Autor: CALDEIRA, F. C.

Orientador: RIZZO, E.

Outros autores: BAZZOLI, N;; SATO, Y.;

Linhas de pesquisa no CNPq: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS / MORFOLOGIA

Unidade: INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Departamento: MORFOLOGIA

Palavras-Chave: ATRESIA FOLICULAR - DEGENERAÇÃO OVOCITÁRIA - PROCHILODUS MARGGRAVII

Atresia folicular é um fenômeno degenerativo fisiológico dos ovários de vertebrados que leva a involução e reabsorção ovocitária. Em peixes, ele ocorre em qualquer fase do ciclo reprodutivo, mas sua incidência é maior durante recuperação ovariana pós-desova. A atresia folicular pode ser induzida por fatores como estresse, confinamento, agentes biocidas, alteração do fotoperíodo. Em condições experimentais, existe uma temperatura ótima para o desenvolvimento dos ovócitos e temperaturas mais baixas ou mais altas causam atresia folicular. Estudos anteriores mostram modificação no processo reprodutivo de peixes no trecho do rio São Francisco, imediatamente à jusante da barragem de Três Marias onde a água, proveniente do hipolímnio da represa, apresenta temperatura mais baixa. Para verificar a frequência de atresia folicular na reprodução de Prochilodus marggravii, capturaram-se 152 fêmeas a jusante do reservatório de Três Marias e 97 a jusante do rio Abaeté. Fragmentos de ovários foram fixados em líquido de Bouin e submetidos às técnicas histológicas de rotina. Através de análise microscópica, verificou-se fusão e liquefação dos glóbulos de vitelo, fragmentação da zona pelúcida e hipertrofia das células foliculares na atresia inicial. Na atresia avançada observou-se redução acentuada do tamanho do folículo, zona pelúcida fragmentada e em reabsorção e células foliculares hipertrofiadas em atividade fagocitária. Na atresia final ocorreu a formação de aglomerados de células com acúmulo de pigmentos castanho-amarelados, núcleos picnóticos e rica vascularização. A análise quantitativa revelou alta incidência de atresia folicular em ovócitos vitelogênicos no trecho a jusante da barragem de Três Marias, indicando que a espécie não se reproduz neste trecho do rio São Francisco.

Apoio: FAPEMIG, CODEVASFp>