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Nº 1633 - Ano 35
10.11.2008

A vida urge

UFMG e PBH lançam Programa de Teleurgência,
pioneiro no Brasil, para agilizar atendimento do Samu

Larissa Nunes*

Para quem está lutando pela vida, cada segundo que passa é uma nova batalha. Em Belo Horizonte, essa corrida contra o tempo tem um novo aliado: a telessaúde. Fruto de parceria que começou há dois anos entre a Faculdade de Medicina da UFMG e a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, o Programa de Teleurgência vai equipar as ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu, com tecnologias de ponta, que permitem a obtenção de imagens e informações clínicas sobre o paciente antes mesmo que ele chegue ao hospital.

“Notamos maior agilidade no atendimento, o que é muito importante em um hospital de urgência. Antes não sabíamos nada sobre os pacientes que chegavam pelo Samu. Era uma surpresa. Agora já temos acesso a exames e a outras informações prévias”, explica Aluísio Marques, coordenador de plantão do Hospital Universitário Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova.

Há dois meses, o Risoleta Neves participa, com duas ambulâncias do Samu, da fase de testes de um dos equipamentos do Teleurgência: o Monitor Multiparamétrico de Sinais Vitais. Em uma das ambulâncias, a Unidade de Suporte Básico, o aparelho realiza exames de medição de pressão, glicose e eletrocardiograma. Na outra, de Suporte Avançado, que funciona com a presença de um médico e de um enfermeiro, é feito também o exame de ultra-som.

Além do Monitor Paramétrico, as ambulâncias do Samu serão equipadas com um laptop, que transmitirá, em banda larga, os resultados dos exames até a Central de Atendimento de Urgência. Lá, um médico, após analisar os exames, indica o hospital mais adequado para receber aquele paciente. Em seguida, ele reenvia esse material, também por internet, para o hospital.

“Se é uma paciente grave, que precisa de cirurgia, ela será imediatamente encaminhada para o bloco cirúrgico, ao chegar ao Hospital. É um ganho social imensurável”, explica o professor Cláudio de Souza, coordenador do Centro de Tecnologia em Saúde da Faculdade de Medicina, responsável pela participação da UFMG na iniciativa.

As próximas instituições atendidas devem ser os hospitais Odilon Behrens e Júlia Kubitschek. Até agora apenas as duas unidades de suporte que atendem ao Risoleta Neves dispõem do novo equipamento.
“Nossa expectativa é de que em cerca de oito meses as 29 ambulâncias do Samu estejam equipadas com o Monitor Multiparamétrico”, prevê Alaneir de Fátima dos Santos, vice-coordenadora do Núcleo de Telessaúde da Faculdade de Medicina.

Uma outra licitação, também em andamento, prevê a compra de uma câmera Frontline, que transmite imagens em tempo real dos procedimentos realizados dentro da ambulância para a Central de Atendimento do Samu.
Para equipar cada uma das ambulâncias-piloto foram investidos cerca de
R$ 100 mil. No entanto, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, há expectativa de que, a partir das licitações em andamento com abrangência no Brasil e no exterior, seja possível a aquisição dos equipamentos a um custo menor para expandir o serviço para todos os hospitais públicos do município.

Educação e saúde

No lançamento oficial do Programa de Teleurgência, realizado no dia 3 de novembro na Faculdade de Medicina, o secretário de Saúde de Belo Horizonte, Helvécio Miranda Magalhães Júnior, e o reitor Ronaldo Pena destacaram a importância da chegada dessa nova tecnologia a Belo Horizonte. “É uma enorme satisfação constatar que a parceria com a UFMG cumpriu mais uma etapa”, comemorou o secretário. Para o reitor, o programa de teleurgência mostra que a educação unida à saúde traz bons resultados para as duas áreas: “Acredito que nós, da UFMG, estamos mostrando que o importante é fazer uma assistência para avançar no conhecimento, formar melhores profissionais.”

*Estagiária de jornalismo da Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina