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Nº 1969 - Ano 43
20.03.2017

Conceito máximo

Resultados do Enade mostram UFMG entre as três melhores universidades do Brasil

Os resultados do Exame Nacional de Cursos (Enade) relativos a 2015 – divulgados no início do mês – mostram que a UFMG está entre as três universidades brasileiras com melhor desempenho. Apenas 11 de 231 instituições obtiveram Índice Geral de Cursos (IGC) igual a cinco, conceito máximo. O IGC é composto da avaliação da graduação e da pós-graduação. A UFMG foi a que teve maior número de cursos avaliados (58) e o mais alto conceito médio da graduação entre as três primeiras – as outras são Unicamp e Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

"Considerando o número elevado de cursos avaliados, o resultado na graduação é especialmente significativo. Revela desempenho equilibrado e de excelência", comenta a professora Cristina Alvim, diretora de Avaliação Institucional da UFMG. Ela destaca ainda a estabilidade dos resultados da Universidade, que tem obtido conceito máximo desde 2007, quando o IGC começou a ser calculado.

Cristina Alvim explica que os 58 cursos foram avaliados no triênio 2013-2015. No último ano do período, 11 cursos da UFMG passaram pelo exame do Inep. Nove deles obtiveram conceito máximo (5) na prova do Enade, e dois ficaram com conceito 4.

Três dimensões

No que se refere ao Conceito Preliminar de Curso (CPC), verifica-se uma queda em boa parte dos 11 cursos, que se deve ao efeito de um dos fatores do cálculo. Segundo a diretora de Avaliação Institucional, o CPC é composto de três dimensões: desempenho do estudante (55%), corpo docente (30%) e percepção discente sobre o processo formativo (15%). O desempenho dos estudantes é a soma de dois indicadores: Conceito Enade (média das notas dos concluintes da prova) e IDD, que considera a diferença de desempenho observado e esperado.

Segundo Cristina Alvim, O IDD tem a finalidade de destacar do desempenho médio dos estudantes concluintes aquilo que diz respeito especificamente ao valor agregado pelo curso ao seu desenvolvimento. Ou seja, reconhecer as diferenças entre os estudantes ao ingressar na educação superior e considerá-las na análise do desempenho dos concluintes.

"O IDD tem sido problemático para os cursos da UFMG, especialmente a partir de 2013, quando passou a ser calculado subtraindo-se a nota do Enem da nota do Enade", diz Cristina Alvim. "Isso ocorre porque a UFMG, muito procurada no Sisu, recebe estudantes com notas muito elevadas no Enem. No período entre 2012 e 2014, na UFMG, tivemos 44% dos cursos avaliados com conceito Enade 5, mas apenas 11% com CPC 5, pelo efeito do IDD. O mesmo ocorreu nessa última edição: dos nove cursos com Conceito Enade igual a 5, todos tiveram CPC igual a 4."

Segundo a diretora de Avaliação Institucional, o curso de Administração da UFMG (Enade 2015) é um exemplo claro do efeito do IDD: a formação obteve a oitava maior nota do Enade no Brasil (conceito máximo 5) e a 100ª maior nota no CPC (conceito 4), pois o IDD encontra-se na 776ª posição (nota bruta igual a -0,03; nota padronizada 2,5), num total de aproximadamente 1.800 cursos avaliados na mesma área (Administração).

"Uma nota bruta de IDD negativa seria como se o curso não tivesse agregado valor ao estudante, que, por sua vez, teve desempenho excelente na prova. Nossa impressão é de que o método de cálculo do IDD está inapropriado. Em nível nacional, observa-se uma tendência de convergência do CPC para a média", explica Cristina Alvim.

As tabelas com os dados sobre o IGC e o CPC estão disponíveis no site.

[Matéria publicada no Portal UFMG, seção Notícias da UFMG, em 10/03/2017]