campi de ponta a ponta, na
maioria das vezes finalizam seu período de aprendizado sem conhecer de fato a
Universidade nem usufruir o conhecimento nela produzido e disseminado. São os
aprendizes da Cruz Vermelha, meninos e meninas que recebem salário mínimo para
exercerem tarefas de serviços gerais em toda a Universidade.
Um
dia por semana, deixam o serviço burocrático de seus setores e ocupam salas de
aula nas unidades acadêmicas, onde participam de programação que inclui
palestras, oficinas e grupos de discussão.
Até novembro, quando será finalizado o trabalho com a primeira turma, os adolescentes terão discutido temas como diversidade cultural, raça e etnia, identidade, sexualidade, participação política, cidadania, direitos humanos e projetos de vida. Além das aulas, oficinas e palestras, o Projeto procura estimular o gosto por atividades esportivas e culturais. "Temos o vale-cultural, que fornece uma vez ao mês ingresso para cinema, em convênio com o Espaço Unibanco, e estamos procurando parcerias com teatros, para ampliarmos as opções culturais", comenta a monitora, ao lembrar que o Palácio das Artes abrirá suas portas para receber a turma. Em setembro, o grupo deverá fazer uma excursão a Ouro Preto.
Cidadania
em mãos pequenas
Ana
Paula Ferreira
Quando
um projeto educativo estimula a participação de crianças, existe a espe rança
de que elas se transformem em adultos mais conscientes e atuantes. Por acreditar
nesse ideal, estudantes de pós-graduação do departamento de Biologia Geral do
ICB criaram o projeto de extensão Pampulha Limpa, voltado para conscientização
do público infantil acerca do impacto ambiental causado pelo lixo em um dos
cartões-postais de Belo Horizonte: a Lagoa da Pampulha.
O projeto promove a visita de especialistas em meio ambiente a 14 escolas de
ensino fundamental, localizadas na região delimitada pela bacia da Pampulha*,
com o intuito de realizar palestras sobre a poluição na lagoa. Além disso,
monitores-voluntários – alunos de graduação da UFMG – desenvolvem
atividades de campo com as crianças. Segundo Jean Carlos Santos, doutorando em
Ecologia e coordenador do projeto ao lado de Leonardo Viana, aluno de mestrado,
a idéia de trabalhar com o público infantil baseou-se na possibilidade de
influenciar a postura dos futuros adultos. “As crianças ainda não têm opinião
formada sobre esse tipo de questão e estão mais abertas à mudança. Além
disso, o público infantil pode influenciar a visão dos adultos”, explica.
UFMG
e PBH lançam programa de habitação para servidores
Ludmila
Rodrigues
A
UFMG e a Prefeitura de Belo Horizonte assinaram, no último dia 30, convênio de
cooperação que prevê a construção de moradias para servidores das duas
instituições. As obras utilizarão recursos do Programa de Arrendamento
Residencial (PAR), criado pela lei federal 10.188, de fevereiro de 2001, que
beneficia funcionários públicos com renda familiar de até seis salários mínimos.
O Programa é gerenciado pela Caixa Econômica Federal.
O
PAR prevê a criação de conjuntos residenciais a serem ocupados por funcionários
da Universidade e da Prefeitura. Em cadastramento preliminar realizado na UFMG,
531 servidores manifestaram interesse em participar do Programa. “O número de
interessados tende a aumentar e a expectativa é atender a todos
gradativamente”, conta a professora Elizabeth Spangler, pró-reitora de
Recursos Humanos, que coordena o programa pela UFMG. O convênio prevê ações
conjuntas para definir o perfil dos funcionários da PBH a serem inscritos, bem
como o processo seletivo dos candidatos.
Aprovada
licenciatura para professores indígenas na UFMG
Professores
indígenas de Minas Gerais poderão ingressar na UFMG no Curso de Formação
Intercultural de Professores, licenciatura especial que atende educadores
que já atuam em suas comunidades. Aprovada recentemente pelo Conselho Universitário,
a implantação do curso conta com investimento de R$ 500 mil do Ministério da
Educação (MEC).
