Autor: JULIANA M. REIS
Orientador: ELIANE DIAS GONTIJO
Outros autores: LUCIA GALVÃO; SILVANA SANTOS; ROSÁLIA TORRES;;
Linhas de pesquisa no CNPq: CIÊNCIAS DA SAÚDE / DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
Unidade: FACULDADE DE MEDICINA
Departamento: MEDICINA PREVENTIVA E SOCIAL
Palavras-Chave: TRATAMENTO ETIOLÓGICO D.CHAGAS - CRITÉRIOS DE CURA D.CHAGAS - DOENÇA DE CHAGAS
Introdução: Desde 1997, o Ambulatório de doença de Chagas do HCUFMG, atendendo às recomendações da FNS/MS, vem desenvolvendo um estudo de intervenção terapêutica nos pacientes com a forma crônica indeterminada e formas clínicas iniciais com o objetivo de comparar a evolução da cardiopatia nos chagásicos tratados, curados ou não, procurando caracterizar mecanismos imunológicos envolvidos nesta evolução e avaliar a eficiência dos métodos parasitológicos como critério de cura. Metodologia: O trabalho é um estudo de intervenção com tempo de seguimento médio de cinco anos, de pacientes chagásicos, formas indeterminada ou cardíaca inicial. Os pacientes foram alocados em dois grupos: um de pacientes tratados com benzonidazol, na dose de 5 mg/Kg/peso, por dia, durante 60 dias e o outro de pacientes não tratados. Avaliações clínicas, parasitológicas (hemocultura, PCR e hibridização) e imunológicas (analise do fenótipo de células mononucleares do sangue periférico por citometria de fluxo) foram realizadas. Resultados: Os resultados referem-se a 127 chagásicos, sendo 52% mulheres, idade média de 34 anos, 65% com a Forma Crônica Indeterminada, 18% com Esofagopatia grau I, 8,5% com Colopatia e 8,5% com ECG mostrando BCRD. Em relação aos métodos parasitológicos, verificou-se maior sensibilidade dos testes de PCR e de hibridização para detecção do DNA do parasita, em relação aos ensaios de hemocultura. A análise dos marcadores fenotípicos da população de linfócitos T e suas subpopulações (CD4+ e CD8+) não apresentou variações significativas no pré e pós-tratamento. Os marcadores de ativação celular, tanto para os linfócitos T (CD3+/HLA-DR+) quanto para os linfócitos B (CD5+/CD19+), apresentaram redução significativa nos valores pré e pós-tratamento (p<0,001). Conclusões: Os exames parasitológicos apresentam limitações e, portanto, devem ser analisados com cautela. Já, os resultados dos estudos imunológicos nos permitem propor que a queda, temporária ou persistente, na parasitemia, induzida pelo tratamento, seja capaz de reduzir o estado de ativação linfocitária, fenômeno que parece estar envolvido na patogenia da doença de Chagas. É possível que o acompanhamento, a longo prazo, nos possibilite associar uma melhor evolução clínica dos pacientes que apresentarem decréscimo mais persistente da ativação linfocitária.
Apoio: Apoio Financeiro: PRONEX/CNPq/FIOCRUZp>
|