Autor: PACHECO, L.L.
Orientador: SILVA, R. H. A .
Outros autores: BRETAS, M. B. A. S.; FRANÇA, V. R. V.; GUIMARÃES, C. G.; VAZ, P. B. F.;;
Linhas de pesquisa no CNPq: HISTORIA DO BRASIL / HISTÓRIA
Unidade: FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
Departamento: HISTÓRIA
Palavras-Chave: CIDADE - GREVE - RUA
Se falamos de cenas no título dessa pesquisa, o palco onde elas se desenrolam é justamente a rua. A rua aqui entendida não somente como seu significado físico, isto é, enquanto via de circulação, como também na sua conotação simbólica enquanto suporte da experiência urbana. Sendo assim, as ruas de Belo Horizonte se tornaram tentativa simbólica e concreta de exercer o controle sobre a urbe. Em que pese o fato da arquitetura da cidade ter sido concebida com o fim de impedir revoltas sociais, por vezes os mesmos espaços hierarquizados, largos e iluminados, foram apropriados pelos movimento sociais em seu benefício. Pelo fato da rua ser o lugar por excelência da troca entre diferentes, quando esta troca não se dá harmoniosa e espontaneamente com a conivência dos setores dominantes, as classes populares surgem no espaço público, ocupando a rua e se apropriando do seu potencial contestador e divulgador. Objeto de pesquisa deste trabalho, a greve de 1912 é exemplo deste fenômeno. Ao invadir as ruas de Belo Horizonte, os grevistas transformaram-na em meio de comunicação difusor das suas reivindicações, colocando o seu drama em pauta de discussão pública, colocando-se no foco de atenção da imprensa e de toda a população e transformando a ocupação da rua no clímax do espetáculo. A greve de 1912 tratou de um "batismo de fogo" da cidade, tornando-a um dos elementos que deram a Belo Horizonte o status de "cidade moderna", sendo um importante precedente de outras greves igualmente surpreendentes, como a dos trabalhadores da construção civil em 1979 e a dos policiais militares em 1997, a serem tratados.
Apoio: CNPq FAPEMIG UFMGp>
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