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Em conferência, especialista em educação apresenta possibilidades e desafios da mediação da aprendizagem

quinta-feira, 15 de outubro de 2015, às 15h54

O pesquisador Júlio Furtado, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), proferiu, na manhã desta quinta-feira, 15, a conferência Mediação da aprendizagem no ensino superior: desafios e possibilidades, no 1º Congresso de Inovação e Metodologias no Ensino Superior, que termina amanhã. O evento integra a Semana do Conhecimento UFMG 2015.

Em sua conferência, Furtado falou sobre os sentidos que atribui às ideias de “mediação da aprendizagem” e de “aprendizagem significativa”, e quais seriam, em sua visão, os caminhos para uma mediação da aprendizagem no ensino superior que se faça realmente significativa.

Para Júlio Furtado, a mediação da aprendizagem se divide em três vertentes: a didática, que diz respeito à definição, à contextualização e à exposição do conhecimento; a cognitiva, relacionada com a organização, tradução, memorização e aplicação do conhecimento; e a relacional, que trata do apoio que o docente oferece ao aluno em seu processo de aprendizado.

Para Furtado, mediar a aprendizagem é pôr em perspectiva todas essas vertentes e estimular o aluno a movimentar o seu pensamento. “É colocar-se intencionalmente entre o objeto de conhecimento e o aprendiz, modificando, alterando, organizando, enfatizando, transformando os estímulos que vêm do objeto, para que então o aluno possa tirar suas próprias conclusões.”

O pesquisador esquematizou as sete etapas pelas quais, em seu entendimento, passa a construção do conhecimento. Para ele, ao tomar conhecimento de tais etapas, o professor refina sua posição de mediador do conhecimento.

São elas: “construção de sentido contextual” (o estabelecimento de um sentido pessoal no contexto do repertório que já se tem); “percepção de especificidades” (a percepção das características que distinguem particularmente aquilo de que se toma conhecimento); “compreensão” (a configuração de uma primeira ideia própria sobre o assunto); “definição traduzida” (a reelaboração, nas próprias palavras, daquilo de que se tomou conhecimento); "argumentação" (capacidade de discorrer sobre o assunto); "discussão" (capacidade de discutir aquele conteúdo); e "aplicação" (capacidade de aplicar o conhecimento).

“No cotidiano, contudo, essas etapas não são sequenciadas, o que ocasiona um processo dinâmico de ‘ebulição cognitiva’ que só se estabiliza quando todas as fases são cumpridas mentalmente pelo sujeito que aprende”, diz Furtado.

Aprendizagem significativa O pesquisador argumentou ainda que, para estabelecer um diálogo cognitivo com o aluno, é preciso que, primeiramente, o professor estabeleça uma interação cultural e um diálogo emocional. Nesse contexto, Júlio Furtado apresentou uma definição para o que denomina aprendizagem significativa: “É aquela que ocorre do surgimento de um sentido pessoal por parte de quem aprende. Isso desencadeia uma atitude pró-ativa no sentido de compreender o significado, ampliando a habilidade de aprender.”

No decorrer do dia de hoje, ainda serão realizadas duas mesas-redondas no contexto do 1º Congresso de Inovação e Metodologias no Ensino Superior. Nelas, serão debatidos os temas A juventude e a escolha de cursos e profissões antes da entrada no ensino superior e Ações afirmativas: a substituição do bônus pelas cotas. A programação desta quinta-feira pode ser acompanhada pela internet.

As atividades de sexta-feira, 16, poderão ser acompanhadas por outro link. Toda a programação do congresso está disponível no site do evento.

Sobre o conferencista Júlio Furtado é doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Havana, Cuba, e mestre em Educação pela UFRJ. É graduado em Geografia (Uerj), Pedagogia e Psicologia (UFRJ) e diplomado em Psicopedagogia pela Universidade de Havana. Tem pós-graduação em Orientação Educacional, Gestalt-terapia e Dinâmica de Grupo.

Fonte: Agência de Notícias UFMG