UFMG cria graduação pioneira em conservação e restauração de bens culturais

Ana Maria Vieira

Felipe Zig

Experiência do Cecor foi decisiva para a criação do curso

A UFMG vai oferecer, já no Vestibular 2008, sua 49ª graduação, o curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis, oferecido pela Escola de Belas-Artes e pioneiro no Brasil. As inscrições para o novo curso, que dispõe de 30 vagas com entrada única no primeiro semestre, só podem ser feitas pela Internet (www.ufmg.br/copeve), até 4 de outubro. A íntegra do edital do concurso também está disponível no mesmo endereço. Os candidatos que já se inscreveram no Vestibular 2008 poderão reoptar pela nova graduação.

A taxa de inscrição é de R$ 115. As provas ocorrerão nas mesmas datas dos outros cursos oferecidos no Vestibular 2008: a primeira etapa, no dia 2 de dezembro, e a segunda, entre 7 e 11 de janeiro de 2008
O projeto de criação do curso tramitou durante cinco anos e foi aprovado no dia 13 de setembro, em reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe).

Primeira do gênero no Brasil, a graduação em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis preenche uma lacuna na formação profissional em preservação patrimonial. A pró-reitora adjunta de Graduação, Carmela Polito, diz que a experiência da pós-graduação da UFMG nesse campo – coordenada pelo Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Cecor) – foi decisiva para que a instituição decidisse também oferecer um curso de graduação. “É muito grande o número de pessoas de todo o Brasil e de outros países da América Latina que procuram a nossa especialização em conservação e restauração de bens culturais”, justifica a professora Carmela. Esta especialização é oferecida pela Escola de Belas-Artes há quase 30 anos.

Interdisciplinar

Com duração de oito semestres, o curso será ministrado nas instalações do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Cecor), órgão complementar da Escola de Belas-Artes (EBA) e referência na área de conservação, restauração e conservação preventiva. Sua estrutura física comporta ateliês, laboratórios, estúdio de fotografia, sala de aula teórica, equipamentos científicos de análises físicas e físico-químicas, além de técnicos e professores com formação e longa experiência neste campo do conhecimento.

Uma das marcas do novo curso é o seu caráter interdisciplinar, pois envolve professores da Fafich, das faculdades de Letras e de Educação e do ICEx. “Além das áreas clássicas, a UFMG também desenvolve competência nas áreas de fronteira do conhecimento, e o profissional que se formar nesta graduação deverá não apenas dominar as técnicas de recuperação e acabamento artístico, mas também entender os processos biológicos e químicos responsáveis pela deterioração das obras de arte”, analisa a pró-reitora adjunta de graduação.

“Com a nova graduação, a Belas-Artes configura-se como uma escola de artes peculiar, por congregar, num mesmo espaço físico e de idéias, a conservação e a restauração de bens culturais, a criação artística e a crítica das artes”, comenta o vice-diretor da Unidade, professor Luiz Sousa.