Resumos da XI Semana de Iniciação Científica
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CIÊNCIAS HUMANAS

Economia do desejo e fenômeno estético na psicanálise

Autor: VASCONCELOS, M.P.J

Orientador: PINTO, J.M.

Outros autores: SANTOS;;

Linhas de pesquisa no CNPq: CIÊNCIAS HUMANAS / PSICOLOGIA

Unidade: FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
Departamento: PSICOLOGIA

Palavras-Chave: PSICANÁLISE, ESTÉTICA, PULSÃO, ESTRANHO. - -

Esta é uma pesquisa teórica sobre a economia pulsional relativa àquele que se oferece como leitor, espectador, enfim, todo aquele que se encontre diante de um objeto que de alguma forma o mobiliza. A pergunta que fazemos é justamente porque mobiliza e que caminho trilha o afeto que investe esses objetos. Logo, que entrelaçamento faz o afeto com a representação que este investe? Impossibilitados de receber uma resposta unívoca e objetiva, pois talvez só pudesse ser construída no contexto de uma análise, nossa tentativa é de formular em termos econômicos qual o caminho que o afeto percorre. Nessa perspectiva, o espectador revela uma atividade intensa e, contrariando uma suposta passividade, ele é criador do que vê. Não vê qualquer coisa, mas algo que já fora visto antes. Para que um objeto seja apreendido é preciso que seja reconhecido numa série que o sujeito já possui. Freud nomeará Das Ding essa Coisa que orienta o investimento libidinal. Uma imagem, ou alguns de seus traços, pode recuperar algo dessa Coisa que se desloca e mantém um espaço de falta, um vazio que sustenta o desejo e, consequentemente, nosso movimento no mundo. Das Ding encontra-se ao lado do irrepresentável, e ao mesmo tempo, trata-se de um engodo, por ser O objeto, e paradoxalmente, nenhum objeto específico. Faz sua aparição através de véus sucessivos, que recobrem essa Coisa estranha, dando um aspecto suportável a ela. Digamos, suportavelmente Belo, ou Horrível, ou Grotesco. Pensamos que as formas estéticas oferecem um (suposto) acesso a esse inacessível da Coisa, que se encontra fora da representação. Como efeito mesmo daquilo que é olhado por um eu - instância que está sempre a produzir unidades ilusórias - o objeto em questão recebe uma "arrumação". Chegamos assim, ao envoltório imaginário do qual toda obra é revestida. As categorias estéticas funcionariam então, como imagens seguras que presentificam Das Ding de forma suportável. Porém, esse envoltório nunca recobre tudo, e algo desconfortável e inominável que a Coisa comporta sempre escapa; o que muitas vezes pode ser observado no fenômeno do Grotesco, apesar de que, também ele, funciona como anteparo do real.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
25 a 29 de Novembro de 2002
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA
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