MIA COUTO (escritor moçambicano)
Debatedor: Prof. Wander Melo Miranda
3 de julho de 2007


António Emilio Leite Couto, mais conhecido por Mia Couto, é biólogo e escritor moçambicano. Foi, também, jornalista e Diretor da Agência de Informação de Moçambique (de 1976 a 1979), da revista Tempo (de 1979 a 1981) e do jornal Notícias (de 1981 a 1985). Em 1989, abandonou a carreira jornalística e concluiu o curso de Biologia, especializando-se na área de Ecologia. A partir daí, mantém colaboração com jornais, cadeias de rádio e televisão, em Moçambique e no exterior. Como biólogo, tem desenvolvido trabalhos de pesquisa em áreas diversas, concentrando-se, em especial, na gestão das zonas costeiras e no recolhimento de mitos, lendas e crenças que intervêm na gestão tradicional dos recursos naturais. É professor de Ecologia em diversas faculdades da Universidade Eduardo Mondlane (UEM). Membro correspondente da Academia Brasileira de Letras, Mia Couto é, hoje, o autor moçambicano mais traduzido e divulgado no exterior. Suas obras já foram traduzidas e publicadas em 24 países. Alguns de seus livros – como a Varanda do Franjipani – e contos extraídos de Cada homem é uma raça foram adaptados para o teatro em Moçambique, Portugal, África do Sul e Brasil. Entre suas obras, incluem-se o livro de poesias Raiz de Orvalho (1983); os livros de contos Vozes anoitecidas (1987), Cada homem é uma raça (1990), Estórias abesonhadas (1994), Na berma de nenhuma estrada (2001) e O fio das missangas (2003); os livros de crônicas O país do queixa andar (2003) e Pensatempos: textos de opinião (2005); os romances Terra sonâmbula (1992), A varanda do Frangipani (1996), O último vôo do flamingo (2000), Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (2002), A chuva pasmada (2005) e O outro pé da sereia (2006). Foi agraciado com vários prêmios por suas obras literárias: Terra sonâmbula recebeu o Noma Award, escolhido entre os 12 melhores livros do século XX de toda a África, e, no Brasil, o prêmio “Os Melhores de 95”, atribuído pela Associação de Críticos de Arte de São Paulo; Vozes anoitecidas recebeu, em 1993, o Prêmio Nacional de Literatura. Em 1999, recebeu o prêmio Vergílio Ferreira pelo conjunto de sua obra e, em 2001, foi o primeiro autor a receber o Prêmio Mário António, concedido pela Fundação Gulbenkian. Seu conto “The Russian Princess” foi indicado para o Caine Prize for African Literature. Em março de 2005, O último vôo do flamingo recebeu, na Inglaterra, menção especial do The Independent Foreign Book Prize. Em 2007, ele recebeu o Prémio União Latina de Literaturas Românicas.