Com
duração de cinco anos, o curso oferecerá 150 vagas, restritas aos professores
de escolas indígenas de Minas Gerais. O projeto pedagógico abrange módulos
presenciais e a distância, com etapas intensivas em janeiro, fevereiro e julho.
"A proposta curricular é ampla. Planejamos oficinas, laboratórios
interculturais e projetos sociais", acrescenta Lúcia Álvares. Durante a
formação, o professor poderá escolher entre as três habilitações
oferecidas: Línguas, literatura e arte, Ciências da natureza e matemática
e Ciências sociais e humanidades.
O
acadêmico e o popular
Projeto
Conexões de
saberes permite troca de conhecimentos entre a universidade e comunidades
carentes
Ana
Paula Ferreira
Uma
das dificuldades enfrentadas pelos universitários pobres é o custeio dos
estudos. Gastos com materiais didáticos, alimentação e transporte são, em
grande parte, responsáveis pela evasão de alunos do ensino público superior.
Com o objetivo de favorecer a permanência desses estudantes na Universidade e a
troca de conhecimentos com as comunidades populares, a Faculdade de Educação desenvolve
o projeto Conexões de Saberes.
Por
meio de seleção socioeconômica, foram escolhidos 25 alunos de diversos cursos
para participarem do projeto. Todos são classificados como carentes de nível 1
na Fump e se autodeclaram pretos ou pardos. De acordo com Shirley Miranda,
coordenadora-executiva do Conexões, todos encontram dificuldades para
bancar seus estudos. "A bolsa que recebem, no valor de R$ 240, ajuda a
cobrir os gastos durante a formação", explica Shirley.
Semana
quer popularizar conhecimento e tecnologia
Ana
Paula Ferreira e Flávia Camisasca
Popularizar
a Ciência. Esse é o objetivo da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia,
que acontece de 3 a 9 de outubro em várias cidades do país. Além de organizar
uma programação interna com debates e mostra de trabalhos, a UFMG abrirá suas
portas para atividades especiais na Rede de Museus e Espaços da Ciência e
montará um estande na Rodoviária de Belo Horizonte.
A
Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é promovida pelo Ministério da
Ciência e Tecnologia, com a colaboração e a participação de instituições
e entidades de todo o País. Na UFMG, o evento, que começa no dia 1o
de outubro, recebeu o nome de UFMG Conhecimento e Cultura. Na programação
constam o VIII Encontro de Extensão da UFMG, a XIV Semana de Iniciação
Científica, a IX Semana de Graduação, a VI Reunião Anual da
UFMG Jovem e o Seminário de Iniciação Científica Júnior (Provoc).
Os
eventos da UFMG Conhecimento e Cultura já ocorriam em anos anteriores e
foram reunidos na Semana de Ciência e Tecnologia, criada em 2004 por
decreto presidencial. A programação completa está na página do evento: www.ufmg.br/conhecimentoecultura.
Espaço
aberto para o talento
Um
painel sobre a participação de jovens nos projetos de extensão da UFMG é uma
das atrações do VIII Encontro de Extensão da UFMG, marcado para o período
de 4 a 7 de outubro. No encontro, serão premiados os melhores projetos em 11 áreas
temáticas. Os vencedores serão apresentados no VIII Congresso
Ibero-Americano de Extensão no Rio de Janeiro.
Além das tradicionais palestras e exibições de pôsteres no ICB e na Praça de Serviços, a IX Semana de Graduação, que será realizada nos dias 6 e 7 de outubro, abrirá espaço para outras dimensões da produção discente. É o caso da Mostra de empreendedorismo, em que serão apresentadas iniciativas de empresas juniores e de projetos apoiados por incubadoras.
