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Solar João Vieira da Silva

O solar ‘João Vieira da Silva’, foi construído no final do século XXVIII pelo antigo minerador português sr. João Vieira da Silva que constituiu grande família com a santa-barbarense dona Joanna Pinto de Cerqueira que com ela se casou em 01/01/1793 na capela de São Francisco da localidade de brumadinho, (hoje Quebra-Ossos), de Catas Altas, sendo padrinhos: o capitão-mor Manoel José Pena e o alferes Sebastião Dias da Rocha; sendo celebrante o Padre Manuel de Araújo Pereira. Ele funcionou, no final da década de 1960 e início de 1970, em algumas salas de aulas enquanto se construía a escola estadual ‘Alzira Ayres Pereira’ que hoje é a atual escola municipal ‘Agnes Pereira Machado’. No seu pátio, aconteceram muitas festas, entre elas as bonitas festas juninas.
 
Com a emancipação de Catas Altas em 21 de dezembro de 1995, foi adquirido o solar ‘João Vieira da Silva’ e totalmente restaurado num total de 230 mil reais, sendo inaugurado em 25 de outubro de 1997 na primeira administração do novo município, tendo como prefeito o dr. José Hosken e seu vice o sr. José Venâncio de Morais.
 
Na primeira administração, que teve início em 1.º de janeiro de 1997, a prefeitura municipal de Catas Altas, funcionou na residência do sr. Diogo Bethônico, antigo minerador em Catas Altas na praça Monsenhor Mendes. E, em novembro de 1997, teve início os trabalhos em sua sede própria, no solar ”João Vieira da Silva”, também na praça Monsenhor Mendes, 136. A prefeitura municipal de Catas Altas, em 1997, investiu 230 mil reais para a restauração do solar João Vieira da Silva, preservando sua originalidade.
 
O solar está inserido em três tombamentos, sendo: a nível estadual em 1989 pelo IEPHA, e em nível municipal em 1998 e 1999.
 
“A edificação dá frente para a fachada lateral direita da matriz e está implantada numa esquina, em terreno de bom caimento para os fundos, o que propicia o aproveitamento de um grande porão. Uma varanda corre em quase toda extensão da fachada posterior. A sua estrutura é autônoma de madeira e a cobertura de quatro águas guarnecida por beiral em cimalha. A fachada principal enquadrada pelos cunhais aparentes é simétrica, apresentando a porta central entre três janelas do lado esquerdo e quatro janelas do seu lado.
 
Era natural e batizado na freguesia de nossa senhora da abadia, termo de Barcelos, arcebispado de Braga – Portugal, filho do sr. Domingos Antônio Vieira e d. Maria Josepha de Jesus Vieira, e ela era filha do minerador português o sr. Gonçalo Pinto de Cerqueira e d. Josepha Pinheiro de Campos de Cerqueira.
 
Ele veio para o Brasil em 1783, se aportando no Rio de Janeiro e trabalhou de mascate de tecidos e miudezas até chegar a catas altas e se instalando definitivamente como minerador no arraial onde construiu a sua residência, e minerava na localidade de Brumadinho (hoje Quebra-Ossos), onde já residia e minerava o seu sogro o português sr. Gonçalo Pinto de Cerqueira desde o ano de 1785, conforme registro de batismo de uma neta do mesmo na capela de São Francisco da mesma localidade.
 
Conforme testamento de sua cunhada d. Rosa Pinto de Cerqueira que foi casada e não teve filhos, e se encontra no museu de Itabira/MG e na Cúria de Mariana, ele foi agraciado com parte da herança da supracitada cunhada, juntamente com o seu concunhado o sr. João martins casado com sua cunhada d. Francisca pinto de cerqueira. No testamento a mesma d. Rosa pinto de cerqueira pediu para ser sepultada na capela de são francisco e no dia 05/06/1827 ela faleceu e lá foi sepultada.
 
