
01 de novembro de 2022
Os negros representam a maioria da população brasileira. 56,10% se declararam negros, grupo que reúne pretos e pardos, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE (2018). Os negros – que o IBGE conceitua como a soma de pretos e pardos – são, portanto, a maioria da população. No entanto, a superioridade numérica, ainda não se reflete na sociedade brasileira. Diante dessa estatística, é importante dialogar sobre quem é negro no Brasil e quem pode concorrer às vagas de cotas nas universidades públicas. Esses e outros temas estarão em debate no Papo em Pauta – iniciativa patrocinada pelo Instituto Unimed-BH e pela Cemig – que acontece no próximo sábado, 05 de novembro, às 10h no Espaço do Conhecimento UFMG. A atividade inaugura a programação do Novembro Negro do museu.
Aberto ao público, o debate terá como convidado o professor Rodrigo Ednilson de Jesus, autor do livro “Quem quer (pode) ser negro no Brasil?”, presidente da Comissão Permanente de Ações Afirmativas e Inclusão da UFMG, doutor em Educação pela UFMG e professor da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFMG.
O bate papo vai abordar questões relevantes sobre racismo e heteroidentificação, como explica Rodrigo Ednilson. “Nunca foi positivo ser negro no Brasil, pois esse lugar social é vulnerável e ainda é um lugar de desprestigio social, de medo e de risco. Quem quer se negro diante da violência policial? Frente ao racismo? Ou à violência obstétrica que marca a vida de tantas mulheres negras no Brasil?”, inquire o professor.
Ações Afirmativas na UFMG
Desde 2009, quando implementou a política de bônus vinculada a uma autodeclaração racial, a UFMG adota políticas de ações afirmativas para minimizar as desigualdades no acesso da população negra ao ensino superior. A partir de 2012, ano em que foi instaurada a legislação federal específica, a Lei nº 12.711, a Universidade iniciou sua política de cotas. As bancas de heteroidentificação foram implementadas na UFMG em 2019.
Em um importante momento para se refletir sobre vários temas e comportamentos que reforçam o racismo, o museu promove essa e mais uma série de atividades. Confira a programação completa em ufmg.br/espacodoconhecimento/acontece/programacao.