Para
proteger o Velhas
Em
parceria com Museu de História Natural e Jardim Botânico, professoras do ICB
trabalham na recomposição da mata ciliar do Rio das Velhas
Ana
Paula Ferreira
É
impossível recuperar um rio sem reconstituir sua mata ciliar", ensinam as
professoras do departamento de Botânica do ICB, Maria Rita Muzzi e Nadja Sá.
Em parceria com o Projeto Manuelzão, elas coordenam projeto que pretende
recuperar a vegetação das margens e das nascentes do Rio das Velhas, em pontos
do curso d'água entre os municípios de Rio Acima e Jaboticatubas, localizados
na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A
iniciativa faz parte das estratégias adotadas para o alcance da Meta
2010 - navegar, pescar e nadar no Rio das Velhas,
em sua passagem
pela Região Metropolitana de Belo Horizonte,
estabelecida pelo Projeto Manuelzão em 2003. De acordo com a professora Maria
Rita Muzzi, a recuperação de um rio deve começar pelas matas ciliares, porque
são essenciais para a manutenção dos cursos d'água, exercendo, por exemplo,
a função-tampão.
As
60 mil mudas destinadas à recuperação estão sendo produzidas por alunos de
graduação e pós-graduação do departamento de Botânica. Elas permanecem em
viveiros do ICB durante uma semana. Lá, são inoculadas com os mesmos
microorganismos utilizados como adubo pela natureza. "Eles substituem as
substâncias químicas, auxiliando no crescimento e fortalecimento das
plantas", afirma a professora Nadja.
Pró-RH
abre vagas para programa que custeia mensalidades em curso superior
Inscrições
vão até 4 de novembro; sorteio dos servidores será no dia 10
Luciana
Carvalho
Se
ingressar no ensino superior não é tarefa fácil, mais difícil, para muitos,
é permanecer e sair dele. Com o objetivo de auxiliar os servidores técnicos e
administrativos da UFMG a fazerem um curso universitário, a Pró-Reitoria de
Recursos Humanos (Pró-RH) mantém, há dois anos, o Programa
Bolsa Ensino Superior,
vinculado ao Programa Integrado de Desenvolvimento (Progrid). Essa bolsa
concede, até o final do curso, R$ 100 mensais, mediante renovação semestral,
para ajudar no custeio das mensalidades. As inscrições para 2006 estão
abertas até 4 de novembro. As 20 bolsas ofertadas são distribuídas por meio
de sorteio.
O
programa é resultado de reivindicação de um grupo de funcionários da UFMG,
que, estimulado pelo Programa Bolsa Pré-Vestibular, também da Pró-RH, sugeriu
a criação de um auxílio destinado a quem já está na faculdade.
O
valor da bolsa, para quem estuda em entidades particulares, é de R$100 por mês.
Para os servidores que cursam graduação em instituições públicas, o benefício
equivale à quantia cobrada pela taxa semestral do Fundo de Contribuição de
Bolsas ou o correspondente exigido pela instituição de ensino.
Muito
além da estética
Odontologia
ganha Núcleo de Atendimento Ortodôntico, aberto prioritariamente à comunidade
universitária
Flávia
Camisasca
Especialidade
da odontologia que busca corrigir as desarmonias dentais e esqueléticas
faciais, a ortodontia vai muito além de um ofício estético. É sobretudo uma
demanda de saúde bucal cada vez maior nos dias atuais. Para atendê-la, a
Faculdade de Odontologia criou o Núcleo Avançado de Atendimento Ortodôntico.
Em funcionamento desde setembro, o Núcleo atende, diariamente, cerca de 30
pacientes.
O
procedimento adotado pelo núcleo consiste, primeiramente, na avaliação de
tempo e complexidade do tratamento, além do encaminhamento, se necessário, a
outras especialidades da odontologia. Pretti explica que o paciente, caso tenha
outros problemas odontológicos, deverá tratá-los antes de iniciar o
tratamento ortodôntico.
