Com obras que exploram as representações do corps, compondo uma “constelação de imagens em diálogo e tensão em torno do sonho, do selvagem e do cosmos, a exposição Desenhos inconjuntos, do artista e educador Rafael Fernandes Alves, será aberta nesta sexta-feira, 14 de novembro, às 19h, no Centro Cultural UFMG.  A entrada é gratuita e tem classificação indicativa de 12 anos. As obras poderão ser visitadas até 11 de janeiro.

Apesar de estarem a anos-luz de distância, os seres humanos, ao olharem para os céus, “agrupavam” diversos corpos celestes que viam a fim de formarem constelações e, então, dar-lhes algum significado. Com base nessa ideia, surge o paradoxo no nome da exposição: apesar de agrupar os desenhos sob um único título, sugere, de forma simultânea, que eles não formam um conjunto coeso.

“Inexistente nos dicionários de língua portuguesa, o termo inconjunto é um neologismo criado por Fernando Pessoa, através do seu heterônimo Alberto Caeiro, provavelmente derivado do inglês inconjunct, para nomear sua obra Poemas inconjuntos”, diz-se no texto de divulgação distribuído pelo Centro Cultural. “Assim, o título busca enfatizar o caráter experimental, processual e eternamente inconclusivo dessas investigações em curso”.

A exposição reúne desenhos que, entre pontos de convergência e tensões, tematizam o corpo e suas transformações. “As obras apresentadas representam figuras que transitam livremente entre o bestial e o divino, o terrestre e o celestial. São personagens de uma narrativa circular, assim como a dos mitos, que se revela pouco a pouco em cada um dos desenhos”, informa-se no material de divulgação.

Sobre o artista
Educador e desenhista, Rafael investiga as transformações de corpos humanos, animais, minerais e celestes por meio do desenho. Em suas obras, ele faz uso de pastel seco, guache e caneta sobre papel, com uma paleta de cores dominada por tons de azul e vermelho. 

A partir do uso de espelhos e referências fotográficas, o artista incorpora seu próprio corpo em grande parte de suas criações. No entanto, essa prática de auto-observação não se restringe à lógica do autorretrato, ela se desloca em direção à figura do ator, que performa identidades e transita por múltiplos papéis.

Em meio ao desejo de construir uma mitologia própria, Rafael Fernandes tece um imaginário sincrético ao fundir referências visuais de várias iconografias, memórias e narrativa pessoal.

O artista realizou as exposições individuais O corpo que tenho, no BDMG Cultural, em 2024, e As coisas que ainda não sucederam, no Centro Cultural da Universidade Federal de São João del-Rei, em 2023. Em 2021, foi premiado pelo edital de emergência Arte como respiro, do Itaú Cultural, e recebeu menção honrosa no 43º Salão de Arte Contemporânea de Franca. Ele também participou da Residência Artística do Cefart – Palácio das Artes.

Exposição ‘Desenhos Inconjuntos’ – Rafael Fernandes Alves
Visitação: até 11/01/2026
Terças a sextas: 9h às 20h
Sábados, domingos e feriados: 9h às 17h
Local: Grande Galeria do Centro Cultural
Classificação indicativa: 12 anos
Entrada gratuita