A UFMG terá cinco representantes no Simpósio Internacional do Centenário da Descoberta da Doença de Chagas, que acontecerá de 8 a 10 de julho, no Rio de Janeiro. O encontro é promovido pela Fundação Oswaldo Cruz Trata-se de um evento histórico voltado para estudantes, professores e pesquisadores que visa se tornar um marco internacional na identificação e delineamento de propostas que possam contribuir para o preenchimento das atuais lacunas relacionadas ao conhecimento da doença de Chagas, bem como na proposição de medidas efetivas para sua terapia e manutenção de políticas de controle. A lista de convidados é composta de cientistas renomados nacional e internacionalmente nas diferentes áreas de conhecimento da Doença de Chagas. Cinco dos integrantes fazem parte do corpo acadêmico da UFMG, todos com papel de destaque no estudo e combate à doença. O nome de Carlos Chagas consta na lista de alunos notáveis do Centro de Memória da Medicina (Cememor)/UFMG, com Juscelino Kubitschek, Ivo Pintanguy, Guimarães Rosa, Lincoln Freire e Pedro Nava. Pesquisadores Ele terá como companheiro o professor Antônio Luiz Pinho Ribeiro, também pesquisador do CNPq e titular do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG. Antônio Luiz ocupa ainda o cargo de vice-diretor e diretor clínico do Hospital das Clínicas e é consultor da Coordenação de Alta Complexidade, DAE/SAS/Ministério da Saúde. O professor Ricardo Tostes Gazzinelli, titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG, chefe do laboratório de Imunopatologia do Centro de Pesquisa René Rachou/ Fiocruz e do laboratório de Imunoparasitologia do Instituto de ciências Biológicas UFMG é outro convidado. Na lista consta também o nome do médico-geneticista Sergio Danilo Junho Pena, professor titular de Bioquímica da UFMG, presidente do Núcleo de Genética Médica (Gene) e membro Titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Outra convidada é a professora Walderez Dutra, graduada em Ciências Biológicas com doutorado em Bioquímica e Imunologia pela UFMG, possui ainda pós-doutorado pela Fiocruz e Stanford University. Atualmente é titular do Departamento de Morfologia da UFMG e pesquisadora adjunta do Stanford Research Institute. Tem experiência na área de Imunologia, com ênfase em Imunologia Celular, focalizando seus estudos nos mecanismos de geracao de respostas patogenicas ou protetoras na doenca de Chagas, leishmaniose e doenca periodontal. Como uma das Ações Comemorativas do Centenário da Descoberta da Doença de Chagas, o Simpósio incluirá apresentação de palestras e de mesas redondas, além de uma sessão de pôsteres, discorrendo desde a importância histórica até a discussão do corrente conhecimento científico, abordando os atuais desafios da doença. Confira aqui artigo do professor Sergio Danilo Pena publicado na revista Ciência Hoje, sobre Carlos Chagas. Um paralelo entre Darwin e Carlos Chagas foi traçado em palestra proferida professor aposentado da UFMG João Amílcar Salgado, membro do Cememor. Matéria veiculada no Boletim da UFMG também teve como tema os 100 anos da Doença de Chagas.
O professor Manoel Otávio da Costa Rocha, titular do Departamento de Clínica Medica da Faculdade de Medicina da UFMG, pesquisador do CNPq e coordenador do Programa de Pós-Graduação e Infectologia e Medicina Tropical da UFMG é um dos convidados.
"Tripla descoberta"
Em 1909, Carlos Chagas, pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), comunicou ao mundo científico a descoberta de uma nova doença humana. No ano anterior, Chagas já havia sido capaz de identificar seu agente causal - o protozoário que denominou de Trypanosoma cruzi, em homenagem a Oswaldo Cruz - e o inseto transmissor, conhecido como barbeiro. A “tripla descoberta” de Chagas, considerada única na história da medicina, constitui um marco na história da ciência e da saúde brasileiras.