O núcleo funciona com um ortodontista que acompanha de perto o tratamento, e
cada caso é discutido por um grupo de profissionais e professores da escola,
que acompanha periodicamente o tratamento. Um dos diferenciais do núcleo, além
da estrutura oferecida pela Faculdade, está no custo do tratamento. Assim que a
avaliação é feita, o paciente toma ciência do preço total, que pode ser
parcelado. Trata-se de um valor fixo – não importa quanto tempo dure o
tratamento – e que, em alguns casos, equivale a apenas um terço do preço
praticado no mercado.
Calçado
especial traz conforto para diabéticos
Desenvolvido
por professora do departamento de Fisioterapia, sapato acomoda melhor pés
deformados por ulcerações
Suéllen
Valverde*
Cada
um sabe onde o sapato lhe aperta”. O provérbio cai como luva nas mãos – ou
melhor, nos pés – dos portadores de ulcerações resultantes do diabettes
mellitus, o temido diabetes. Espremidos em calçados estreitos, seus pés
deformados acabam recorrendo a sapatos um ou dois números acima do tamanho
ideal em busca de algum alívio. E quando um sapato especial é encontrado, o
desconforto desloca-se do pé para o bolso: um modelo do gênero chega a custar
até R$ 500.
Uma alternativa a essa
situação nada confortável está num modelo de sapato especial desenvolvido
pela professora Lígia Vieira de Loiola, do departamento de Fisioterapia da
UFMG. A concepção do calçado é parte de sua tese de doutorado, que avaliou a
eficácia de um programa de proteção aos pés por meio da educação do
paciente associada ao uso do sapato especial.
O modelo se diferencia do padrão comercial
principalmente em sua largura, já que as lesões, muitas vezes, provocam graves
deformidades nos pés dos pacientes, fenômeno conhecido como “pé diabético”.
Com maior espaço lateral, o paciente pode locomover-se sem desconfortos e
riscos de agravar seu problema. Os pares, cuja numeração vai do 33 ao 43,
possuem três larguras diferentes para cada número: pequeno, médio e grande.
Outro diferencial está no interior do calçado, que
protege as áreas de risco para o diabético: a frente do pé, a sola, a parte
superior dos dedos e o calcanhar. Para tanto, não há costuras internas, e a
palmilha é mais macia que as convencionais, pois precisa absorver melhor o
impacto dos passos. Ela é feita de couro, material que ajuda a impedir o
superaquecimento dos pés, facilitando a transpiração.
Educar
pela terra
UFMG
abre curso para formação de professores de assentamentos
Flávia
Camisasca*
Usar a terra como mediação
pedagógica é uma das estratégias do curso Educação básica do campo:
pedagogia da terra, iniciado no dia 21 de novembro. Voltado para a formação
de professores de 28 assentamentos ligados ao MST e ao Via Campesina (outra
entidade que luta pela reforma agrária), o curso abre mais uma possibilidade de
diálogo entre a Universidade e movimentos sociais.
Parceria
da UFMG com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, com o Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e com os dois movimentos, o curso é
financiado com recursos de R$ 927 mil do Programa Nacional de Educação em
Reforma Agrária (Pronera). Ele terá duração de cinco anos, com módulos
presenciais e não-presenciais. Sua coordenadora, professora Maria Isabel
Antunes Rocha, da Faculdade de Educação, afirma que o curso abre um importante
campo de produção de conhecimento para a Universidade, por meio de frentes de
pesquisa, extensão e estágio.
A iniciativa, planejada a partir de demanda proposta em 2004, permitirá que os
próprios movimentos tenham condições de estruturar escolas nos assentamentos,
evitando que as crianças tenham que enfrentar grandes distâncias para estudar.
“É obrigação da Universidade abrir as portas para os sem-terra, indígenas,
negros e pobres. Este é o papel de uma universidade pública: criar
alternativas para a inclusão social”, defende Isabel Antunes.
O curso da UFMG é o 17o do gênero no país. Universidades como as federais do
Espírito Santo, do Rio Grande do Norte, da Bahia, de Pernambuco, de Santa
Catarina e a Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí) já
oferecem programas semelhantes.