30 de agosto de 2022

Integrando a programação do Agosto Indígena, o Espaço do Conhecimento UFMG realiza mais uma edição do Papo em Pauta tendo como convidadas mulheres indígenas, das etnias Xakriabá e  Tupinikim. Simone Xakriabá é graduada em Enfermagem pela UFMG, vinculada ao Programa de Vagas Suplementares para estudantes Indígenas e enfermeira da Unidade Básica de Saúde Indígena do Polo Barreiro Preto, na Terra Indígena Xakriabá-São João das Missões (MG).   Taís Cruz dos Santos  é estudante do curso de Medicina da UFMG vinculada ao Programa de Vagas Suplementares para estudantes indígenas. O debate será mediado por Livia de Souza Pancrácio de Errico, professora do Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem da UFMG e Tutora do Programa de Educação Tutorial – PET – Indígena Conexão de Saberes.

A professora explica que no bate papo “vamos conversar sobre tradições, seja ela saberes originários ou conhecimento científico”. Ela chama a atenção ainda para o fato de os estudantes indígenas na Universidade constituírem forças potentes para movimentar um novo desenho de educação. “São territórios vivos, que corporificam as possibilidades do trânsito de saberes e conhecimentos científicos. Os indígenas avançam em movimentos de territorialização da e na Universidade.”

Segundo a estudante de Medicina Taís Cruz dos Santos, “a real medicina tradicional é a medicina dos povos originários, ela foi a primeira. Os povos indígenas resistem há 522 anos, então não podemos dizer que esses conhecimentos não são válidos. Quando a medicina originária e a do não indígena se encontram, uma não anula a outra, mas em sinergia, ambas se potencializam; e é através de espaços de discussão como esse, que conseguimos compartilhar um pouco do conhecimento ancestral do nosso povo.”

Em parceria com o Instituto Unimed-BH e a Cemig, o bate-papo acontecerá pelo canal no YouTube do Espaço do Conhecimento e vai refletir sobre as questões indígenas. O Espaço do Conhecimento UFMG promove o “Agosto Indígena”,  com programação de atividades formativas e abertas ao público. A ação tem como foco reafirmar o protagonismo dos indígenas, assim como suas trajetórias de luta pelo reconhecimento de seus direitos fundamentais, dentre os quais o acesso e permanência nas universidades. O Agosto Indígena é uma ação em consonância com a lei 11.645/08, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade do tema “História e cultura Afro-Brasileira e Indígena”.