Autor: QUENTAL, D.B.F.

Orientador: PINTO, J.A.

Outros autores: REZENDE, C.P. [FUNDEP]; KAKEHASI, F.M.;;

Linhas de pesquisa no CNPq: CIÊNCIAS DA SAÚDE / DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS

Unidade: FACULDADE DE MEDICINA
Departamento: PEDIATRIA

Palavras-Chave: HIV - TRANSMISSÃO VERTICAL -

Objetivos e Metodologia: Estudo retrospectivo realizado entre janeiro de 1998 e dezembro de 2000 descrevendo a importância de fatores maternos e de intervenções na variação da transmissão vertical do HIV. Incluídas 155 crianças nascidas de mães HIV-infectadas, admitidas com menos de 3 meses de idade, e acompanhadas até a definição do status infeccioso. Resultados: A taxa global de transmissão do HIV foi de 13,5% (21/155; IC 95%: 8,6-19,9). A viremia plasmática das mães (disponível em 68,4%) apresentou valor médio absoluto significativamente maior entre mães transmissoras (p= 0,004). Observou-se maior tendência de transmissão se viremia plasmática superior a 10.000 cópias/ml (p=0,069), não ocorrendo transmissão vertical se viremia indetectável. A cesárea eletiva foi fator protetor, reduzindo o risco de transmissão, quando comparada com outras vias de parto (p=0,006). Demais fatores analisados, como idade materna, escolaridade, estado conjugal, forma de contágio, contagem absoluta de LT CD4, imunodepressão materna (LT CD4 < 200 cels/mm3) e tempo de ruptura de membranas amnióticas, não foram determinantes do status infeccioso final da criança. Na análise multivariada em que foi estudado uso de cesárea eletiva, viremia plasmática materna maior que 10.000 cópias/ml, LT CD4 menor que 200 células/mm3 e uso de zidovudina (AZT) por período longo (4 semanas na gestação, períodos peri-parto e pós-natal), o uso de AZT foi o único fator independentemente associado a menor risco de transmissão (p=0,0054). Conclusão: Gestantes HIV-infectadas, com viremia plasmática < 10.000 cópias/ml, submetidas a cesárea eletiva e ao uso de esquema longo de AZT apresentaram menor taxa de transmissão vertical, sendo o uso de antirretroviral responsável por uma redução do risco de cerca de 90% (RR=0,089).

Apoio: Elizabeth Glaser Pediatric AIDS Foundationp>