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Nº 1528 - Ano 32
27.04.2006

UFMG volta a representar o Brasil em concurso de direitos humanos

om um caso hipotético sobre as ações afirmativas e a obrigação do Estado em oferecer ensino superior a todos os cidadãos, um grupo de alunos da Faculdade de Direito venceu, pela segunda vez consecutiva, a etapa brasileira do Prêmio Sistema Interamericano de Direitos Humanos, promovido pela Secretaria Espe-cial de Direitos Humanos, organismo do governo federal.
Divulgação

Pedro Veloso e Luiz Koury (esq.)
e Isabel Penido e Túlio Andrade (dir.) buscam recursos para participarem
da etapa internacional

A conquista deu ao Grupo de Estudos em Direitos Internacionais (Gedi) da UFMG o direito de mais uma vez representar o Brasil na fase internacional da competição, que será realizada em Washington, Estados Unidos, entre 22 e 26 de maio. Alunos de faculdades de diversos países do continente americano participarão dessa etapa, que será realizada em três línguas: espanhol, inglês e português. Serão distribuídos prêmios específicos por idioma e outro para a melhor equipe.

Em 2005, o grupo da UFMG ficou em segundo lugar no concurso, baseado na defesa e apresentação de casos sobre tortura e terrorismo. “Trata-se de um julgamento promovido pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos. A mesma equipe precisa assumir os dois lados no tribunal: o do acusador e o do acusado, normalmente um Estado que tenha cometido possível violação a algum direito fundamental”, explica o estudante Pedro Veloso, um dos integrantes do grupo. Ele, inclusive, integrou a equipe que representou a UFMG na edição passada.

Agora, Pedro Veloso juntamente com seus colegas – Isabel Penido, Luiz Koury e Túlio Andrade – estão às voltas com o mesmo problema enfrentado na edição passada: a necessidade de buscar recursos para financiar a viagem aos Estados Unidos. Ele calcula que o grupo precisa de cerca de R$ 20 mil para custear despesas com passagens aéreas, transporte, alimentação e hospedagem. “No ano passado, conseguimos o patrocínio de uma empresa privada e o apoio da Pró-Reitoria de Graduação”, informa Veloso.

Reconhecimento
O estudante diz que a participação em concursos de direitos humanos confere projeção ao Gedi. “A própria coordenadora do Prêmio Nacional, Renata Pelizon, afirmou que o nosso trabalho estava bem acima dos outros em termos de qualidade”, diz Pedro Veloso. Segundo ele, diante desse desempenho, a Secretaria Especial de Direitos Humanos sinalizou interesse em firmar parcerias para que o Gedi possa compartilhar sua experiência com outros grupos de estudos em direitos humanos.

Reconhecido no âmbito acadêmico, o Gedi quer agora estreitar laços, por meio de consultorias, com organizações não-governamentais e entidades sociais. “Existe muito ativismo nessa área, mas pouca gente sabe operacionalizar o sistema de direitos humanos”, argumenta Pedro Veloso.

HC retoma transplante de pulmão


nterrompidos há quase dois anos, os transplantes de pulmão voltaram a ser realizadas pelo Hospital das Clínicas da UFMG. A cirurgia que marcou a retomada das atividades do Grupo de Transplante de Pulmão foi realizada no final de março e beneficiou o aposentado mineiro Geraldo Licério, de 61 anos, que sofria de enfisema tabágico.

Foca Lisboa

Fachada do prédio do Hospital das Clínicas

O HC já realizou seis transplantes de pulmão, o primeiro deles em agosto de 2003. O Grupo de Transplante de Pulmão, comandado pelo médico Sílvio Paulo Pereira, é composto por cirurgiões torácicos, pneumologistas, infectologista, intensivistas, anestesiologistas, imunologista, microbiologista, patologista, psicóloga, enfermeiras, fisioterapeuta, nutricionista e assistente social.

O transplante pulmonar é o mais difícil de ser concretizado, pois o órgão é o único que mantém contato com o meio externo, por isso está mais propenso a contrair infecções. O sucesso da operação depende fundamentalmente do tempo entre a retirada do órgão do doador e o transplante no receptor – não pode ultrapassar seis horas. Além disso, o doador não pode estar conectado à respiração artificial por mais de três dias.

Para ser submetido a este tipo de cirurgia, o paciente, cuja doença pulmonar crônica progressiva deve estar em fase avançada e sem resposta a outros tratamentos, precisa passar por um exame clínico detalhado, ter menos de 65 anos e expectativa de vida inferior a dois anos.