Autor: RODRIGUES, C. S.
Orientador: AFONSO, M.L.M
Outros autores: ;
Linhas de pesquisa no CNPq: PSICOLOGIA / PSICOLOGIA SOCIAL
Unidade: FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
Departamento: PSICOLOGIA
Palavras-Chave: IDENTIDADE - ETNIA - MOBILIDADE SOCIAL
Esta pesquisa aborda como a mobilidade social afeta a construção de identidade de pessoas negras que, ascendendo socialmente, podem se afastar de seu ethos de socialização ou constituírem-se em lideranças e porta-vozes, articulando novos discursos sobre seus grupos de referência. A mobilidade social, considerando os grupos étnicos, aponta para potenciais vantagens mas também para possíveis conflitos associados às mudanças de expectativas, papéis e relações. Primeiramente, realizou-se uma pesquisa no DRCA da UFMG, localizando, através das fichas de matrícula, estudantes negros pertencentes aos dois primeiros e dois últimos períodos de cada curso. Sorteou-se diversos estudantes e, através de contato telefônico, estes foram convidados a participar da pesquisa. Realizamos entrevistas de "história de vida" com seis estudantes que se autodenominaram negros ou pretos, buscamos articular a trajetória (social) destes sujeitos com sua experiência relatada a essa trajetória, levando em consideração a influência da mobilidade social e do acesso ao ensino superior. Após a análise de cada caso em particular, fizemos uma análise transversal, a partir das seguintes categorias: 1) experiência com a identidade negra na família; 2) primeiras experiências com o preconceito; 3) busca de identidade e experiências de negritude na adolescência; 4) projetos afetivos; 5) projetos de estudo e profissionais; 6) entrada na universidade e o impacto sobre a identidade; 7) relação atual com a negritude. Através das histórias de vida de nossos sujeitos, observamos que os processos de mudança encontram-se associados a situações de impacto, nas quais estes se deparam com o preconceito, a discriminação ou mesmo vêem reconhecidas e valorizadas as características culturais, artísticas ou físicas de seu grupo de pertença. Estes momentos representam a possibilidade para o sujeito apropriar-se de um discurso sobre e si e re-significar as situações vividas. Este processo de (re)elaboração de significados pode vir acompanhado de uma ação transformadora, desencadeando novos modos de lidar com o mundo e estabelecimento de novos projetos.
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