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Ameaça ao equilíbrio ambiental
Pesquisa investiga efeitos do desmatamento sobre as populações de vespas e abelhas solitárias
Maurício Guilherme Silva Júnior
nicialmente, a floresta é desmatada. Em seguida, herbicidas são despejados no solo. Por fim, o fogo consome todo o terreno onde será realizado o plantio. As tradicionais queimadas, precedidas de intervenções nocivas à natureza, são práticas ainda disseminadas por agricultores brasileiros. Além do desgaste da terra, que futuramente pode tornar-se improdutiva, o procedimento altera todo o ecossistema local.
Investigar os efeitos de intervenções humanas no desenvolvimento de vespas e abelhas solitárias, insetos importantes para o equilíbrio ambiental, foi o objetivo principal da tese de doutorado do professor Elder Ferreira Morato, defendida em fevereiro junto ao programa de pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB).
Realizada na reserva experimental Catuaba, no Acre, a 40 quilômetros de Rio Branco, a pesquisa de Elder Morato comparou a biodiversidade de vespas e abelhas em quatro diferentes tipos de área: florestas desmatadas; primárias (virgens); secundárias (com plantas crescentes em solo anteriormente desmatado); e regiões próximas a fazendas. Nos 18 meses de duração da pesquisa, foram encontradas 40 espécies de vespas, 29 de abelhas e 2.785 ninhos. Curiosamente, o estudo verificou maior diversidade dos insetos nas áreas próximas a fazendas e nas florestas secundárias não alteradas pelo homem.
O resultado surpreendeu o pesquisador, já que a hipótese seria a de que áreas virgens - ou primárias - concentrariam maior diversidade de vespas e abelhas solitárias. A explicação para o fenômeno está na heterogeneidade da vegetação que se desenvolve nas florestas secundárias e nas regiões próximas a fazendas. A grande variedade de espécies vegetais mantém o hábitat receptivo a um número maior de espécies de insetos. "Florestas virgens e áreas com perturbações intensas possuem vegetação muito homogênea, o que não estimula a coexistência de espécies variadas", ressalta Elder Morato.
As implicações de tal resultado são importantes. Sabe-se que as florestas primárias têm sido exponencialmente desmatadas, o que preocupa ecologistas de todo o mundo. Os dados da pesquisa de Elder Morato servem para alertar os ambientalistas para o risco da intervenção humana também em regiões de vegetação secundária.
Metodologia
O trabalho incluiu o acompanhamento do desenvolvimento da vegetação, além da coleta das vespas e abelhas solitárias. Para que o estudo se aproximasse ao máximo da realidade, o professor, que trabalha na Universidade Federal do Acre, desmatou três terrenos de floresta secundária - de um hectare cada -, além de pulverizá-los com herbicidas e queimá-los. "Na Amazônia, os agricultores costumam desmatar extensões de terra semelhantes às da pesquisa", explica Elder Morato.
O estudo investigou abelhas e vespas solitárias que fazem ninhos em cavidades já existentes em madeiras e árvores. Tais insetos são completamente independentes. As fêmeas põem os ovos nos locais escolhidos, e a prole completa seu ciclo longe da mãe. O pesquisador espalhou 3.600 armadilhas (ninhos artificiais) pelos quatro tipos de áreas a serem comparadas. As inspeções eram realizadas a cada 15 dias. "Dificilmente, abelhas e vespas solitárias são capturadas em flores", explica Elder Morato. Além da coleta dos insetos, o trabalho acompanhou a evolução da vegetação nas áreas analisadas e buscou amostras de aranhas, um dos principais alimentos das larvas de vespas e abelhas.
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Tese: Efeitos da sucessão florestal sobre a nidificação de vespas e abelhas solitárias
Autor: Elder Ferreira Morato
Orientador: Rogério Parentoni
Defesa: 18 de fevereiro de 2004, junto ao programa de pós-graduação em Ecologia, conservação e manejo da vida silvestre, do ICB