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Inteligência artificial

Encontro formativo discute implicações da IA no ensino superior

Organizado pelo GIZ/Prograd, evento será realizado no dia 30 de outubro, na Face

Por Hellen Cordeiro

Com informações da Assessoria de Comunicação da Prograd

Evento ocorre em sintonia com as discussões da Comissão Permanente de IA da UFMG
Foto: rawpixel | Freepik

Realidade diária das práticas de ensino, o uso da Inteligência Artificial vai nortear as discussões da formação (Des)encontros com a Inteligência Artificial: ensinar e aprender, por quê, para quê, para quem e como?, organizada pela Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino (GIZ), vinculada à Pró-reitoria de Graduação da UFMG.

O evento visa contribuir com os debates realizados pela comunidade acadêmica acerca das implicações éticas, educacionais, políticas e sociais do uso da IA no ensino nas universidades públicas brasileiras. A atividade está marcada para 30 de outubro, durante todo o dia, nos auditórios 1 e 2 da Faculdade de Ciências Econômicas (Face). Para participar, é necessário se inscrever por meio de formulário eletrônico até 27 de outubro.

A mesa-redonda é aberta ao público. As oficinas e o minicurso, por sua vez, têm vagas limitadas – 50 para oficinas e 70 para o minicurso – e são destinados preferencialmente a docentes da UFMG. Serão emitidos certificados para todas as atividades, desde que o participante assine a lista de presença que será disponibilizada em cada momento do evento.

“Este encontro constitui uma oportunidade formativa para que professores e futuros professores universitários desenvolvam reflexões conjuntas e se apropriem adequadamente de estratégias pedagógicas para o ensino superior com o uso da inteligência artificial”, explica o pró-reitor de Graduação, Bruno Otávio Soares Teixeira. “Trata-se de uma questão emergente e necessária para o desenvolvimento do ensino de forma contextualizada, crítica e colaborativa entre os professores da instituição”, complementa.

Bréscia Nonato, diretora do GIZ
Foto: Julia Duarte | UFMG

Atenção às mudanças
“Discutir o uso da IA no ensino de graduação não trata apenas de aprender sobre como usar essa nova tecnologia, mas compreender o que está em jogo quando o processo educativo pode passar a ser mediado por tecnologias capazes de produzir e interpretar linguagens, imagens e conhecimento”, analisa Bréscia França Nonato, diretora do Giz e professora do Departamento de Ciências Aplicadas à Educação. Ela ressalta a importância de atrelar o tema à formação de professores, já que existe uma necessidade urgente de incorporar uma leitura crítica sobre o uso e limites da IA.

“É preciso reconhecer os potenciais, mas também problematizar seus limites e implicações sociais, especialmente no que diz respeito à reprodução de desigualdades, vigilância e precarização do trabalho docente”, diz Bréscia Nonato, parafraseando o catedrático António Nóvoa (Ieat/UFMG), segundo o qual “nada substitui um bom professor”. No entanto, para ela, ser um bom professor exige formação pedagógica robusta e atenção às mudanças da sociedade. 

Segundo a docente, o ritmo acelerado das transformações causam espanto e acompanhá-las parece um caminho complicado, mas não se pode ignorar as problematizações e impactos da IA dentro da sala de aula, responsável por formar profissionais que vão atuar em diversas áreas do conhecimento, no setor público e no privado. 

“Não temos condições e acredito que não devemos querer dar conta de seguir neste ritmo, mas precisamos, sim, no mínimo, repensar nosso papel docente e a função social da educação superior. Esse contexto nos convida a construir novas metodologias, que aliem criticidade, experimentação e inovação a um compromisso político com a formação humana e com a justiça social”, comenta.

Esforços desde 2023
O encontro é proposto pelo contexto do uso massificado do recurso tecnológico, que carece de reflexões acerca de seus efeitos no âmbito cultural, educacional, político e socioeconômico. Desde 2023, a UFMG tem mobilizado esforços sistemáticos para compreender os impactos da IA em instituições de ensino e pesquisa.

Na semana passada, foi realizada segunda edição do ciclo de seminários sobre inteligência artificial e ética na vida acadêmica. O evento está situado no contexto que a UFMG tem realizado sobre o uso da IA no ambiente universitário, por meio da Comissão Permanente de Inteligência Artificial, instituída oficialmente em agosto de 2024. Além disso, uma coleta prospectiva em andamento subsidiará a construção da Política de IA da UFMG.

“A UFMG tem buscado se inserir nesse debate de forma crítica e comprometida. O trabalho da comissão de IA evidencia isso. A Universidade vem construindo um diagnóstico, e queremos contribuir no sentido de articular ações de formação que contemplem demandas da comunidade universitária”, pontua a docente.

Bréscia acrescenta: “Acredito que o GIZ tem assumido um papel estratégico ao criar espaços de diálogo. Nosso compromisso é contribuir para que a comunidade universitária da UFMG seja capaz de usar a IA de modo ético, crítico e criativo, reconhecendo que a questão educacional é apenas uma das dimensões a ser pensada.”

Programação
Mesa-redondaInteligência Artificial: tecnopolíticas, ética e imaginação criativa na educação universitária
Com Anna Luiza Coli, da Cátedra Darcy Ribeiro: Soberania, Educação e Política, e Raquel Augusta Melilo Carrieri, da Cátedra Fundep Magda Soares de Educação Básica, e mediação da professora Patrícia Nascimento Silva, da ECI, e integrante da Comissão Permanente de IA
Horário: 8h30 às 10h
Local: Auditório 1

Oficina 1Inteligência Artificial e seus usos pedagógicos
Com Fernanda Abreu, coordenadora de Ensino Superior do Senai/MG
Horário: 10h30 às 12h
Local: Auditório 2

MinicursoUso de IA Generativa no Ensino Superior
A formação, ministrada por Roberto Massi de Oliveira, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), busca analisar, reconhecer e reproduzir abordagens de atualização do ensino diante do novo cenário da educação relacionado ao uso de IA generativa por parte dos alunos. O conteúdo programático da oficina prevê um estudo de caso sobre dois semestres de ensino de programação com IA generativa. A intenção é aumentar a robustez de cursos contra o mau uso do recurso.
Horário: 14h às 16h
Local: Auditório 1

Oficina 2Uso de Inteligência Artificial na avaliação da aprendizagem
Com João Pedro Araújo Ferreira Campos, doutorando da pós-graduação em Engenharia Elétrica da UFMG
Horário: 16h às 17h30
Local: Auditório 2

Categoria: Ensino

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