Maria José Cortezzi - redatora de O Sistemático
O Sistemático vivenciou mudanças incríveis da área de computação da
UFMG. Quando ele foi criado, no dia 14 de junho de 1977, o Centro de
Computação, juntamente com o Departamento de Ciência da Computação e
o Departamento de Racionalização, estava vivendo grandes mudanças. Era
a UFMG entrando em outro patamar da informática, com o PROMU - Programa
de Modernização da Universidade. Um computador de grande porte, o Burroughs
6700, estava promovendo esta mudança e o IBM/360-40 estava para ser
desligado.
O Sistemático publicou a ida do PDP e do RJE para o ICEx, a compra
do A10 e o desligamento do B6700, a desativação do FACOM, a chegada
dos primeiros equipamentos de data entry COBRA, a chegada dos micros
de 8 bits (SID, Cobra e Quartzil), os XTs, os 386, os 486, os Pentiums,
as impressoras matriciais RIMA, Emília, Panasonic, a impressora laser
RIMA LD8000, as impressoras de jato de tinta, as coloridas e as de rede.
Em 22 anos de existência, viveu a transição das longas filas para leitura
dos cartões para os terminais TD 800, os Scopus e, finalmente, as estações
de trabalho baseadas em PC e o ambiente Cliente/Servidor. Viveu a implantação
do Correio Eletrônico - Hermes, substituindo aqueles incansáveis papéis
de ofícios e memorandos, e a introdução do e-mail.
O Sistemático viveu a história do CECOM, do cartão perfurado à Internet.
E, como o CECOM, ele tem a sua própria história. Sua primeira edição
saiu no dia 16 de junho de 1977, sem nome, tendo no cabeçalho um ponto
de interrogação. Esta edição pode ser visualizada na página do CECOM
(http://www. cecom. ufmg.br/sistema). Neste número, foi lançado o concurso
para escolha do nome, que teve 87 sugestões e comissão para eleição
do melhor nome. A vencedora foi Cleuza Maria Bento (QQ) que, além de
receber um prêmio, teve a "alegria" de datilografá-lo por muitos anos.
Existem três coleções completas de O Sistemático: uma na Redação, outra
no CIT - Centro de Informações Técnicas - e outra particular da Redatora.
É interessante ler aquelas páginas. São tantas lembranças boas, engraçadas,
tristes, esperançosas, de admiração, de orgulho.
Estão registrados em suas páginas palestras, cursos, congressos, encontros,
seminários, projetos, entrada de estagiários (alguns dos quais estão
no CECOM até hoje), aprovação do curso de mestrado do DCC, defesas de
teses, vestibulares da UFMG, primeiro vestibular do curso de Ciência
da Computação (1978), estatísticas de uso do B6700, mudança do DCC para
o ICEx, aquisições da biblioteca do CECOM, a formatura da última turma
do curso de Processamento de Dados, charges, charadas, caça-palavras,
mudanças da diretoria do CECOM, festas de Natal, festas juninas, confraternizações,
nascimentos, casamentos, aniversários, olimpíadas, saídas do CECOM,
cursos, o folhetim "A Maldição do MCP", contratação de analistas, programadores,
operadores, agentes administrativos, remanejamento de pessoal, contratação
de professores pelo DCC, as mudanças organizacionais do CECOM, aposentadorias,
novas chefias, treinamentos internos, treinamentos para usuários, os
bate papos técnicos, Qualidade Total, o 5S, o Boteco do mês, as comemorações
de aniversários, os ENANUNIs, os artigos, os Agentes de Informática,
entre tantas notícias.
Nesses anos, O Sistemático acompanhou as gestões do prof. Antônio Mendes
Ribeiro (até 1980), de Maria Míriam Arruda Salvador (agosto/1980 a outubro/1984),
João Carlos Pires Bauer (novembro/1984 a abril/1986), Eduardo Henrique
Lima (abril/1986 a março/1994) e Carlos Alfeu Furtado da Fonseca (março/1994
até o momento).
No início, o jornal seguiu o formato de 2 colunas com, no máximo, 4
páginas, impresso em mimeógrafo. Do final do ano de 1979 até janeiro
de 1980, a edição foi em xerox, retornando ao mimeógrafo até 1984. A
partir de 1984, sua reprodução passou a ser feita em máquina xerox.
No ano de 1982, na edição comemorativa de aniversário, de 17/06, O
Sistemático surgiu de cara nova. O formato passou a ser 3 colunas, com
muito mais notícias e com uma novidade que iria se estender até dezembro
de 1984: a seção "Um Pouco de Nós", onde a cada semana era entrevistado
um ceconiano. Foram 87 entrevistas, e até O Sistemático se tornou gente
e foi entrevistado.
Em 1986, O Sistemático entrou na era da informática, passando a ser
editado em um XT Itautec, utilizando uma versão em português do WordStar,
adaptada por André Maurício Lopes da Gama Cerqueira. Depois vieram o
Word para DOS e o NewsMaster. Como a informatização do Sistemático era
ainda instável, as suas edições eram alternadas, ora em máquina de escrever,
ora em microcomputador. Em 1991, já utilizando o Corel Ventura, passou
a ser impresso na Laser RIMA LD800, conectada a um poderoso Microtec
XT 2002, que tinha o único winchester do CECOM, de 10 Mb. Em julho de
1998, passou a ser editado com o programa Adobe Pagemaker 6.5, o que
se mantém até hoje.
Foram muitas quintas-feiras à espera do jornal do CECOM. Foram anos
à procura de notícias, tentando colocar a vida ceconiana em dia. E tudo
se torna uma saudade e uma alegria. Saudade do tempo que passou, da
construção do CECOM, das metamorfoses sofridas, dos ganhos profissionais,
das amizades construídas. Alegria por haver permanecido, sempre à espera
de novidades, de poder relatar todos os acontecimentos, de vestir sempre
a camisa do CECOM.
E, assim, O Sistemático vai continuar na estrada, na mútua cooperação
com todos os ceconianos e ex-ceconianos, mantendo com firmeza o propósito
com que foi criado: o papel de divulgador dos trabalhos do CECOM, o
papel de levar aos leitores um pouco do mundo ceconiano.
