Com certeza todo mundo sabe que, um dia, Pelé fez seu milésimo gol.
Alguns vão se lembrar que foi no Maracanã, outros que foi no Andrada,
goleiro do Vasco. Outros vão se lembrar que ele dedicou o gol às criancinhas
do Brasil. Naquela época eu era criança e não entendia bem o que faria
com o presente do Rei... Mas é certo: todos sabem quem foi ele e que
ele fez um dia seu milésimo gol.
Esta certeza, esta obstinação pelo mil, deve ter suas razões. A busca
constante de uma contagem milenar parece dar contornos indiscutíveis
de sucesso, de vitória. Imagino quem passou a vida contando e contabilizando
os gols do Pelé... E devem existir controvérsias: uma súmula de jogo
perdida, um gol feito mas não computado etc. Após o gol 900, a contagem
regressiva deve ter sido intensa. Apostas devem ter sido feitas, previsões
podem ter sido lançadas. E, então, o 1.000! Consagração! Confirmação!
O homem era bom mesmo e estamos conversados! Podia ter seus (e quantos)
defeitos, mas estava imortalizado!
Não vamos aqui relacionar o que seria bom ter-se mil vezes. Ou o que
seria ruim... O fato é que, se chegou a mil, com certeza, é demais!!
Dirão alguns: " - Ninguém chega a mil por acaso!...". Aí eu discordo!
Com certeza pode se chegar a mil por acaso. O Sistemático é prova e
exemplo! Poderia existir algo, ao mesmo tempo, tão dispensável e imprescindível?
Sua ausência não nos mataria. Porém, sua presença nos traz ganhos intangíveis,
só totalmente percebidos em momentos como este.
Salvo algumas testemunhas vivas da história, que ainda constróem o
futuro pelos corredores e salas do 8o andar e subsolo, restou O Sistemático
a manter forte a costura que liga passado, presente e futuro do CECOM.
O acaso e a Lelé mantiveram O Sistemático de pé. No passado, ele sobreviveu
à falta de assunto, às opiniões contrárias, à perda de chargistas e
colaboradores. Obviamente, contou com leitores importantes que o protegeram,
diretores que o estimularam e funcionários que o alimentaram com sugestões,
críticas, artigos técnicos, novidades etc. Nunca houve uma estratégia
específica que tratasse de sua linha editorial. Ele às vezes sai com
seis páginas, outras com uma e meia... Sai toda semana. Mas às vezes
não... É feito às quintas. Mas às vezes fica prá sexta... E lá vai ele!...
Até prova em contrário, o mais antigo e quase regular informativo interno
da universidade. Ao mesmo tempo provinciano, com suas "imexíveis" Sociais,
e contemporâneo, divulgando novas tecnologias. Parecendo ser somente
de interesse interno, porém tendo mais leitores externos que ceconianos.
Não há quem me convença que um Centro de Computação precise de um jornal
semanal. Não há também quem me convença que o CECOM seria o mesmo sem
O Sistemático. Não há melhor arquivo para se descobrir o que foi a vida
técnica, administrativa e profissional do CECOM ao longo de mais de
vinte anos. Não há instrumento melhor de divulgação, comunicação e registro,
seja de fatos, tendências, projetos, informações úteis ou a simples
convivência de um grupo de trabalho.
Os vários formatos que O Sistemático já teve parecem conferir-lhe uma
eterna juventude. Convivo com O Sistemático há muito tempo. Suas páginas
me receberam ainda como bolsista da FUMP e, como acontece com muitos,
boa parte da minha vida profissional e pessoal está ali registrada.
Hoje, O Sistemático é peça fundamental no fornecimento de informação,
não só interna ao CECOM, mas também para toda a comunidade universitária
que utiliza nossos sistemas e serviços. Ele informa, rotineiramente,
a situação de cada projeto, as mudanças implantadas e as novidades que
estão por vir. Mesmo em um momento de extrema agilidade no intercâmbio
de informações na sociedade, ele mantém seu espaço e importância. Adaptando-se
gradativamente às novidades tecnológicas, ele já mostra, há tempos,
sua cara na Internet. Sua frequência semanal nos intima a informar e
produzir ações que geram notícias. O CECOM não pára, nem ele deixa.
Como ninguém programou que ele chegasse tão longe, ele teima em continuar
mostrando sua importância. Mas como Cuba e Fidel, fica a dúvida: sem
Lelé vai?... Nem Nostradamus acreditaria que ele chegaria a 1.000. Por
quê duvidar então dos 2.000? Haja Lelé!... Ou quem mais vier!