Após a morte do sr. João vieira da silva, que foi sepultado na igreja matriz de catas altas no dia 05 de abril de 1828 com o acompanhamento de 6 (seis) padres, (conforme informações de minha avó paterna, ele deixou testamento, mas não foi encontrado, por se ter perdido muitos documentos de catas altas e de outros municípios) o solar passou a pertencer ao seu filho o minerador sr. Antônio Vieira da Silva que foi batizado na capela de São Francisco da localidade de brumadinho, onde morava naquela época a sua avó Dona Josefa Pinheiro de Campos de Cerqueira em 17/02/1795, sendo padrinhos os seus tios o sr. Antônio Martins Marques e de Caetana Pinto de cerqueira, e o celebrante o Padre Manuel de Araújo Pereira. Quando faleceu, foi sepultado na igreja matriz. No solar, gerou seus filhos com a catas-altense d. Catharina de senna arantes vieira (nasceu na fazenda da família e foi batizada na igreja matriz de catas altas em 13/05/1805 e faleceu em +16/06/1868 e foi sepultada na igreja Matriz de Catas Altas, acompanhada de três padres. Conforme testamento de sua mãe d. Maria Francisca de Carvalho Arantes dá para ver que ela foi uma pessoa muito boa, de um nobre coração, o que confirma relatos de algumas pessoas mais velhas: “ … deixo a minha filha Catharina de Senna a escrava Leopoldina; à esta minha filha não quero que cobre jornada alguma de dois escravos que lhe dei para trabalhar, porque devo a esta filha muita gratidão pelo trabalho, e desvelos pessoais, não só com minha pessoa, como com toda minha casa, como é reconhecido de todos os meus herdeiros.”), filha do fazendeiro e comerciante o tenente Antônio Francisco do Rego Arantes e d. Maria Francisca de Carvalho Arantes. Tiveram os filhos nascidos no solar: Antônio Vieira da Silva Arantes *1833, João Vieira Arantes *1835, Francisca Vieira da Silva Arantes *1837, Maria Vieira da Conceição Arantes *1838, Maria Vieira da Silva Arantes *1841, Domingos Vieira Arantes *1842, Francisco Vieira da Silva Arantes *1845, Antônio Zeferino da Silva Arantes *1846.
 
Com a morte do sr. Antônio Vieira da Silva, o solar passou a pertencer ao seu filho o comerciante e vereador antônio vieira da silva arantes que nasceu (foi batizado na igreja matriz de catas altas em 21/08/1833 pelo seu tio o padre antônio francisco arantes) no solar da família onde morou até 1870 quando o vendeu para o sr. Domingos vieira da silva (antigo fabricante de vinho de uva, também), e foi morar no seu solar assobradado que adquiriu na rua do rosário. Além de vereador, foi ‘subdelegado de polícia’ em 1873;
 
Juiz de paz substituto por várias vezes, conforme o livro de registros das eleições que vai de outubro de 1881 a novembro de 1900. Ele fabricava vinho de uva em sua fazenda que era denominada “chácara”, apenas para consumo de sua casa e para agradar as visitas. Faleceu em +18/11/1906 em sua residência na rua do Rosário onde possuía seu comércio, e foi sepultado no cemitério de Catas Altas. Ele casou-se em abre campo com sua prima d. Marianna angélica da conceição guimarães arantes em 30/04/1861, dispensado de consanguinidade de 2º grau de linha transversal, filha do capitão José Félix Ferreira Guimarães e d. Jesuína da Conceição Guimarães,(ambos primos também), sendo padrinhos: o sr. Francisco José de Barros e o Pe. Francisco de Abreu. Tiveram os filhos nascidos no “Solar João Vieira da Silva”: Raymundo Vieira Arantes (mundico) 06/09/1866 c/c d. Maria Rita Hosken Vieira, e Antônio Vieira da Silva Arantes Júnior *28/07/1868(batizado na igreja do Bonfim do morro d’água quente, e os demais irmãos batizados na igreja matriz de Catas Altas) c/c d. Mariana Angélica da Conceição Abreu e Silva; filhas nascidas no “Solar Antônio Vieira da Silva Arantes” da rua do rosário: Catharina de Sena Arantes 08/05/1870 c/c o sr. Felício Ferreira Guimarães, e Jesuína Angélica Arantes Pereira 11/11/1871 c/c o sr. José Antônio Pereira.
 
No solar existia grande senzala para os escravos e se cultivava milho, feijão, e árvores frutíferas. No final da década de 1860, o solar foi vendido para o sr. Domingos Vieira da Silva, antigo Fabri cante de vinhos de Catas Altas, ficando em sua família por mais ou menos 80 anos.